#treinamento 

Paddleboard é a onda da vez

Nem os dias sem ondas tiram o surfista do mar. Aliar treinamento e o prazer de compartilhar com os amigos momentos de pura interação com a natureza é privilégio para poucos.

09/Abr/2008 - Marcos André Araújo - Salvador - Bahia - Brasil

Utilizado, no princípio, como meio de locomoção entre os nativos havaianos, na travessia entre as ilhas, o paddleboard é hoje considerado esporte de competição. Popular entre os surfistas de ondas grandes do arquipélago havaiano, o desporto já vem ganhando força também no Brasil, apesar de ainda ser pouco difundido por aqui.

Muitos surfistas no mundo praticam o paddleboard (prancha especial para remadas) para manterem-se em forma durante as épocas de ondas pequenas. Para Bruno Pitanga, atual campeão baiano da 1ª Travessia Mar Grande, realizada em janeiro deste ano, em Salvador (BA), além do prazer, o esporte proporciona um maior rendimento na arte do surf. "O principal fator é o condicionamento físico aeróbico. O atleta fica mais tempo fluindo na onda", garante o surfista que também é profissional de educação física.

Pitanga explica que, em remadas de longa duração, acima de uma hora, o atleta trabalha toda a musculatura do tronco e braços e, com isso, boa parte da massa corporal estará em atividade, gerando uma expressiva melhora do sistema cardiorespiratório. "O exercício de remadas oceânicas três vezes por semana, trás benefícios de prevenção à lesões musculares, direta ou indiretamente envolvidas com a prática do fundamento básico do surf, que é a remada", explica Bruno.

Oceano - Além de tais benefícios, as remadas de paddleboard estão associadas a um grande relaxamento mental. Sempre executadas a uma boa distância da costa, esta prática garante o contato direto com a vida marinha. "É alucinante ver a cidade de outro ângulo, enxergar o caos das avenidas e só ouvir o barulho da água batendo no casco", comenta José Hebert, terceiro colocado na 1ª Travessia Mar Grande, que se sente contemplado por ter o mar para quebrar a rotina.

Algumas competições estão ocorrendo e a modalidade começa a conquistar novos adeptos. Com uma prancha de 15 pés, aproximadamente cinco metros, os surfistas fazem grandes travessias marítimas remando deitado, como na competição Molokai To Oahu Paddleboard Race, que acontece entre duas ilhas em um canal chamado Kaiwi Channel, no Hawaii. Considerado um dos canais mais perigosos do mundo, neste são remados cerca de 50 quilômetros, ou seja, 32 milhas. Este esporte também é bastante praticado na Austrália, onde tem como representante, o atual campeão mundial, o salva-vidas Jamie Mitchell.

O shaper baiano Maurício Abubakir começou a confeccionar as pranchas de remada ao voltar de uma temporada havaiana e notar que os melhores surfistas de ondas grandes praticavam paddleboard. "Comecei fazendo pra mim, para os meus irmãos e hoje já estou perto das 60 fabricadas", comentou o surfista que só vem aprimorando a sua técnica. "As primeiras pranchas era de poliuretano, mas com o epox a prancha fica mais leve", diz Maurício que também é dono da marca Quebra Coco.

Para os que queiram se aventurar, o investimento custa em média R$ 2.200 e as pranchas podem ser encomendadas pelo telefone (71) 3362-8573 ou através do e-mail qcabubakir@ig.com.br