Cientista: Surfista Foi Atacado por Cavalinha em 2005
Um estudo científico do Instituto de Pesca de Santos, revelou o inesperado: Um surfista havia sido atacado por uma Cavalinha em 2005, que deixou uma fratura em sua mandíbula e no seu olho.
08/Ago/2015 - Richard Gray - São Vicente - São Paulo - BrasilO surfista que na época tinha 27 anos de idade, caiu de sua prancha e bateu com o rosto em algo sólido, deslocando a mandíbula e tendo outras lesões faciais. Somente três dias depois, quando ele retornou ao hospital, foi feita uma ressonância e os médicos descobriram que ele tinha uma fratura no rosto e na órbita ocular. Quando os cirurgiões tentaram examinar as fraturas, descobriram três pedaços da mandíbula inferior de um peixe dentro da cavidade nasal do homem. Os biólogos que mais tarde examinaram os pedaços de mandíbula descobriram que pertenciam a um peixe cavalinha (Thyrsitops lepidopoides).
Acácio Tomás, um especialista em peixes marinhos do Laboratório de Estudos Estuarinos e Costeiros, do Instituto de Pesca de Santos, estima que o peixe tinha entre 20 a 25cm de comprimento. Ele disse que os peixes podem ter ido à caça de pequenos peixes, como a sardinha, quando ficou cara a cara com o surfista. Ele disse: 'Este é o primeiro acidente relatado envolvendo Thyrsitops lepidopoides e humanos.
"Exceto por tubarões e raias, acidentes envolvendo surfistas e outras espécies de peixes são cientificamente subnotificados. Durante os meses de verão - dezembro a fevereiro - estas espécies de peixe muitas vezes nadam para perto da costa para se alimentar, principalmente de sardinhas e anchovas.
Surfistas geralmente respondem por cerca de metade de todos os ataques de tubarão não provocados contra pessoas, com 48 surfistas envolvido em ataques de tubarões confirmados no ano passado. No entanto, ataques de outros peixes são relativamente raros, com ataques ocasionais por arraias e anchova. Neste caso, o surfista, que não foi nomeado, estava surfando na praia de Itararé, em São Vicente, em 27 de Dezembro de 2005.
O incidente só agora surgiu na sequência após um artigo escrito por Tomás do caso ter sido publicado em uma revista científica, Wilderness & Environmental Medicine. Estima-se que ele surfava entre 16h00 e 17h00 quando caiu de sua prancha de surf e bateu o rosto em um objeto sólido. Inicialmente pensava-se ter sido a própria prancha ou alguma pedra oculta. No entanto, aparentemente em vez disso ele bateu em uma cavalinha quando ela caçava em águas rasas, o que deixou a sua mandíbula inferior incorporada em sua cavidade nasal.
Normalmente encontrado em profundidades de até 350 metros, o peixe não é, na verdade, uma cavala verdadeira, mas pertence a uma família de peixes conhecidos como Gempylidae, que muitas vezes pode ser confundida com uma barracuda. Escrevendo na revista, o Sr. Tomás disse que parece que o peixe foi atraído para a praia pelo elevado número de peixes que são a sua presa, que por sua vez estavam lá devido a descarga de águas residuais urbanas.
Ele disse: "Comparando os dentes encontrados na vítima e os dentes de uma cavalinha fresca, estimamos que o peixe tinha entre 200 e 250 mm de comprimento total. "O acidente ocorreu em uma praia urbana popular situada no leste da Baía de Santos, na costa central do Estado de São Paulo no sudeste do Brasil. Os relatórios anteriores mostram que ocorrem aparições destes peixes nesta área, que é um local popular entre os surfistas.
"As ondas neste baía são promovidas principalmente por ventos de leste que facilitam a invasão das águas mais frias na costa. A descarga de efluentes de esgoto urbano para o mar através de canais pequenos resulta num aumento da eutrofização local, promovendo a alta disponibilidade de alimento para espécies planctívoras, como a sardinha. Como conseqüência, predadores, como a cavalinha florescem."
Fonte: Daily Mail