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Adrian Buchan ganha o Billabong Pro Tahiti batendo Kelly Slater na final

O australiano Adrian Buchan, 30 anos, pegou os melhores tubos que entraram na final contra Kelly Slater, 41, em Teahupoo para vencer a etapa nas ondas mais desafiadoras do ASP World Tour

19/Ago/2013 - João Carvalho - Polinésia Francesa

Para conquistar a vitória mais importante da sua carreira, derrotou os líderes do ranking nas fases decisivas. Na semifinal, barrou o defensor do título do WCT do Taiti, Mick Fanning, com Slater retomando o primeiro lugar por ter ficado à frente do australiano. Apesar do prazo até o dia 26, foi decidido encerrar o campeonato no domingo para aproveitar as boas condições do mar, com séries de 5-8 pés bombando ótimos tubos durante a maratona de dezenove baterias realizadas no último dia.

“Eu quase nem consigo acreditar nisso”, disse Adrian Buchan. “O Kelly (Slater) é incrível nessas ondas e até pensei que ele poderia ter me vencido no final. Fiquei na expectativa, mas deu tudo certo e ainda não consigo acreditar que venci esse campeonato. Hoje (domingo) foi um dia incrível, com boas ondas, grandes tubos e até o Sol apareceu nos últimos cinco minutos, foi realmente foi tudo muito especial”.

Buchan botou pressão em Slater desde a sua primeira onda, um tubo profundo que ele completou para largar na frente com nota 9,67. Kelly começa com 7,67 e o australiano só pega mais uma onda, outro tubo que valeu nota 9,27. Slater consegue o seu primeiro bom tubo para manter a esperança de uma quinta vitória no Taiti com nota 9,10, mas precisava de outra onda excelente que rendesse 9,84 pontos. As séries deram uma parada e só no último minuto entrou uma, mas Kelly pega uma direita em Teahupoo que é um pico de esquerdas. Mesmo assim, o tubo rodou e ficou o suspense, porém a nota saiu 8,80 e o placar foi encerrado com vitória de Adrian Buchan por 18,94 a 17,90 pontos.

“Eu sabia que tinha que me desdobrar hoje”, contou Buchan. “Sabia que teria que passar por grandes nomes e quando eu remava lá pra fora, dizia a mim mesmo que eu só tinha que pegar duas ondas. Esse foi o meu mantra em cada bateria e funcionou bem pra mim”.

O australiano realmente achou bons tubos para superar seus adversários sempre com duas notas no critério excelente. Nas quartas de final, o havaiano John John Florence chegou a tirar até uma nota 10 num tubaço, mas Adrian Buchan somou um tubo 9,67 com um 9,50 para vencer por 19,17 a 17,33 pontos. E na semifinal contra Mick Fanning, computou notas 9,57 e 9,10 para derrotar o ex-líder do ranking por 18,67 a 15,80.

Assim como Buchan, Slater disputou cinco baterias no domingo e sofreu quedas terríveis até alcançar a grande final do Billabong Pro Tahiti mais uma vez. Foi nos tubos de Teahupoo que ele escreveu um dos muitos feitos inéditos da história do esporte, sendo o primeiro a vencer uma etapa computando duas notas 10. Ele praticamente precisava disso para conquistar um quinto título na bancada de corais mais perigosa do ASP World Tour, mas não conseguiu reverter a vantagem imposta por Adrian Buchan nas duas únicas ondas que surfou na bateria final.

“Tive algumas pancadas mesmo lá fora hoje (domingo) e até senti como se deslocasse o ombro uma hora, mas está tudo bem agora”, disse Kelly Slater. “As ondas estavam muito boas hoje e o Ace (Adrian Buchan) conseguiu pegar duas no início da bateria e mereceu a vitória. Ele realmente surfou muito bem durante todo o dia e foi um campeão legítimo”.

Além de Adrian Buchan, quem também festejou seu melhor resultado da carreira no ASP World Tour foi outro australiano, Kai Otton, que dividiu o terceiro lugar com Mick Fanning. Ele já havia derrotado Kelly Slater na primeira fase classificatória para as quartas de final. Depois, Slater passou pela repescagem ganhando a reedição da final da primeira etapa da temporada na Gold Coast contra Joel Parkinson, para dar o troco em Kai Otton na semifinal.

A participação do Brasil no Billabong Pro Tahiti não foi boa esse ano. Só Gabriel Medina competiu no domingo e foi derrotado pelo havaiano Fredrick Patacchia no terceiro duelo do dia, ainda pela terceira fase da competição. Ele ficou empatado com Miguel Pupo em 13.o lugar, enquanto Adriano de Souza, Alejo Muniz e Filipe Toledo não venceram nenhuma bateria em Teahupoo e terminaram em 25.o lugar.

A próxima etapa do ASP World Tour 2013 é o Hurley Pro nos dias 15 a 21 de setembro em Trestles, na Califórnia, Estados Unidos. Depois tem o Quiksilver Pro France de 27 de setembro a 07 de outubro em Hossegor e o Rip Curl Pro de 09 a 20 de outubro em Peniche, Portugal, antes do Billabong Pipe Masters fechar a temporada nos dias 08 a 20 de dezembro em Banzai Pipeline, na ilha de Oahu, no Havaí.

O resultado do Billabong Pro Tahiti não mudou o número de sete brasileiros na lista provisória da elite dos top-34 para o WCT do ano que vem. Adriano de Souza em oitavo lugar no ranking, Filipe Toledo em 17.o e Gabriel Medina em 18.o, permanecem entre os 22 primeiros que são mantidos na divisão principal do ASP Tour. E quatro continuam no grupo dos dez indicados pelo ASP World Ranking, o ranking mundial unificado da ASP, Alejo Muniz, Raoni Monteiro, Jadson André e Willian Cardoso.

FINAL DO BILLABONG PRO TAHITI:

Campeão: Adrian Buchan (AUS) por 18.94 pontos (9.67+9.27) – US$ 75.000 e 10.000 pontos

Vice-campeão: Kelly Slater (EUA) com 17.90 (notas 9.10+8.80) – US$ 30.000 e 8.000 pontos

SEMIFINAIS – 3.o lugar – US$ 17.500 e 6.500 pontos:

1.a: Adrian Buchan (AUS) 18.67 x 15.80 Mick Fanning (AUS)

2.a: Kelly Slater (EUA) 16.73 x 7.67 Kai Otton (AUS)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar – US$ 14.500 e 5.200 pontos:

1.a: Mick Fanning (AUS) 12.07 x 7.06 Josh Kerr (AUS)

2.a: Adrian Buchan (AUS) 19.17 x 17.33 John John Florence (HAV)

3.a: Kai Otton (AUS) 16.54 x 13.90 Julian Wilson (AUS)

4.a: Kelly Slater (EUA) 16.86 x 8.66 Fredrick Patacchia (HAV)

TOP-22 DO ASP WORLD TOUR 2013 – 6 etapas:

01: Kelly Slater (EUA) – 38.950 pontos

02: Mick Fanning (AUS) – 37.900

03: Joel Parkinson (AUS) – 30.700

04: Jordy Smith (AFR) – 29.200

05: Taj Burrow (AUS) – 25.400

06: Nat Young (EUA) – 24.750

07: Josh Kerr (AUS) – 24.400

08: Adriano de Souza (BRA) – 23.500

09: C. J. Hobgood (EUA) – 23.200

10: Adrian Buchan (AUS) – 21.950

11: Julian Wilson (AUS) – 20.850

12: Michel Bourez (TAH) – 20.000

13: Kai Otton (AUS) – 17.400

14: John John Florence (HAV) – 18.450

15: Jeremy Flores (FRA) – 17.250

16: Sebastian Zietz (HAV) – 16.150

17: Filipe Toledo (BRA) – 14.900

18: Gabriel Medina (BRA) – 14.000

19: Fredrick Patacchia (HAV) – 12.450

20: Bede Durbidge (AUS) – 11.450

20: Matt Wilkinson (AUS) – 11.450

22: Travis Logie (AFR), Kolohe Andino (EUA) e Brett Simpson (EUA) – 9.000

————outros brasileiros:

25: Miguel Pupo (BRA) – 8.000 pontos

29: Willian Cardoso (BRA) – 6.200

30: Raoni Monteiro (BRA) – 6.000

32: Alejo Muniz (BRA) – 5.500

38: Heitor Alves (BRA) – 1.750