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Grupo de aposentados troca o sofá pelo surf em Mongaguá

Eles passaram boa parte da vida trabalhando duro, cuidando da família, preocupando-se com contas, compromissos, agendas, horários. Agora, só querem saber de aproveitar. E pegar onda

08/Mar/2012 - Suzana Fonseca - Mongaguá - São Paulo - Brasil

É quinta-feira, das 10 às 11 horas, que um grupo da Terceira Idade cuida do corpo e da mente, em Mongaguá. Nove pessoas fazem aulas de surf na Praia do Centro, em frente à Praça Dudu Samba.

Inicialmente, as aulas faziam parte da grade de atividades do Grupo Conviver, do Clube da Melhor Idade. Depois, passaram para a responsabilidade da Escolhinha de Surf da Prefeitura, que já ministrava o curso para crianças e jovens.

Orgulho

José Antonio Barros, de 72 anos, fez duas aulas de surf até agora. Mas suficientes para ficar dependente da emoção que a prática proporciona. “Está ótimo. Senti um frio na barriga, aquele impacto da primeira vez”, confessa.

Walter Gaia, de 63 anos, passou boa parte da vida levando os filhos para participar de competições de surf. “Sempre quis aprender, mas eles não me ensinaram. Quando eles virem isso (a reportagem) vai ser surpresa para os dois. Nem minha mulher sabe”, conta, orgulhoso. “Cansei de pedir. Eles não me ensinaram. Na primeira aula, já subi na prancha. E vou continuar”.

Com seis aulas na bagagem, Marcos José de Oliveira, de 66 anos, o Marcão, como é conhecido, já fica em pé na prancha. E dá show. “Nunca na vida tinha tido contato com o surf”, lembra o aposentado. “Estou me sentindo muito bem e alegre. É uma coisa legal para a saúde. O contato com a água é uma maravilha”.

Vinculo

As aulas tiveram início no dia 12 de janeiro. “Nessa época do verão, as atividades paravam. Resolvemos dar uma continuidade para que eles não perdessem o vínculo, e colocá-los numa miniarena, aqui na praia, praticando voleibol, ginástica, alongamento. E incluímos o surf”, conta monitor do Grupo Conviver do Clube da Terceira Idade de Mongaguá, Renato de Castro Miguel, que foi o responsável por apresentar esse esporte aos idosos.

Quando o projeto acabou, no dia 16 de fevereiro, a turma foi adotada pela Escolinha de Surf da Prefeitura. “Fizemos uma parceria e alguns deles continuaram”, explica Miguel. “No começo, 26 alunos participaram; nove continuaram”.

Para o monitor do Grupo Conviver, o mais importante é o contato com a natureza proporcionado pelo surf. “Faz bem para o espírito, para o corpo”.

Cabe agora aos professores Carlos Eduardo Souza dos Santos e Marcos Pereira Ribeiro prosseguir com as aulas de surf. “Por enquanto, só vêm eles. Mas se aumentar o pessoal, aumentamos o número de dias também”, diz Santos.

A convivência com os novos alunos também agrada aos professores, que demonstram satisfação de ensinar a turma da melhor idade. “O Marcão está empolgadão”, destaca Ribeiro. “É muito bom trabalhar com eles”.

Serviço - As inscrições para as aulas de surf (todas as idades) estão abertas. Mais informações pelo telefone 3507-4286.