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Moana Jones Wong: a primeira vencedora em Pipe pela WSL

Convidada da etapa vence a final havaiana contra Carissa Moore

07/Fev/2022 - João Carvalho - WSL - Hawaii - Estados Unidos

Assim como Kelly Slater no sábado, a havaiana Moana Jones Wong, de apenas 22 anos de idade, também fez história com a vitória no Billabong Pro Pipeline. Ela entrou na vaga de convidada desta etapa e, no domingo de tubos de 8-10 pés no maior palco do esporte, derrotou a bicampeã mundial Tyler Wright nas semifinais e a pentacampeã Carissa Moore na final. Moana foi coroada como a “Rainha de Pipeline”, pelo título da primeira etapa feminina do World Surf League Championship Tour realizada junto com a masculina em Pipeline.

“Eu nem consigo acreditar. Esse é o melhor momento da minha vida”, disse Moana Jones Wong, ainda dentro d´água sendo entrevistada após a vitória sobre Carissa Moore. “Eu jamais imaginei que poderia conseguir isso, ainda mais contra a Carissa (Moore), a melhor surfista do mundo. Ela é a minha surfista preferida e tudo isso é muito insano de acreditar. Sempre quis fazer uma final em Pipeline com a Carissa, mas nunca pensei que pudesse acontecer”.

A havaiana participou do Billabong Pro Pipeline na vaga de convidada, por ter vencido a etapa do WSL Qualifying Series realizada em dezembro em Pipeline. Ela surfa esses tubos desde os 12 anos de idade e essa tinha sido a quarta final dela em etapas do QS em Pipeline. A quinta foi neste domingo, mas agora enfrentando as melhores surfistas do mundo. Moana estreou na mesma bateria da Carissa Moore na primeira fase, já carimbando a faixa da pentacampeã, que se classificou em segundo lugar.

Moana Jones Wong festejando a vitória no Billabong Pro Pipeline (Crédito: ©WSL / Brent Bielmann)

Depois, passou pela vice-campeã mundial, Tatiana Weston-Webb, nas oitavas de final e pela australiana Isabella Nichols nas quartas de final, sempre surfando lindos tubos nas esquerdas de Pipeline. No domingo não foi diferente. Pegou quatro na semifinal contra Tyler Wright, somando as notas 7,67 e 6,33 dos dois últimos. A bicampeã mundial chegou a tirar a maior nota do último dia, 8,83, num tubaço no Backdoor, porém foi o único que surfou.

“Ontem (sábado), quando vi o Kelly (Slater) ganhando essa prancha (shapeada pela lenda viva do esporte, Gerry Lopez), pensei que queria uma dessa também”, disse Moana Jones Wong, já no pódio do Billabong Pro Pipeline. “Eu já chorei bastante e estou quase chorando de novo. Estou muito feliz e nem sei o que dizer, só agradecer a Deus, minha família e todo mundo que está aqui na praia. Vocês são demais e obrigado especialmente a Pipeline por tudo isso”.

Essa foi a primeira etapa do WSL Championship Tour que Moana Jones Wong participou e já faturou o prêmio máximo de 80.000 dólares, o mesmo valor recebido por Kelly Slater no Billabong Pro Pipeline. A última vitória de uma convidada que não fazia parte do grupo das top-17 da elite mundial, tinha sido em 2010 com Tyler Wright em Sunset Beach, palco da próxima etapa, que começa na sexta-feira (dia 11), o Hurley Pro Sunset Beach.

Moana Jones Wong liquidou suas adversárias nos tubos de Pipeline (Crédito: ©WSL / Brent Bielmann)

DECISÃO DO TÍTULO – A histórica primeira etapa completa do CT feminino em Pipeline, foi encerrada com uma decisão havaiana de 40 minutos de duração. Era a número 1 do mundo contra a última na relação das cabeças de chave do evento. A pentacampeã mundial tentou pegar a primeira onda no Backdoor, mas o tubo não rodou. Carissa foi então rebocada pelo jet-ski até o outside, uma grande ajuda para as mulheres no mar pesado do domingo.

Apontada pelo havaiano Jamie O´Brien, como a melhor surfista em Pipeline em todos os tempos, Moana competiu de capacete para se proteger e começou já dropando uma morra, fazendo o primeiro tubo na final. A primeira nota nem havia saído e ela já pegou outro tubão nas esquerdas de Pipeline, para largar na frente com notas 6,67 e 5,33. Carissa tinha perdido para Tyler Wright, a final em Pipe que abriu o CT 2021, então queria a vitória esse ano.

Ela bota pra dentro de backside num tubaço em Pipeline, fica bem profundo, mas o lip a derruba, com os juízes dando apenas 2 pontos. Logo, Moana agita a torcida de novo com um drop insano numa onda grande, da série, porém não conseguiu se encaixar no tubo e a nota 3,33 foi descartada. A bateria chegou na metade com Carissa precisando de uma nota 10 para tirar a vitória da local de Pipeline.

Moana Jones Wong sempre completada os tubos sorrindo de alegria (Crédito: ©WSL / Brent Bielmann)

A atual campeã mundial era a recordista absoluta do Billabong Pro Pipeline, com a nota 9,50 de um tubo espetacular surfado no Backdoor e os 14,67 que totalizou nesta mesma bateria das oitavas de final, contra outra havaiana, Bethany Hamilton. Depois, Carissa venceu as quartas de final com uma nota 8,33 também nas direitas do Backdoor. Mas, no domingo as melhores ondas eram as esquerdas de Pipeline.

Foi onde Moana Jones se jogou em outra morra, desta vez ficando mais profundo lá dentro, mas sem conseguiu sair. Carissa também mostra atitude numa direita cavernosa do Backdoor, só que fica lá dentro. Já Moana surfa outro tubaço incrível em Pipeline, com uma intimidade impressionante e iguala o 6,67 da sua maior nota. Com isso, abriu grande vantagem sobre Carissa, que teria que começar do zero, ou seja, surfar dois tubos com notas acima de 6,67.

Só que as séries pararam de entrar por um bom tempo e veio uma quando restavam 2 minutos para o término da bateria. E foi Moana Jones Wong quem fez mais um tubaço em Pipeline, saindo com os braços pra cima saudando a torcida e sempre sorrindo, como se estivesse se divertindo numa das ondas mais perigosas do mundo. Os juízes dão 7,67 para ela festejar o título por 14,34 a apenas 3,73 pontos da pentacampeã mundial, Carissa Moore.

Carissa Moore vice-campeã do Billabong Pro Pipeline (Crédito: ©WSL / Tony Heff)

“Eu sinto que estou sempre aprendendo, porque hoje atingi meus limites e achei que as condições estavam muito difíceis para mim”, disse Carissa Moore. “Senti que ganhei um pouco mais de experiência no line-up, surfando apenas com a Moana (Jones Wong) e antes com a Lakey (Peterson) lá fora. Então, só tenho que agradecer a WSL e parabéns para a Moana. Ninguém mais merecia a vitória do que ela, que se dedicou mais do que qualquer outra surfista durante anos aqui em Pipeline. Deu para ver isso. Ela mandou muito bem e mereceu a vitória”.

EVENTO HISTÓRICO – O Billabong Pro Pipeline entra na história como um evento realizado desde o início com ondas épicas e tubos espetaculares, tanto nas esquerdas de Pipeline, como nas direitas do Backdoor. Kelly Slater fez história também, ao vencer a 56.a etapa da sua carreira e a oitava em incríveis treze finais em Pipeline. Dos sete surfistas que enfrentou esse ano, apenas um, o brasileiro Miguel Pupo, tinha nascido 30 anos atrás, em 1992, quando ele conquistou sua primeira vitória no templo sagrado do esporte e seu primeiro dos onze títulos mundiais. E o Miguel tinha apenas 1 aninho de vida e seu pai, Wagner Pupo, ainda competia.

Essa parte da história foi escrita no sábado e no domingo foi a vez de Moana Jones Wong registrar seu nome como a primeira campeã de uma etapa feminina do WSL Championship Tour 100% disputada nos tubos mais desejados do mundo. Ela também se tornou a primeira convidada a ganhar uma etapa após 12 anos do título conquistado pela hoje bicampeã mundial Tyler Wright em Sunset Beach, em 2010 quando não era da elite.

Tyler Wright tinha sido a última convidada a vencer uma etapa do CT (Crédito: ©WSL / Tony Heff)

Billabong Pro Pipeline foi realizado com o patrocínio da Billabong, Red Bull, Expedia, Shiseido, Oakley, Hidro Flask, Flying Embers, Spectrum, 805 e Pura Vida. Todas as etapas do World Surf League Championship Tour 2022 passam ao vivo pelo WorldSurfLeague.com, pelo Aplicativo YouTube da WSL e no Brasil tem transmissão especial pelo GloboplayGE.Globo.com e nos canais do Sportv a partir das quartas de final.

GRANDE FINAL DO BILLABONG PRO PIPELINE:

Campeã: Moana Jones Wong (HAV) por 14,34 pts (7,67+6,67) - US$ 80.000 e 10.000 pontos

Vice-campeã: Carisssa Moore (HAV) com 3,73 pts (2,00+1,73) - US$ 45.000 e 7.800 pontos

SEMIFINAIS FEMININAS – 3.o lugar com 6.085 pontos e US$ 25.000:

1.a: Moana Jones Wong (HAV) 14,00 x 9,76 Tyler Wright (AUS)

2.a: Carissa Moore (HAV) 7,84 x 1,26 Lakey Peterson (EUA)

TOP-10 DO WSL CHAMPIONSHIP TOUR 2022:

1.a- Moana Jones Wong (HAV) – 10.000 pontos

2.a- Carissa Moore (HAV) – 7.800

3.a- Tyler Wright (AUS) – 6.085

3.a- Lakey Peterson (EUA) – 6.085

5.a- Johanne Defay (FRA) – 4.745

5.a- Isabella Nichols (AUS) – 4.745

5.a- Malia Manuel (HAV) – 4.745

5.a- Brisa Hennessy (CRI) – 4.745

9.a- Tatiana Weston-Webb (BRA) – 2.610

9.a- Sally Fitzgibbons (AUS) – 2.610


TOP-22 DO WSL CHAMPIONSHIP TOUR 2022:

1.o- Kelly Slater (EUA) – 10.000 pontos

2.o- Seth Moniz (HAV) – 7.800

3.o- Miguel Pupo (BRA) – 6.085

3.o- Caio Ibelli (BRA) – 6.085

5.o- Kanoa Igarashi (JPN) – 4.745

5.o- John John Florence (HAV) – 4.745

5.o- Samuel Pupo (BRA) – 4.745

5.o- Lucca Mesinas (PER) – 4.745

9.o- Filipe Toledo (BRA) – 3.320

9.o- Italo Ferreira (BRA) – 3.320

9.o- Jordy Smith (AFR) – 3.320

9.o- Leonardo Fioravanti (ITA) – 3.320

9.o- Callum Robson (AUS) – 3.320

9.o- João Chianca (BRA) – 3.320

9.o- Carlos Munoz (CRI) – 3.320

9.o- Barron Mamiya (HAV) – 3.320

17.o- Conner Coffin (EUA) – 1.330

17.o- Griffin Colapinto (EUA) – 1.330

17.o- Frederico Morais (PRT) – 1.330

17.o- Jack Robinson  (AUS) – 1.330

17.o- Deivid Silva (BRA) – 1.330

17.o- Ethan Ewing (AUS) – 1.330

-----------outros sul-americanos:

17.o- Miguel Tudela (PER) – 1.330 pontos

33.o- Gabriel Medina (BRA) – 265

33.o- Yago Dora (BRA) – 265

33.o- Jadson André (BRA) – 265

COVID-19 – A saúde e segurança dos atletas, funcionários e da comunidade local, são de extrema importância para a World Surf League, que trabalha em estreita colaboração com as autoridades de saúde locais, para implementar um protocolo mais completo possível para a proteção de todos em relação ao COVID-19. Os procedimentos incluem triagem antes do evento, testes contínuos e controle para a circulação mínima de pessoas no local da competição.