Recifes artificiais marinhos dos Piratas da Armação
26/Jun/2009 - Pedro Alcântara - Arm dos Búzios - Rio de Janeiro - BrasilO programa têm com objetivo criar ecossistemas artificiais semelhantes aos substratos rochosos, com a fixação de módulos pré-fabricados de concreto e telhas, aderindo e atraindo organismos marinhos e peixes e contribuindo para a conservação da biodiversidade e dos recursos pesqueiros através da criação de áreas de proteção.
Histórico:
Em 1988 fui convidado para fazer um mergulho de apneia com um amigo pescador, nas costas marítima de Búzios e fiquei fascinado com os recifes, ao final do mergulho expressei minha admiração pela beleza dos corais ali existentes, e tive com resposta que no passado era realmente lindo, mas que devido aos barcos de arrastão e vandalismo dos turistas de quererem levar os corais como lembranças, o fundo do mar estava destruindo e que os peixes já não eram em grandes quantidade.
Em 1992, convidei uma amiga para fazer o mesmo mergulho de apneia que no final agradeceu dizendo estar encantada com a beleza dos corais, de imediato teve a mesma resposta : Já foi lindo.
Comecei a imaginar com deveria ter sido na época do meu amigo pescador e algo deveria ser feito para preservar o fundo do mar.
Com amigos que gostavam de mergulhar e preocupados com as condições dos recifes naturais, decidimos fazer algo para protege-los das redes de arrasto. Era preciso desenvolver recifes artificiais com características naturais usando materiais que não agredissem a natureza.
Construímos vários pequenos módulos de concreto com vasos de cerâmicas e telhas, com a finalidade de servir como obstáculo dos arrastões e habitat de lagostas e polvos. A experiência foi válida pôr um período, mas não deu certo, pois os módulos não apresentavam lastro suficiente para impedir as redes de arrastão. Começamos a refazer os módulos de concretos, mas desta vez unidos uns aos outros para obter união, fixação e peso, mas notamos que mesmo fixada e com peso a força de tração da rede era suficiente para destruir e remover os recifes artificiais.
Observando como é o funcionamento da rede de arrasto, concluímos que era preciso desenvolver peças não retentivas, para que os cabos e as redes dos arrastões não se fixassem nos recifes artificiais.
A formula encontrada e aprovada foi elaborar as peças em forma piramidal com base quadrangular e pentagonal.
Atualmente esses recifes artificiais estão envolvidos por corais naturais e em perfeita sintonia com a natureza e cumprindo a sua função de proteção na reconstituição da flora e da fauna marinha, que foi sensivelmente abalada com o adensamento urbano, caça predatória de peixes e elementos naturais do fundo do mar e apresentando excelentes resultados.
Produção:
Feitos com o objetivo de proteger os recifes marinhos da pesca predatória (redes de arrasto) e preocupado em evitar o emprego de materiais poluentes foram utilizadas estruturas pré-fabricadas de concreto e telhas, utilizando um cimento apropriado, por apresentar alta resistência e qualidade ambiental ( pH compatível ao do ambiente marinho).
Para se formar a estrutura dos corais artificiais, foi preciso desenvolver uma tecnologia toda própria onde são utilizados: telha, arame e vergalhão de ferro, cobertos por cimento e com uso de plástico como isolante no momento da construção, o módulo apresenta diversas aberturas de vários tamanhos tornando-se um excelente abrigo para os peixes, além de manter o fluxo de água que facilita a adesão da flora marinha e permite uma boa fixação no fundo de areia, além de não agredir visualmente e contribuir para o paisagismo submarino.
BENEFÍCIO SÓCIO-ECONÔMICO
A implantação do projeto RAMPA vem preservando e protegendo em curto, médio e longo prazo a fauna e a flora marítima da região, aumentando a biomassa pesqueira devido ao desenvolvimento de ambientes de refúgio e alimento em fartura, dificultando a pesca predatória e criando opções aos pescadores artesanais (redes de espera, pesca de linha e outros), beneficiando também o ecoturismo e as atividades ligadas a pesca esportiva e ao mergulho, transformando o parcel da praia do Canto mais atrativo para estas atividades.