Projeto acorda bodyboard adormecido no estado paulista

O evento, que aconteceu na última segunda-feira (12/4), no Teatro Guarany, superou as expectativas dos organizadores e atingiu o principal objetivo que era reunir os praticantes do esporte.

"Foi tudo perfeito. A gente conseguiu trazer três gerações de boadyboaders para cá. Desde o (Adilson) Chumbinho que foi o precursor aqui na cidade, passando por bodyboarders da minha geração, até o pessoalzinho que está começando agora", comemorou o responsável pelo projeto, o santista Rock Alexandre.

De acordo com Rock o estado paulista tem muito atleta com potencial, porém, andavam dispersados por falta de eventos e campeonatos. Por isso, uma das responsabilidades desse projeto é juntar esses atletas para levantar o esporte na região.

A presença das mais de 250 pessoas no teatro em pleno dia de semana foi lembrada pelo organizador Bruno Espósito. "Por ser uma iniciativa pioneira e mesmo com a dificuldade da data, já que muitos aqui presentes estudam, está todo mundo muito bem receptivo. A galera veio mesmo conferir de perto e, isso, é o mais importante para o crescimento do esporte".

Ainda na plateia estavam dois personagens principais nesta noite de gala bodyboarding. Vindos diretamente do Rio de Janeiro, o bodyboarder e big rider niteroiense Dudu Pedra, e o videomaker Gustavo Camarão, se mostraram surpresos com o local da apresentação do seu mais novo filme D. Pedra.

"Eu estou bastante impressionado com o local. A produção do filme também está toda linda. O trabalho foi feito com muito carinho. Então, juntar todas essas coisas me deixa muito feliz e espero que o público tenha gostado tanto quanto eu", confessou Pedra.

Já para Camarão, editor e realizador de D.Pedra, com 10 anos de carreira, estar no Teatro Guarany foi mais que especial. "A gente sempre faz estreia quando lança um filme, mas posso te falar que aqui é o melhor lugar que eu já estive. Achei mais organizado e mais bonito. Estou feliz de estar aqui no teatro".

Antes da sessão - Às 19h30, o público já se aglomerava no hall do teatro localizado no Centro de Santos. Recepcionados pelo som de surf music e black, comandados pelos DJs Michael Pita e Dido, puderam conferir fotos do fotógrafo profissional e bodyboarder havaiano Happy Zurowski.

"Ao total são 12 fotos, todas tiradas no Hawaii e em cada uma dela o Happy consegue mostrar toda a beleza da natureza que a gente vê quando está surfando", explicou a namorada do artista, a bodyboarder profissional, Akemi Saito.

Representando as atletas femininas, foi Akemi que subiu ao palco e fez as honras desta noite histórica. "Para mim é uma honra ser a apresentadora do primeiro Projeto Cine Bodyboard que, com certeza, vai dar um 'boom' para a evolução da modalidade aqui no estado de São Paulo", disse a atleta local de Itanhaém.

Luzes apagadas - Antes de exibir o principal filme da noite, os organizadores copilaram diversos depoimentos de bodyboarders com o intuito motivacional. "Tentamos pegar várias pessoas ligadas ao esporte da região, como o Gustavo Prado e o Elmo Ramos, para não só dar dicas e incentivo, como também opinar sobre o projeto. Queremos que o Cine Bodyboard tenha a cara de todo mundo", contou Rock Alexandre.

Depois de 25 minutos de grandes ondas surfadas por Dudu Pedra em picos como a praia niteroiense Itacoatiara, e outras dropadas no México e Chile, a plateia em delírio ainda faturou brindes.

Cada participante que trocou um kilo de alimento pelo ingresso teve a chance de faturar presentes. Foram sorteados 12 brindes, entre eles um curso de inglês da USA International e uma prancha Void Rider novinha, entregue pela mão de Dudu Pedra.

"Receber a prancha das mãos do Dudu foi o máximo. Ele é um cara super gente boa, é um ídolo para todos, principalmente, por dropar ondas grandes e representar bem o esporte", salientou o bodyboarder amador, de Praia Grande, Bruno Alves Mazotti, um dos premiados.

Ao todo foram arrecadados mais de 250 quilos de alimentos que serão doados para a Creche Peniel, em São Vicente.

Depois da estreia - Além da promessa feita durante o evento por Rogério Bezerra, responsável pela Federação Paulista de Bodyboard, de revitalizar o esporte e promover ainda este ano um Circuito Paulista, o público pode conhecer um pouco mais sobre o equilibrado Dudu Pedra que se mostra agressivo dentro d'água e tranqüilo fora dela.

"Todo mundo tem situações de ódio, ira e raiva. E eu tento não colocar isso no meu dia a dia para as pessoas que estão do meu lado. Procuro liberar dentro da água, o que me ajuda a ultrapassar meus limites e extrapolar nas manobras", contou o ídolo de todas as gerações.

Para o atleta de Niterói que enfrenta as ondas grandes e pesadas de Itacoatiara, a praia é beneficiada devido a sua geografia. "É o único pico que recebe influência totalmente de sul. Então todo swell e frente fria que vem, as ondas chegam totalmente desencaixadas e com todas as forças".

Dudu disse que outras praias perdem força porque estão localizadas de lado e Itacoatiara está de frente. "O swell entra direto na bancada, bem grande e pesado. Num comparativo com a Pipeline, Itacoatiara só perde na constância, mas a força das ondas não deixa para trás. Tem dia que lembra Pipe", descreveu. Segundo ele, foi em Itacoatiara que surfou sua maior onda. "Estava com uns 15 pés, quebrando atrás das pedras. Olhando de frente tinha a altura maior que um poste", completou.

Este ano Dudu Pedra irá competir uma das etapas do Circuito Mundial, no México, mas seu objetivo não está nas competições. "Tenho treinado para chegar ao México e me dar bem. Mas, o meu foco é viajar pelo mundo, conhecer outros lugares, fazer imagens. E, quem sabe o ano que vem trazer algum outro vídeo, uma outra novidade para a galera", prometeu.

O Projeto Cine Bodyboard contou com apresentação de Void Rider, Boaz Surf Shop. Apoio de Mana Loa, USA International, Villa Di Pompéia e Dbass. Divulgação de Ride It, Que! e Fama Assessoria. As fotos com os melhores momentos do evento já estão disponíveis no site www.projetocinesurf.com.br.