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Debate é gerado após 3 surfistas dividirem onda durante o swell ÉPICO

Bomba surfada por 3 surfistas gera debate no Prêmio Surfland Big Waves Brasil /Mormaii sobre como avaliar (e possivelmente premiar) os atletas envolvidos.

27/Abr/2021 - Reinaldo Langer Jaeger - Santa Catarina - Brasil

No último grande swell de sul, no mês de março, houveram várias inscrições de novas imagens no Prêmio Surfland Big Waves Brasil / Mormaii. Uma das bombas do dia foi dropada por 3 surfistas, gerando uma imagem com boas chances de conquista de título, até agora.

Como a onda foi surfada-fotografada-cadastrada por diferentes atletas e fotógrafos, de diferentes ângulos, houve um debate em um dos grupos da BWB no aplicativo WhatsApp em relação a quem tinha o direito da onda e quem deve ganhar o prêmio no caso desta onda ser considerada a maior surfada em Santa Catarina na temporada 2020/21.

Esta pauta conduziu as pessoas para um debate se é certo ou não mais de um surfista surfar uma mesma Onda Grande, devido à periculosidade e à possibilidade de atrapalhar a performance do atleta detentor da onda.

DIFERENTES CATEGORIAS, DIFERENTES REGRAS

Cabe destacar que cada categoria está sendo avaliada com base em um Livro de Regras diferente, sendo que a categoria de Melhor Performance (em vídeo) é embasada pelas regras do Big Wave Tour (BWT) e a categoria de Maior Onda (em foto) é embasada nas regras do Big Wave Awards.

No Livro de Regras do BWT é permitido que dois atletas surfem a mesma onda, desde que o atleta “rabeador” não atrapalhe o potencial de pontos do surfista detentor da onda (dropou na parte mais interna da onda).

A imagem em questão foi inscrita na categoria de Maior Onda, assim, a análise desta situação deverá ser realizada embasada nas regras do Big Wave Awards e pelo Diretor Técnico do Prêmio Jordão Bailo Júnior, que dará a posição final sobre a pauta.

QUEM É JORDÃO BAILO JÚNIOR?

Jordão Bailo Júnior formou-se Árbitro de Surf no primeiro curso de formação realizado no Brasil, ministrado pelo Australiano Ian Cairns, então Diretor Executivo da ASP (Association of Surfing Professionals), em 1985, e foi o primeiro brasileiro a acompanhar o Circuito Mundial como ‘Juiz Full Time’ (antes mesmo do primeiro atleta competir), em 1988.

Atualmente é Árbitro Internacional; Head Judge Nível 3; Apresentador de Cursos de Arbitragem de Surf da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) e Course Presenter  da ISA (International Surfing Association); Head Judge PASA (Pan American Surfing Association); Former ASP Tour Judge; já foi Vice-Presidente da FECASURF (Federação Catarinense de Surf) por 5 vezes e Diretor Técnico da Confederação Brasileira de Surf.

É um dos árbitros de surf mais experiente do Brasil, além de ter sido o ministrante das duas conferências sobre “metodologia de competição e critérios de julgamento de competição de Ondas Grandes” já realizados no Brasil.

Jordão atualmente está trabalhando em um projeto para oferecer cursos de arbitragem de surf, tanto shortboard como de Ondas Grandes, de forma online, contemplando também cursos para atletas, treinadores e familiares com o objetivo de eles entenderem melhor o que deverão realizar na bateria para ganhar boas notas dos árbitros. O nome do projeto chama-se HEADMAKER SURF EDUCATION e contemplará diversos cursos profissionalizantes e acadêmicos nas mais variadas áreas de conhecimento dentro do surf.

O QUE OS ATLETAS FALARAM?

Fabiano Wainberg foi o atleta que dropou a onda na parte mais interna dela, mais próximo das pedras, e no debate no grupo do WhatsApp ele falou:

“Acredito que a onda, caso ela seja eleita a maior, não tem como não dividir o prêmio reconhecimento aos 3 que estavam na onda, fotógrafo entendo que o ângulo é critério dos juízes, mas o caldo, a drop, a energia da onda, todos passaram por ela. É isso. Só minha opinião. Uma boa noite a todos. Aloha”.

David Nagamini, um dos atletas que droparam a mesma onda confirmou o que Fabiano citou: “No caso da foto de 3 todos acordaram que iriam dividir o prêmio caso viessem a vencer”. David ainda deixou um recado pra galera, dizendo: “Relaxa que vem swell e não esqueçam que o mais importante é estar lá e se divertir”.

Márcio Machado, o atleta que dropou a onda em questão com uma prancha 5’10 biquilha, relatou que: “No meu caso não tive como desistir... como eu estava com uma prancha menor precisava me posicionar num lugar muito específico da onda... pra mim foi uma surpresa misturada com “ih fudeu”... quando o Fabiano cruzou a minha frente... já não dava mais para puxar o bico, teria sido um desastre!!! Respeito se adquire respeitando, conheço bem aquela onda e não tive a intenção de competir com ninguém e sim comigo mesmo pra sair ileso  daquela situação crítica que havia me colocado. Graças a Deus eu nunca me envolvi em nenhum acidente no mar ao longo da minha jornada, mas sem duvidas naquelas condições é bem fácil de dar algum problema. Fiquei feliz que deu tudo certo, consegui manter uma certa distância e por muito pouco não me embolei com o Fabiano e com o David, voltei remando para o pico e lá percebi que havia gastado toda a minha energia e que precisava sair do mar! Logo em seguida veio uma onda linda e eu consegui fazer ela até o meio da praia... foi um dia inesquecível como outros tantos! Não conhecia o Fabiano mas consegui o contato dele e fiz questão de escrever pedindo desculpas... ainda não nos encontramos pessoalmente mas já marcamos de fazer isso em breve para celebrar mais uma nova amizade feita em alto mar. Agradeço sempre pela oportunidade de aprendizado que o surfe me proporciona”.

Uma onda possibilitou a amizade, o respeito e a união entre 3 surfistas... Essa é a essência do Surf de Ondas Grandes.

Com certeza eles brindarão futuramente com uma Dado Bier bem gelada, pegando umas ondas na Surfland!

QUAL FOI A CONCLUSÃO DA DIRETORIA TÉCNICA?

Conforme Jordão Bailo Junior, a solução está no Livro de Regras aplicado ao evento denominado WSL BIG WAVE AWARDS - OFFICIAL RULES PACKAGE:

Múltiplos Surfista em uma Onda (traduzido por Jordão Bailo)

Ocasionalmente no Surf de Ondas Grandes, acontece de haver múltiplos surfistas em uma mesma onda. De forma a incentivar a segurança dos surfistas, drop-ins (rabear), ou seja, dropar em uma onda aonde o surfista mais próximo ao pico já estiver surfando, são desaconselhados na hora de considerar uma inscrição para o Prêmio Big Wave. No caso de haver múltiplos surfistas em uma onda digna de consideração para uma categoria, apenas o surfista mais próximo da parte quebrando da onda vai ser elegível, a menos que especificamente declarado de outra forma. (Ex. Paddle Award)

 Jordão ainda fala que “essa regra define que apenas um surfista será reconhecido para a inscrição dessa onda em particular, sendo o prêmio (no caso de haver) destinado a esse atleta”.

“Se os três surfistas desejarem de alguma forma, dividir o prêmio fora da competição, nada os impede, porém de acordo com as regras haverá apenas um vencedor”, finaliza o Diretor.

CONCLUSÃO

Desta maneira, o atleta Fabiano Wainberg foi considerado o detentor da onda em questão e, caso esta onda se classificar para a Top16 e for campeã, o cheque da Surfland será destinado a ele. Caso ele queira dividir com os outros atletas, poderá, porém será uma decisão particular dele, sem o envolvimento da organização do Prêmio.

Como já há uma predisposição entre os três atletas em dividirem o prêmio, a organização manterá todas as fotos inscritas, independente de qual atleta ou profissional de imagem cadastrou.

Acompanhe as redes sociais da @bigwavesbrasil e o Site Oficial do Prêmio, onde você terá acesso ao Livro de Regras e às imagens que estão concorrendo ao Prêmio, podendo votar na sua preferida no Site Oficial da competição: https://surfland.pages.pipz.io/bigwaves/

 

O Prêmio é patrocinado pela Surfland Brasil e apresentado pela Mormaii, com copatrocínio da Cervejaria Dado Bier, que está oferecendo duas transmissões ao vivo. Apoiam o Desafio: Banco CouldBreak; Apneia Surf Brasil; Hennek Surfboards; Session Store; Cigana’s House; Baiuka Pousada e Restaurante; Açaí Barbacuá; Site Waves; Index Krown; Protetor Solar Suntech; Advogada Flavia Correa Vieira.

A realização fica por conta da Big Waves Brasil (BWB) e da Swell Eventos. Toda a competição é homologada e supervisionada pela Federação Catarinense de Surf (FECASURF), que também fará parte da Banca Julgadora

FOTO 1: Jordão Bailo Júnior durante o lançamento do primeiro evento internacional de Ondas Grandes chancelado pela WSL no Brasil, o Mormaii Big Waves 2018, na Praia do Cardoso (Laguna/SC).

FOTO 2 a 6: A onda em questão, fotografada de diferentes ângulos. Fotógrafo(a) Rodrigo Magno Peixoto e Carolina Albuquerque Scorsin.

FOTO 7: Comprovação do momento do drop, indicando quem é o detentor da onda. Imagem copiada do aplicativo Instagram.