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Australianos vencem as duas finais contra havaianos no Margaret River Pro

Gabriel Medina retorna na próxima etapa em G-Land na Indonésia

04/Mai/2022 - João Carvalho - Austrália

Os australianos fizeram a festa em casa, com Jack Robinson e Isabella Nichols ganhando os títulos do Margaret River Pro, nas finais contra os havaianos John John Florence e Gabriela Bryan. A quarta-feira foi mais um dia de mar clássico em Western Australia, com altas ondas no Main Break de Margaret River. O Brasil parou nas quartas de final, com Italo Ferreira sendo o único a vencer uma bateria no último dia. Ele entrou no G-5 com este resultado, Filipe Toledo segue liderando o ranking e o tricampeão mundial Gabriel Medina vai reforçar a “seleção brasileira” na próxima etapa, o Quiksilver Pro G-Land, de 28 de maio a 6 de junho na Indonésia. 

“Estou com saudades do Tour e de todo mundo”, disse Gabriel Medina, que participou por alguns minutos da transmissão ao vivo do Margaret River Pro na quarta-feira. “Estou amarradão por estar voltando, mais ainda por ser na etapa de G-Land. Eu já fui lá uma vez e é uma esquerda insana, com altos tubos, do jeito que eu gosto. Eu tenho surfado bastante, me sinto muito bem fisicamente, mentalmente e agora quero recuperar o ritmo de competição. Mas, sem me estressar com resultados ou rankings. É legal ver o Filipinho (Filipe Toledo) na liderança e estou muito empolgado para reencontrar todos lá em G-Land”.

Gabriel Medina vai participar da segunda metade da temporada 2022, com um convite da World Surf League. Ele pediu uma licença médica no início do ano, para tratar da saúde mental por problemas pessoais. Mas, vem treinando forte nos últimos meses e está em plena forma física, para voltar a enfrentar os melhores surfistas do mundo. Medina será o grande reforço da seleção brasileira, que perdeu dois titulares neste novo corte da elite no meio da temporada, Deivid Silva e um dos estreantes no time deste ano, João Chianca, além de Gabriel Medina e o contundido Yago Dora, que não disputaram nenhuma etapa.

Filipe Toledo seguirá usando a lycra amarela de número 1 da WSL (Crédito: Matt Dunbar / World Surf League)

Os dois ficaram abaixo dos 22 primeiros do ranking, que foram mantidos para disputar as cinco últimas etapas do World Surf League Championship Tour, com vagas já garantidas na elite de 2023. Na terça-feira, apenas Jadson André entrou na zona de classificação, com a vitória sobre Kelly Slater na terceira fase. Com o potiguar e a volta de Gabriel Medina, a seleção brasileira terá oito surfistas brigando pelas vagas no grupo dos top-5 que vão decidir os títulos mundiais no Rip Curl WSL Finals. Os outros que confirmaram suas permanências foram Filipe Toledo, Italo Ferreira, Miguel Pupo, Caio Ibelli, Samuel Pupo e Tatiana Weston-Webb.

Seis deles estavam nas oitavas de final que abriram a quarta-feira decisiva do Margaret River Pro. O último dia já amanheceu com altas ondas e só restava uma vaga no G-22 para ser definida, na bateria entre Samuel Pupo e Matthew McGillivray. O sul-africano precisava passar para tirar a última vaga do australiano Owen Wright e conseguiu derrotar o brasileiro por 14,50 a 10,74 pontos. Samuca terminou em nono lugar no evento, junto com seu irmão, Miguel Pupo, Filipe Toledo, Caio Ibelli e Jadson André, eliminados nas baterias seguintes.

ÚNICA VITÓRIA – O campeão olímpico, Italo Ferreira, foi o único a passar para as quartas de final, mas no duelo brasileiro com Miguel Pupo. O potiguar de Baía Formosa destruiu uma direita em Main Break que valeu nota 8,33, que somou com o 7,50 da onda anterior para vencer fácil por 15,83 a 8,83 pontos. Depois, ele tentou de tudo para avançar para as semifinais, mas o sul-africano Matthew McGillivray pegou as melhores ondas da bateria e venceu por 15,87 a 14,67 pontos. Mesmo assim, Italo conseguiu o objetivo que era entrar no grupo dos top-5 e está em quinto lugar no ranking.

Italo Ferreira foi o melhor brasileiro em Margaret River esse ano (Crédito: Matt Dunbar / World Surf League)

O número 1, Filipe Toledo, também surfou muito bem nas oitavas de final e quase conseguiu a vitória em sua última onda. Mas, a nota saiu 7,63 e ele acabou perdendo por 3 centésimos de diferença para Nat Young. O placar foi encerrado em 15,66 a 15,63 pontos para o californiano. Depois, Caio Ibelli foi derrotado por 16,43 a 14,03 pelo australiano Ethan Ewing e o sul-africano Jordy Smith barrou Jadson André por 13,24 a 12,26 pontos. 

Jordy foi finalista na vitória de Filipe Toledo nesta etapa de Margaret River no ano passado. Como ficou em nono lugar dessa vez, dois surfistas poderiam lhe tirar a lycra amarela de número 1 do ranking. Mas, tanto John John Florence, como o também havaiano Barron Mamiya, precisaria vencer o Margaret River Pro, para superar os 24.440 pontos do brasileiro.

RECORDISTA ABSOLUTO – Mamiya parou na última oitava de final, num confronto muito disputado com Jack Robinson. Só que o suspense para Filipe Toledo foi até a última bateria do campeonato, pois John John Florence chegou na grande final dando um show a cada entrada no mar. Nas quartas de final, ganhou a maior nota do evento, 9,50, para vencer um duelo incrível com Griffin Colapinto, por 17,50 a 17,16 pontos. E na semifinal, somou notas 9,47 e 9,43 para aumentar o seu próprio recorde de pontos no CT 2022 registrado em Bells Beach, de 18,86 para incríveis 18,90 pontos de 20 possíveis.

John John Florence foi o recordista absoluto de nota e pontos em M-River (Crédito: Matt Dunbar / World Surf League)

Com esta impressionante apresentação contra o sul-africano Matthew McGillivray, que repetiu o terceiro lugar em Margaret River no ano passado, John John Florence se consolidou como grande favorito para vencer esta etapa pela terceira vez. Mas, o surfista local, Jack Robinson, também vinha surfando muito bem, manobrando forte nas direitas de Main Break e pegando até alguns tubos para liquidar seus adversários. Jordy Smith foi a vítima nas quartas de final, antes da eletrizante semifinal australiana com Ethan Ewing.

DECISÃO DO TÍTULO – Na grande final, o australiano teve um início melhor, largando na frente com nota 7,00, contra 5,00 do havaiano. A decisão do título esquentou quando John John achou uma onda muito boa, que valeu nota 8,50. Foi a maior da bateria, mas Jack Robinson usou os aéreos para conseguir 8,07 e 8,17 em duas ondas seguidas e conquistar a segunda vitória da sua carreira no CT, por 16,24 a 15,60 pontos. A primeira foi no México no ano passado, na final contra o brasileiro Deivid Silva nas direitas de Barra de La Cruz.

“É muito incrível tudo isso, porque já perdi muitas baterias aqui, então é uma sensação muito boa quando dá tudo certo”, disse Jack Robinson, que saltou da 13.a para a terceira posição com os 10.000 pontos da vitória. “Eu me sinto muito conectado com esse lugar, especialmente pelo apoio da comunidade local, minha esposa Julia e da minha equipe com o Leandro Dora e o Matt Bemrose. Tentei canalizar toda energia para me manter equilibrado no evento todo. Foi muito especial fazer a final com o John John (Florence). Já tivemos algumas baterias e ele sempre me faz surfar o meu melhor, então quero curtir esse momento aqui, antes de mudar o foco para G-Land, porque tem muita coisa pela frente ainda”.

Jack Robinson usou os aéreos para vencer o Margaret River Pro (Crédito: Aaron Hughes / World Surf League)

PRIMEIRA VITÓRIA – Na final feminina, duas jovens surfistas buscavam a primeira vitória das suas carreiras no CT, que estão só começando. Ambas chegaram no último dia ainda brigando para se manter na elite e quem perdeu a vaga foi a havaiana Malia Manuel. No ano passado, também foi assim para ela, que acabou ganhando um convite da WSL para competir esse ano. Com os 10.000 pontos da sua primeira vitória em etapas do CT, Isabella Nichols foi para o quarto lugar no ranking, entrando no seleto grupo das top-5. E a vice-campeã, Gabriela Bryan, terminou dentro do G-10 que permanece na elite, subindo da 11.a para a sexta posição.

“Nem consigo acreditar que estou vivendo este momento”, disse Isabella Nichols. “Eu sonhei com isso a minha vida toda e acho que vai demorar um pouco ainda para entender que consegui. Acredito que não exista uma sensação melhor do que essa. Ontem (terça-feira) eu estava pensando sobre ficar de fora do Tour e agora estou entre as top-5 do ranking, então os objetivos mudaram completamente de um dia para o outro. Nem sei o que dizer, mas quero agradecer aos amigos, família, fãs e patrocinadores. Isso é simplesmente incrível”. 

Isabella Nichols ganhou o título vencido por Tatiana Weston-Webb em 2021 (Crédito: Matt Dunbar / World Surf League)

A havaiana é uma das estreantes no CT deste ano e chegou em sua primeira final, fazendo os recordes femininos do Margaret River Pro contra uma das favoritas ao título, a experiente Courtney Conlogue. Com a nota 8,73 da melhor onda que surfou, Gabriela Bryan derrotou a norte-americana por um placar apertado de 15,73 a 15,43 pontos. Estas marcas só foram batidas na segunda semifinal, por Isabella Nichols, que venceu o duelo australiano com Bronte Macaulay por 15,93 pontos, somando uma nota 8,93, a maior das meninas no campeonato.

Na decisão do título, não entraram ondas tão boas assim para as duas finalistas repetirem o show que deram nas semifinais. A australiana só surfou três e a havaiana pegou uma a mais. Ambas receberam uma nota 6,17, mas Isabella Nichols conseguiu 6,77 na última onda para festejar a sua primeira vitória. A bateria terminou com 12,94 pontos para a australiana, contra 10,00 de Gabriela Bryan, mas as duas comemoraram o ótimo resultado no Margaret River Pro.

Jack Robinson, Isabella Nichols, John John Florence e Gabriela Bryan (Crédito: Matt Dunbar / World Surf League)

RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO MARGARET RIVER PRO: 

Campeão: Jack Robinson (AUS) por 16,24 pts (8,17+8,07) - US$ 80.000 e 10.000 pts

Vice-campeão: John John Florence (HAV) com 15,60 (8,50+7,10) - US$ 45.000 e 8.000 pts

SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$$ 25.000 e 6.085 pontos:

1.a: John John Florence (HAV) 18,90 x 11,94 Matthew McGillivray (AFR)

2.a: Jack Robinson (AUS) 16,27 x 14,53 Ethan Ewing (AUS)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com US$$ 16.000 e 4.745 pontos:

1.a: John John Florence (HAV) 17,50 x 17,16 Griffin Colapinto (EUA)

2.a: Matthew McGillivray (AFR) 15,87 x 14,67 Italo Ferreira (BRA)

3.a: Ethan Ewing (AUS) 15,70 x 12,40 Nat Young (EUA)

4.a: Jack Robinson (AUS) 14,40 x 11,00 Jordy Smith (AFR)

OITAVAS DE FINAL – 9.o lugar com US$$ 13.000 e 2.610 pontos:

1.a: John John Florence (HAV) x w.o Kolohe Andino (EUA)

2.a: Griffin Colapinto (EUA) 9,87 x 7,57 Callum Robson (AUS)

3.a: Matthew McGillivray (AFR) 14,50 x 10,74 Samuel Pupo (BRA)

4.a: Italo Ferreira (BRA) 15,83 x 8,83 Miguel Pupo (BRA)

5.a: Nat Young (EUA) 15,66 x 15,63 Filipe Toledo (BRA)

6.a: Ethan Ewing (AUS) 16,43 x 14,03 Caio Ibelli (BRA)

7.a: Jordy Smith (AFR) 13,24 x 12,26 Jadson André (BRA)

8.a: Jack Robinson (AUS) 16,06 x 15,93 Barron Mamiya (HAV)

DECISÃO DO TÍTULO FEMININO: 

Campeã: Isabella Nichols (AUS) por 12,94 pts (6,77+6,17) - US$ 80.000 e 10.000 pts

Vice-campeã: Gabriela Bryan (HAV) com 10,00 pts (6,17+3,83) - US$ 45.000 e 8.000 pts

SEMIFINAIS – 3.o lugar com US$$ 25.000 e 6.085 pontos:

1.a: Gabriela Bryan (HAV) 15,73 x 15,43 Courtney Conlogue (EUA)

2.a: Isabella Nichols (AUS) 15,93 x 11,34 Bronte Macaulay (AUS)

TOP-22 DO WSL CHAMPIONSHIP TOUR – 5 etapas:

1.o- Filipe Toledo (BRA) – 24.440 pontos

2.o- John John Florence (HAV) – 23.375

3.o- Jack Robinson (AUS) – 22.160

4.o- Ethan Ewing (AUS) – 19.585

5.o- Italo Ferreira (BRA) – 18.895

6.o- Kanoa Igarashi (JPN) – 18.620

7.o- Barron Mamiya (HAV) – 17.970

8.o- Callum Robson (AUS) – 17.760

9.o- Miguel Pupo (BRA) – 17.470

10.o- Griffin Colapinto (EUA) – 17.405

11.o- Caio Ibelli (BRA) – 16.820

12.o- Jordy Smith (AFR) – 16.130

13.o- Kelly Slater (EUA) – 15.980

14.o- Kolohe Andino (EUA) – 14.705

14.o- Nat Young (EUA) – 14.705

16.o- Seth Moniz (HAV) – 14.140

17.o- Samuel Pupo (BRA) – 12.715

18.o- Connor O´Leary (AUS) – 11.290

19.o- Matthew McGillivray (AFR) – 11.000

20.o- Jake Marshall (EUA) – 10.725

21.o- Jackson Baker (AUS) – 9.300

22.o- Jadson André (BRA) – 9.300

TOP-10 DO WSL CHAMPIONSHIP TOUR 2022 – 5 etapas:

1.a- Brisa Hennessy (CRI) – 25.575 pontos

2.a- Carissa Moore (HAV) – 24.295

3.a- Tyler Wright (AUS) – 23.440

4.a- Isabella Nichols (AUS) – 19.965

5.a- Courtney Conlogue (EUA) – 19.525

6.a- Lakey Peterson (EUA) – 19.105

6.a- Gabriela Bryan (HAV) – 19.105

8.a- Johanne Defay (FRA) – 18.980

9.a- Stephanie Gilmore (AUS) – 18.185

10.a- Tatiana Weston-Webb (BRA) – 17.830

15 TOPS DO CT 22 CORTADOS DA ELITE:

23: Owen Wright (AUS) – 8.735 pontos

24: Ezekiel Lau (HAV) – 8.735

25: Lucca Mesinas (PER) – 8.735

26: Conner Coffin (EUA) – 8.735

27: João Chianca (BRA) – 7.310

28: Leonardo Fioravanti (ITA) – 7.310

29: Frederico Morais (PRT) – 7.310

30: Imaikalani Devault (HAV) – 7.310

31: Deivid Silva (BRA) – 7.310

32: Morgan Cibilic (AUS) – 7.310

33: Ryan Callinan (AUS) – 5.320

34: Carlos Munoz (CRI) – 4.115

41: Gabriel Medina (BRA) – 1.060

41: Yago Dora (BRA) – 1.060

41: Liam O´Brien (AUS) – 1.060

7 TOPS DO CT 22 CORTADAS DA ELITE:

11.a- Malia Manuel (HAV) – 17.765 pontos

12.a- India Robinson (AUS) – 14.710

14.a- Molly Picklum (AUS) – 13.145

15.a- Sally Fitzgibbons (AUS) – 12.575

15.a- Luana Silva (HAV) – 12.575

18.a- Bettylou Sakura Johnson (HAV) – 10.785

19.a- Caroline Marks (EUA) – 4.180