Kitesurf: Cultura na costa dos Incas
No Smolder na Estrada, além do objetivo de velejar e surfar as ondas mais geladas da América do Sul, o grupo também tem a missão de conhecer e compreender a cultura local
22/Abr/2013 - Célio Beleza - ChileA região de Matanzas é um local de contrastes, uma região pouco povoada com incríveis paisagens naturais para se ver e visitar, com uma gastronomia deliciosa, a base de pescado, com uma cultura inca, hispânica e aborígene.
A gastronomia da região é variada pelos seus peixes e frutos do mar em abundância. Nessa região é costume comer fora de casa, em grupos de amigos ou em casais. A comida costuma ser sinônimo de patache, de panela na mesa, de abundância, quase tanto como a mesa na qual sempre terá espaço para mais uma cadeira. Seus pratos principais são o congro frito com guarnição e a paila marinha, que adiciona todo tipo de frutos do mar, É necessário tempo, paciência e apetite para provar de tudo.
Acordamos bem cedinho hoje é fomos velejar nas perfeitas esquerdas da praia de Pupuya, que tem menor porte para os esportes com prancha da região. Sua onda é formada próximo a desembocadura do rio Rapel, que fica cercado por altos rochedos e protegida por enormes pedras e arrecifes. O vento aqui vem do mar para terra, podendo ficar lateral em alguns pontos da onda, ficando em torno 25 knots o dia todo.
Após o velejo fomos conhecer os aspectos culturais desse lugar com dois moradores da região, a Magaly e o seu marido Juan Francisco. Eles comentaram que o rio Rapel traz vida e sustento para essa região desde os tempos dos aborígenes Promaucaes, que foram os povos antes dos Incas, até os dias de hoje. Não é a toa que as antigas civilizações construíram suas cidades na sua foz. O material que eles usaram para fazerem suas construções era de adobe, um tijolo feito de um tipo de argila arenosa, que tinha a assinatura da pessoa que fazia. Devido ao fenômeno do El Niño e toda a chuva que houve durante esses milhares de anos, essas construções foram se desintegrando.
Depois de um dia intenso de velejo e cultura, é hora de acender uma fogueira para espantar o frio que chega forte com o entardecer. Trocamos rápido as roupas e fomos sentar em torno da fogueira, que fica no terraço do hotel, para jantarmos. O cardápio do dia era garoupa com tomate-cereja e arroz. Jantamos com vista para um magnífico pôr do sol e de frente para a arrebentação do Oceano Pacífico, a lua surgiu no horizonte, como se assistíssemos a um filme em três dimensões.
Como as previsões indicam que o mar voltará a ficar grande e o vento intenso, vamos descansar sexta e sábado e a partir de domingo a ação vai começar cedo e forte nas boas ondulações que chegaram a costa de Matanzas.
“A câmera maker Lívia Melo comenta que o cenário dessa região é único, pois os aspectos naturais e os animais dão ao point um ar internacional, parece que estamos num lugar inexplorado e inóspito.”