#surf #treinamento 

Maya Gabeira começa treino de apnéia no Hawaii

As técnicas, segundo ela, além de melhorarem a capacidade pulmonar, fizeram com que a surfista aprendesse mais sobre os reflexos do corpo quando se está muito tempo sem respirar - situação de risco enfrentada no surf de ondas gigantes

27/Jan/2012 - Terra - Hawaii - Estados Unidos

A brasileira Maya Gabeira é hoje o maior nome mundial do surfe de ondas gigantes no cenário feminino. Seu domínio é tão grande que ela frequentemente compete com os homens. Mas por mais que a carioca seja talentosa, ela também está sujeita a acidentes devido à força da natureza presente na modalidade. E foi um pouco do que aconteceu em agosto do ano passado, na temida onda de Teahupoo, no Tahiti.

Durante o Billabong Pro Tahiti, quinta etapa do Mundial de Surf, um swell gigante atingiu o local e suspendeu a competição. Os big riders (surfistas de ondas gigantes) entraram em ação, e Maya foi para a água. Mas depois de pegar algumas boas ondas, tomou o que talvez tenha sido o maior susto de sua vida - uma enorme série de ondas pesadas na cabeça.

A surfista, acostumada a enfrentar ondas gigantes, não havia passado, até então, por um sufoco parecido. Para enfrentar situações desse tipo, em que a calma e a técnica são essenciais, Maya começou a treinar apnéia estática na piscina (exercício de suspensão voluntária da respiração dentro d'água) e mergulho livre no mar, o freediving, que consiste em mergulhar sem o uso de equipamentos e dispositivos externos de respiração.

"Sempre quis fazer freediving, pois achava que me ajudaria muito na hora de tomar caldos e ficar muito tempo embaixo d'água. Principalmente por eu ter asma, achava que exercitar meu pulmão e minha respiração poderia ser uma forte arma para me trazer confiança e também mais segurança nas ondas grandes", afirmou Maya Gabeira.

Os treinos, que começaram depois de um curso de cinco dias em Kona, no Havaí, promovido por seu patrocinador, continuam em Oahu, também nas ilhas havaianas. "Meu instrutor e eu saímos de Waikiki no jet ski e montamos as cordas e bóias para mergulho atrás do sled. Ficamos a deriva fazendo mergulhos quando temos profundidade suficiente, entre 100 e 300 pés", contou Maya.

Depois dos treinos, Maya já conseguiu ficar embaixo d¿água por quatro minutos na piscina, em apnéia estática, e chegou a 23 m de profundidade no mar, no freediving.