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Recife artificial poderá ser instalado em Niterói

A construção de um recife artificial na praia de Piratininga está previsto em um projeto que será discutido da Câmara Municipal de Niterói

10/Ago/2010 - Karina Fernandes - Niterói - Rio de Janeiro - Brasil

Na próxima segunda-feira, dia 26, uma reunião na Câmara Municipal de Niterói, às 19h, vai debater o assunto. Atingida pela força do mar desde 1988, Piratininga teve o maior prejuízo em 1996, quando uma forte ressaca fez o calçamento desabar. Depois disso, a orla já foi afetada outras cinco vezes.

A ONG Preammar (Preservação Ambiental, Marinha e Ações Renováveis) é a idealizadora do projeto de construção do fundo artificial. Um estudo geográfico, biológico e oceanográfico definiria a posição e tamanho exatos para a construção. O coordenador da ONG, Jefferson Ferreira França Júnior calcula que o recife mediria cerca de 20 mil metros cúbicos. Ele prevê que a execução ficaria em torno de R$ 4 milhões, sendo 20% para os estudos (que durariam em torno de um ano) e 80% para a implantação, que levaria cerca de três meses para estar concluída. Jefferson explicou a importância do projeto.

“Este recife é multifuncional. Ele serviria para dissipar a energia das ondas antes que cheguem à praia, evitando que atinja o calçadão e o destrua; acumularia areia entre o fundo artificial e o calçadão, alargando a faixa para banhistas e melhorando as condições para o banho de mar; modificaria a quebra das ondas, proporcionando um mar perfeito para a prática do surfe; e também beneficiaria o ecossistema marinho”, detalha.

Ferreira França conta que não há transtorno para a população. Segundo ele, o recife é formado de sacos de geotêxtil cheios de areia. A posição seria em média de 100 metros da beira do mar. Jefferson destaca três motivos que influenciam para que o calçadão não aguente o impacto das ondas e quebre.

“As marés altas; as tempestades extremas, com ondas de aproximadamente 4 metros; e a direção da ondulação empurrada pelo vento sudoeste, que faz com que o mar atinja o calçadão, deixando-o destruído”, expõe. O coordenador da ONG ressalta a flexibilidade do projeto. De acordo com ele, seria fácil alterar a proporção de areia, caso ocorra algum impacto negativo.

“Se precisar diminuir ou aumentar a dimensão do recife, não teria problemas. Bastaria colocar ou retirar a areia dos sacos”, elogia.

O presidente da Associação de surfistas de Niterói, Renato Bastos, acredita que a mudança seria benéfica para a prática do esporte na cidade que é o berço de muitos talentos do surfe.

“Com o fundo, as condições do mar seriam perfeitas para a prática do surfe e de outros esportes marítimos. Aqui em Niterói temos muitas crianças com talento e queremos revelá-los. Com a realização dos campeonatos e outros eventos, iríamos atrair turistas de todas as partes do País. Os surfistas de Niterói vêm conquistando vários títulos pelo Brasil”, grifa.