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Surf a motor em Brasília

Jet Surf combina elementos do surfe com um motor que permite chegar a até 53km/h, esta nova modalidade exige preparo, mas é perfeita para águas mais calmas como no Paranoá

28/Mai/2012 - Redação - Correio Braziliense - Brasil

Se a falta de ondas no lago Paranoá, em Brasília, é um empecilho natural para os “surfistas do Paranoá”, um motor de 86 cilindradas, que permite uma velocidade de até 53km/h, pode ser a solução. O Jet Surf, como o esporte é chamado, consiste basicamente nisso: uma prancha teoricamente comum, mas acoplada a um propulsor de dois tempos.

“Acredito que era o que faltava na área náutica, uma prancha com motor muito leve, que pesa só 15kg e não precisa de uma lancha, como o esqui aquático, nem de um lugar específico para guardar, como acontece com o jet ski”, compara o engenheiro Bruno Costa, um dos responsáveis por trazer o Jet Surf para o Brasil.

A origem, no entanto, nada tem a ver com o país, muito menos com o Lago Paranoá. O esporte — ou ainda hobby, por enquanto — foi criado pelo engenheiro tcheco Martin Sula, um apaixonado por carros e motocicletas que trabalhou na Fórmula 1 e na Moto GP, e, há dois anos, decidiu fabricar um brinquedo cheio de velocidade para as águas. “Sula presenteou pilotos como Sebastian Vettel, Kimi Raikkonen e Vitaly Petrov com protótipos e eles participaram do primeiro campeonato da modalidade”, conta o empresário Augusto Hughes. No Brasil, o Jet Surf chegou há quase dois meses, e a dupla Bruno e Augusto esperam organizar um campeonato até o ano que vem. Eles brincam que ainda faltam surfistas corajosos para se aventurar na prancha. Na verdade, além disso, talvez o preço salgado de cada prancha assuste mais: cada exemplar custa cerca de R$ 35 mil reais.

As competições são como no snowboard — percursos com obstáculos a serem contornados pelos surfistas. É possível fazer saltos, como no skate, além de corridas em linha reta. E a prancha pode ser usada em água doce, salgada, com ondas ou sem, apesar de ser mais fácil conduzir em águas planas, sem ondulações, como o Lago Paranoá. Quem não tem intenção de competir também pode aproveitar o brinquedo como lazer e tentar fazer manobras. Para garantir a segurança, os surfistas devem usar uma pulseira que se conecta ao acelerador. Ao cair, a pulseira se desconecta e a prancha para automaticamente.

O empresário Luciano Raposo, 40 anos, pode ser considerado um dos primeiros jet surfistas do país. Como é de imaginar, ele conta que uma das melhores partes do esporte é a adrenalina da velocidade. “É como surfar no mar, é uma emoção, a vontade de não cair é superforte, às vezes saio da água tremendo por conta da adrenalina.”

O curioso é que, ao contrário de um jet ski, por exemplo, a nova modalidade exige bastante do físico e, normalmente, os surfistas só conseguem ficar na prancha por 20 minutos. “Cansa bastante, é uma atividade física constante que trabalha todos os grupos musculares. Inclusive mudei minha série na academia para malhar mais as partes que ficam doloridas depois de surfar”, diz Luciano.

Motor

» Para dar a partida e manter o motor funcionando, há uma bateria de lítio com autonomia de quatro horas

» O motor de dois tempos tem um tanque de 25 litros que deve ser abastecido com gasolina para acelerar a prancha. Uma vez cheio, garante uma hora e meia de autonomia

» Motor de 86 cilindradas

» Em linha reta, pode chegar a 53 km/h

Manutenção

» Depois de um dia de surf, a recomendação é “adoçar” a mecânica, lavando tudo com água doce

» Deixar secar para retirar toda a água do sistema

» Aplicar óleo em spray para conservar o motor e mantê-lo seco

» Deixar a tampa do motor aberto, para ventilar

Legislação

Por se tratar de uma modalidade nova, ainda não há legislação a respeito da prática do Jet Surf, mas, como o esporte inclui motorização, o mais provável é que ele se submeta às regras de esportes náuticos a motor, com a necessidade de equipamento de segurança e licença própria.

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