Pernambuco vai testar telas de proteção para impedir ataques
Os detalhes do edital serão definidos hoje, em reunião do Cemit
20/Set/2013 - Diário de Pernambuco - Recife - Pernambuco - BrasilA tela de proteção contra tubarões será testada nos próximos meses no litoral de Pernambuco. Uma licitação vai ser aberta para seleção de projetos de contenção a serem instalados na área de proibição de surf e esportes náuticos de cerca de 30 km entre Olinda e o Cabo. A decisão atende a uma das recomendações do Ministério Público de Pernambuco feitas após a morte da turista paulista Bruna Gobbi, 18 anos, atacada em Boa Viagem em julho. Os detalhes do edital serão definidos hoje, em reunião do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), mas o documento não tem data para ser lançado.
As telas serão instaladas de maneira provisória, possivelmente nos fins de semana, em trechos de pequena extensão, e terão uma proposta diferente do projeto estudado pelo Cemit desde 2010. A sugestão anterior, do Instituto Praia Segura, previa a interdição do trecho de praia em frente ao Castelinho, em Boa Viagem, para teste de uma rede de 450 m de extensão e 5 m de altura durante dois meses. A proposta era usar o material em eventos de esportes náuticos. A recomendação do MPPE, porém, é estender a colocação das redes para proteção de banhistas.
Os detalhes do novo modelo, como tamanho e material, serão definidos de acordo com os projetos, assim como o trecho onde serão testadas as redes. Serão levados em consideração a disposição geográfica das praias, a quantidade de frequentadores e a viabilidade econômica. “O MPE nos recomendou a tela para ampliação da área de segurança. Queremos fazer uma experimento para discutir qualquer projeto definitivo”, explicou a presidente do Cemit, Rosângela Lessa.
Outras medidas
Além da tela, o comitê anunciou outras ações para atender as recomendações. Uma delas será o aumento da quantidade de placas de advertência sobre proibição de surfe e esportes náuticos em Olinda, Recife, Cabo e Jaboatão, assim como a criação de uma placa de demarcação do início e fim da área de risco. Parte dos modelos, adotados desde 1995 e cuja última manutenção foi feita em novembro de 2011, passará por mudanças.
A atenção às correntes de retorno, responsáveis por levar Bruna a um trecho mais profundo do mar, foi redobrada pelos Bombeiros. O número de bandeiras de alerta subiu de um para sete em cada um dos sete pontos de corrente e um helicóptero será usado para monitorar correntezas.
O efetivo de guarda-vidas subiu de 53 para 64 e mais três jet skis foram acrescidos. As placas de imobilização e transporte, que só existiam nas viaturas, foram colocadas em todos os postos avançados e kits de oxigenoterapia foram distribuídos em sete postos de Boa Viagem. “Atingimos o fato inédito de não registrar nenhum salvamento desde 26 de julho”, disse o tenente-coronel Arnóbio José de Almeida. Neste mês, uma campanha educativa será lançada, com palestras.