Um tesouro Pernambucano
Na revista surfar Ed. 27 de Out e Nov, os leitores tiveram a oportunidade de apreciar "um segredo pernambucano", com fotos alucinantes registradas por Clemente Coutinho e texto do jornalista Lucas Gayoso (revista Surfar)
05/Nov/2012 - Alexandre Ferraz - Ipojuca - Pernambuco - BrasilNa revista surfar Ed. 27, do mês de Out e Nov, os leitores tiveram a oportunidade de apreciar "um segredo pernambucano", com fotos alucinantes registradas pelas lentes do renomado fotógrafo Clemente Coutinho e texto do jornalista Lucas Gayoso (revista surfar).
Durante a temporada do inverno pernambucano, Alexandre Ferraz produziu um vídeo com sua própria GoPro e imagens de ação por Clemente Coutinho e Felipe Queiroz, intitulado como o tesouro pernambucano, pois a anos o pico vem sendo guardado a sete chaves e protegido pelo forte localismo.
Para quem ainda não conferiu revista já está nas bancas de todo Brasil.
Nos bastidores da matéria Lucas Gayoso, enviou algumas perguntas para alguns atletas, entre eles para Ferraz, que revela na entrevista abaixo alguns segredos.
Como vocês fazem para manter em segredo a localização dos secrets?
Na realidade muita gente já sabe da localização dos principais “secrets”, porém o perigo devido ao grau de dificuldade das ondas, quebrando em uma rasa bancada de coral afiada, com menos de um metro associado ao forte localismo, torna-se quase ”impossível” alguém de fora surfar, pra quem não sabe, evitamos divulgar a localização, fotos com legendas e etc. As melhores ondas quebram aproximadamente de 300 a 400 metros da costa e abaixo do nível do mar, olhando da beira fica difícil de visualizar.
Em qual época do ano as lajes funcionam melhor?
As melhores ondas quebram no período de inverno no hemisfério sul, entre os messes de maio a setembro.
Quais são as dificuldades de acesso para chegar no pico?
A distancia e a má conservação das rodovias, a distancia entre a areia e os “secrets” em alguns casos é necessário o apoio de um barco ou jetsky.
Qual a maior dificuldade do surf em lajes?
O litoral Pernambucano nem sempre recebe grandes ondulações e geralmente o vento maral predomina, atrapalhando assim a formação das ondas. A maior dificuldade é unir os fatores climáticos positivos como swell leste/sudeste com mais de dois metros e vento terral.
A costa nordestina abriga muitos tubarões. Isso é uma preocupa vocês dentro dágua? Já houve algum ataque nessa região?
Com certeza, entretanto nunca houve ataque nessa região, apesar de já termos avistado alguns tubarões, o ecossistema ainda encontra-se “equilibrado”, peixes de grande porte e muitas tartarugas gigantes, nos deixa um pouco mais tranquilos.
Fale um pouco sobre como foi esse swell, proporcionou muitos tubos?
A temporada começou bem fraca, deixando muito a desejar, no inicio de julho as previsões eram das melhores, o swell marcava 2,5 metros de leste/sudeste com um período de 10 a 12 segundos, as condições estariam bem favoráveis para explorar as bancadas, no sábado dia 7 de julho, foi o ápice do swell, ondas de seis pés quebravam na rasa bancada, chequei no pico, a grande maioria dos surfistas estavam fazendo ”tow in” apesar da forte correnteza entrei na remada e tive a sorte de surfar a minha melhor onda da temporada. Tivemos duas semanas de ondas boas, com destaque para terça-feira 10 de julho, que apesar de menor que o sábado, estava muito glass e deu tubo de 5h até 12h.
Há muitas lajes que ainda não foram exploradas ou vocês já acharam tudo?
Sem dúvida há alguns picos inexplorados, porém sempre que dá swell estamos preocupados em surfar e preservar os “secrets” já conhecidos, temos o conhecimento de picos que quebram tubos solitários, mas nada se compara às ondas que estamos pegando.
Estar acostumado a dropar em lajes melhora a base para entubar em outros tipos de onda?
A bancada de coral sempre vai estar ali e nunca muda, as ondas são perfeitas e tubulares e sempre quebram no mesmo lugar, o que muda é a correnteza que está associada à direção do swell e a variação da maré, uma boa remada se reflete em um bom posicionamento no pico, tentar conectar esses fatores são essenciais e com certeza contribuem para uma boa base em qualquer onda tubular.