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Italo, Filipe e Tatiana nas semifinais do MEO Pro Portugal

Italo Ferreira e Filipe Toledo reeditarão a final de 2015 em Peniche

06/Mar/2022 - João Carvalho - WSL - Peniche - Leiria - Portugal

Um domingo de tubos, aéreos e show de surfe em Supertubos, definiu as semifinais do MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl. A seleção brasileira briga pelos dois títulos, com Tatiana Weston-Webb enfrentando a pentacampeã mundial Carissa Moore e Italo Ferreira e Filipe Toledo reeditando a decisão de 2015 em Peniche, na disputa pela primeira vaga na final deste ano. Filipe ganhou aquele título, mas Italo é o atual bicampeão da etapa portuguesa do World Surf League Championship Tour. A chamada do último dia será mais cedo, com as semifinais começando as 7h00 da segunda-feira em Peniche, 4h00 da madrugada no Brasil, com transmissão ao vivo pelo Sportv e WorldSurfLeague.com.

No domingo de praia lotada, Supertubos mostrou seu potencial por completo, apresentando todas as características para o sucesso de um campeonato de surfe. O dia começou com tubos incríveis nas esquerdas e direitas, depois o mar começou a formar rampas para os aéreos, intercalando com ondas de alta performance para usar a borda em todo tipo de manobras. Era ação o tempo todo, pois foi utilizado o sistema “overlapping heats” na terceira fase e nas oitavas de final masculinas, com duas baterias sendo disputadas simultaneamente.

O dia começou com os sete confrontos restantes da terceira fase e três surfistas da América do Sul foram eliminados por três norte-americanos, na disputa pelas últimas vagas nas oitavas de final. O peruano Lucca Mesinas perdeu por 15,77 a 9,83 pontos para Kolohe Andino, Jadson André foi derrotado por 14,33 a 8,77 por Griffin Colapinto e Kelly Slater ganhou por 14,57 a 13,37 o duelo dos top-5 do ranking com Caio Ibelli. Com a vitória, Slater saltou para a vice-liderança e o brasileiro caiu da quarta para a quinta posição que ele ocupava.

Com o formato “overlapping heats” em funcionamento, os dois chegaram a dividir o mar com Italo Ferreira e Miguel Pupo, que se enfrentaram na primeira bateria das oitavas de final. O campeão olímpico estava elétrico como sempre, foi em várias ondas, pegou tubos, arriscou os aéreos e seguiu na busca pelo tricampeonato consecutivo no CT de Portugal. Miguel até reagiu nas últimas ondas que surfou, mas Italo venceu o duelo brasileiro por 14,17 a 12,84 pontos.

Miguel Pupo terminou em nono lugar no MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl (Crédito: ©WSL / Damien Poullenot)

O sul-africano Jordy Smith surfou tubos incríveis na segunda oitava de final e o melhor valeu a maior nota do MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl até ali, 9,17. No confronto seguinte, Filipe Toledo também deu seu show para a torcida que lotou Supertubos no domingo, mandando um aéreo depois de sair do tubo, para ganhar nota 8,00. Logo ele voou de novo para receber 7,33 e não dar qualquer chance para o norte-americano Jake Marshall.

FINAL REEDITADA – Os brasileiros também dominaram seus adversários nas quartas de final. Italo Ferreira voltou a derrotar Jordy Smith, como quando conquistou o bicampeonato no CT de Portugal em Supertubos. Não com uma nota 10 como naquela final de 2019, mas surfando um bom tubo seguido por duas manobras na onda que valeu 7,67. Depois, conseguiu um 7,00 para despachar o sul-africano por 14,67 a 11,33 pontos. É a terceira vez seguida que o potiguar chega nas semifinais em Supertubos, vencendo 79,3% ou 23 das 29 baterias que disputou.

“Foi uma bateria boa, mas bem diferente em comparação com a de hoje de manhã. Não tinha tantos tubos e foi um surfe mais de manobras por causa da maré cheia”, analisou Italo Ferreira. “É muito louco aqui, porque as condições do mar mudam bastante ao longo do dia. Mas, é sempre bom surfar contra o Jordy (Smith). Ele é um ótimo surfista que me inspira e é muito legal ver toda a torcida na praia dando apoio pra gente. Isso é muito especial e eu amo Portugal”.

BRASIL NO PÓDIO – Na bateria seguinte, Filipe Toledo não deu qualquer chance para o californiano Conner Coffin e confirmou a semifinal brasileira com Italo Ferreira, por uma larga vantagem de 14,00 a apenas 5,00 pontos. Foi a garantia da volta do Brasil ao pódio do World Surf League Championship Tour, já que nas duas etapas do Havaí não teve ninguém decidindo títulos. Apesar de que Caio Ibelli fez bonito substituindo o tricampeão mundial Gabriel Medina, chegando nas semifinais em Sunset Beach e em Pipeline, onde dividiu o terceiro lugar com Miguel Pupo.

“O mar estava melhor mais cedo e as condições ficaram mais complicadas agora nessa bateria (com o Conner Coffin). Tem ondas ainda, mas o vento está bem forte e ficou mais difícil de surfar”, disse Filipe Toledo. “Inicialmente, eu optei pelas direitas, indo a favor do vento pra jogar mais água nas manobras. Mas, as ondas estavam meio gordas. Aí mudei de estratégia e comecei a surfar as esquerdas, que estavam mais em pé. Deu tudo certo e estou bem feliz em estar nas semifinais de novo”.

Filipe também falou sobre o próximo confronto com Italo Ferreira: “Vai ser irado. Ele tá voando, surfando muito, mas estou pronto para o confronto”. Eles vão reeditar a final de 2015, que foi a primeira do campeão olímpico no CT e a terceira etapa que o atual vice-campeão mundial venceu naquela temporada. Os dois já se enfrentaram 11 vezes em baterias do CT e Filipe desempatou o placar para 6 a 5, no confronto que definiu o adversário do tricampeão mundial Gabriel Medina, para a decisão do Rip Curl WSL Finals 2021 em Trestles.

Filipe Toledo surfando tubo com aéreo na finalização (Crédito: ©WSL / Damien Poullenot)

Filipe não chegava nas semifinais em Supertubos desde a sua vitória em 2015, com uma nota 10 no verdadeiro espetáculo de aéreos na final com o Italo. Se ele conseguir repetir o feito contra o atual bicampeão da etapa portuguesa do CT e se classificar para a decisão do MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl, sobe para o quarto lugar no ranking e tira Caio Ibelli do G-5. Já Italo, só consegue isso se conquistar o tricampeonato em Peniche.

BRASIL X ESTADOS UNIDOS – A primeira semifinal é brasileira e a outra será norte-americana, entre o havaiano bicampeão mundial, John John Florence, e o californiano Griffin Colapinto. John John já ganhou esta etapa em 2016, impedindo uma hegemonia brasileira em Supertubos, pois Filipe Toledo tinha vencido em 2015, depois deu Gabriel Medina em 2017 e Italo Ferreira foi bicampeão em 2018 e 2019. Mas, a primeira vitória verde-amarela aconteceu em 2011, com Adriano de Souza ganhando uma final épica com Kelly Slater.

Esta decisão Brasil x Estados Unidos só será repetida agora no MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl. John John vem se destacando nos tubos de Supertubos desde o primeiro dia. Ele estreou fazendo os recordes do campeonato, nota 9,07 e 17,57 pontos. No domingo, ele surfou outro tubaço que valeu 9,13, mas Jordy Smith fez um que recebeu 9,17. Só que todos os recordes foram batidos por Griffin Colapinto, na bateria que fechou o domingo.

Ele conseguiu a primeira nota máxima do CT 2022, em um aéreo full rotation fantástico de backside, muito alto e com grande amplitude. A nota 10 unânime dos cinco juízes, saiu no duelo norte-americano com Kolohe Andino pelas quartas de final e superou a nota 9,87 do tubaço do brasileiro João Chianca em Pipeline, que era o recorde do ano. Griffin também fez o maior placar do MEO Pro Portugal, 17,83 pontos, mas esse recorde do CT 2022 permanece sendo os 18,77 pontos de Kelly Slater na grande final do Billabong Pro Pipeline no Havaí

DECISÃO DE TÍTULO MUNDIAL – Na categoria feminina, a decisão do último título mundial será reeditada nas semifinais em Supertubos, com a vice-campeã Tatiana Weston-Webb enfrentando a pentacampeã Carissa Moore na disputa pela segunda vaga na final do MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl. A brasileira perdeu a melhor de três baterias do Rip Curl WSL Finals de 2021 para a havaiana em Trestles e as duas também chegaram nas semifinais da última etapa em Peniche em 2019.

Ambas terminaram em terceiro lugar, com Carissa perdendo para Lakey Peterson e Tatiana para a campeã do evento, Caroline Marks. As duas vem sendo as melhores surfistas nas ondas de Supertubos esse ano. Tatiana tinha feito os recordes femininos nas oitavas de final disputadas no sábado, nota 7,83 e 14,83 pontos. No domingo, Carissa aumentou essas marcas para 8,50 e 16,17, mas a brasileira voltou a ganhar a maior nota, 8,83, numa esquerda destruída por um batidão vertical, uma rasgada e uma finalização explosiva na junção. Essa onda garantiu a vitória sobre a australiana India Robinson na última quarta de final.

Tatiana Weston-Webb fazendo recordes a cada apresentação em Supertubos (Crédito: ©WSL / Damien Poullenot)

“Fiquei bem feliz com minha performance. É muito bom quando você começa uma bateria com nota 8. Quando vi aquela sessão na junção, eu sabia que tinha que ir com tudo e, graças a Deus, consegui sair da espuma”, contou Tatiana Weston-Webb. “Parabéns também para a India (Robinson), que vem surfando muito bem. É impressionante ver o desempenho de todas essas novatas no CT deste ano. É evidente que o talento delas aumentou o nível do Tour e a gente tem que continuar evoluindo, surfando bem, para encarar essa nova geração”.

No Havaí, as estreantes na elite se destacaram com grandes performances e muita atitude nas ondas épicas de Pipeline e de Sunset Beach. Mas, em Portugal as surfistas mais experientes retomaram o protagonismo em Supertubos. A própria Tatiana vingou a derrota sofrida para a novata Luana Silva e também passou por India Robinson, saltando da 14.a para a oitava posição no ranking no momento. Carissa Moore pode assumir a liderança se chegar na final e a outra semifinal será entre a heptacampeã mundial Stephanie Gilmore e Lakey Peterson.

MEO Pro Portugal apresentado pela Rip Curl está sendo realizado com patrocínio da MEO, Rip Curl, Corona, Portugal Turismo, Red Bull, SHISEIDO, Hydro Flask, Oakley, Havaianas, Expedia, Pura Vida, EDP, Millennium, Hertz e Sambazon. O prazo desta terceira etapa do World Surf League Championship Tour 2022 vai até 13 de março em Peniche e o último dia pode ser assistido ao vivo pelo WorldSurfLeague.com e Aplicativo da WSL, com transmissão especial no Brasil pelos canais Sportv.

SEMIFINAIS DO MEO PRO PORTUGAL: 

CATEGORIA MASCULINA – 3.o lugar com US$ 25.000 e 6.085 pontos: 

1.a: Italo Ferreira (BRA) x Filipe Toledo (BRA)

2.a: John John Florence (HAV) x Griffin Colapinto (EUA)

CATEGORIA FEMININA – 3.o lugar com US$ 25.000 e 6.085 pontos: 

1.a: Stephanie Gilmore (AUS) x Lakey Peterson (EUA)

2.a: Carissa Moore (HAV) x Tatiana Weston-Webb (BRA)

RESULTADOS DO MEO PRO PORTUGAL NO DOMINGO

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com US$ 16.000 e 4.745 pontos: 

1.a: Stephanie Gilmore (AUS) 12,50 x 11,76 Johanne Defay (FRA)

2.a: Lakey Peterson (EUA) 12,84 x 10,33 Courtney Conlogue (EUA)

3.a: Carissa Moore (HAV) 16,17 x 9,00 Tyler Wright (AUS)

4.a: Tatiana Weston-Webb (BRA) 14,66 x 9,73 India Robinson (AUS)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar com US$ 16.000 e 4.745 pontos: 

1.a: Italo Ferreira (BRA) 14,67 x 11,33 Jordy Smith (AFR)

2.a: Filipe Toledo (BRA) 14,00 x 5,00 Conner Coffin (EUA)

3.a: John John Florence (HAV) 12,93 x 10,37 Kanoa Igarashi (JPN)

4.a: Griffin Colapinto (EUA) 17,83 x 10,34 Kolohe Andino (EUA)

OITAVAS DE FINAL – 9.o lugar com US$ 13.000 e 2.610 pontos: 

1.a: Italo Ferreira (BRA) 14,17 x 12,84 Miguel Pupo (BRA)

2.a: Jordy Smith (AFR) 17,34 x 12,33 Connor O´Leary (AUS)

3.a: Filipe Toledo (BRA) 15,33 x 8,10 Jake Marshall (EUA)

4.a: Conner Coffin (EUA) 13,50 x 10,50 Callum Robson (AUS)

5.a: Kanoa Igarashi (JPN) 15,17 x 13,56 Frederico Morais (PRT)

6.a: John John Florence (HAV) 15,30 x 6,93 Nat Young (EUA)

7.a: Kolohe Andino (EUA) 14,33 x 7,60 Jackson Baker (AUS)

8.a: Griffin Colapinto (EUA) 13,57 x 7,86 Kelly Slater (EUA)

TERCEIRA FASE – 17.o lugar com US$ 10.000 e 1.330 pontos:

-------baterias que abriram o domingo:

10: Frederico Morais (PRT) 11,67 x 10,73 Ezekiel Lau (HAV)

11: Nat Young (EUA) 15,60 x 12,00 Ethan Ewing (AUS)

12: John John Florence (HAV) 14,43 x 8,50 Ryan Callinan (AUS)

13: Jackson Baker (AUS) 15,43 x 13,27 Seth Moniz (HAV)

14: Kolohe Andino (EUA) 15,77 x 9,83 Lucca Mesinas (PER)

15: Griffin Colapinto (EUA) 14,33 x 8,77 Jadson André (BRA)

16: Kelly Slater (EUA) 14,57 x 13,37 Caio Ibelli (BRA)

------- baterias que fecharam o sábado:

1.a: Italo Ferreira (BRA) 11,83 x 8,03 Imaikalani Devault (HAV)

2.a: Miguel Pupo (BRA) 11,87 x 10,90 Samuel Pupo (BRA)

3.a: Jordy Smith (AFR) 10,20 x 9,36 Barron Mamiya (HAV)

4.a: Connor O´Leary (AUS) 12,57 x 12,50 Morgan Cibilic (AUS)

5.a: Filipe Toledo (BRA) 15,44 x 9,40 Owen Wright (AUS)

6.a: Jake Marshall (EUA) 12,93 x 9,00 Leonardo Fioravanti (ITA)

7.a: Conner Coffin (EUA) 13,17 x 12,50 João Chianca (BRA)

8.a: Callum Robson (AUS) 11,93 x 11,34 Jack Robinson (AUS)

9.a: Kanoa Igarashi (JPN) 12,17 x 9,53 Justin Becret (FRA)