“O QUE FAZER CASO O BRASIL DOMINE O SURF?”
Com bom humor – e texto que gerou comentários polêmicos – revista norte-americana Surfing Magazine reconhece o momento de ouro em que vive o surf brasileiro.
06/Jan/2016 - HARDCORE - Estados UnidosDifícil acreditar que este dia chegaria, mas os gringos estão realmente preocupados com a ascensão meteórica do surf brasileiro. Com bom humor – e algumas observações um tanto sem noção – a Surfing Magazine publicou a matéria “O que fazer caso o Brasil domine o surf?”, assinada por Brendan Buckley. É uma matéria polêmica, repleta de incongruências (na verdade a questão de Puerto Escondido ficou bem mal explicada), mas que assinala uma verdade inquestionável: os gringos estão com medo.
“Dá medo”, começa o jornalista. Dois anos. Dois brasileiros Campeões Mundiais. Dois brasileiros Campeões do WQS. Um acaba de ganhar a Tríplice Coroa Havaiana no ano do El Nino e você já viu os aéreos que eles vêm jogando? Medo. De tudo isso.
“A boa notícia é que ainda temos tempo – mas precisamos agir agora”, emenda. Buckley então traça o plano de ação:
Todos poderiam começar a voar de asa-delta [ele só se esquece que o Rio de Janeiro é a capital do voo livre]. Não pode ser tão difícil – basicamente você se prende a uma espécie de pipa, pula de um morro, vai reto por alguns instantes e depois posta uma foto no Instagram esperando que as garotas que você conheceu no primário vejam e te achem muito legal.
A ideia é que toda a indústria encontre um esporte diferente. Ah, vocês são muito bons no surf agora? HA! O surf acabou quatro anos atrás, meu chapa. Todo mundo anda de asa-delta agora. É tão mais cool e rebelde.
Na sequência, Buckley aponta: “Dar a eles seu próprio World Tour”. Rio de Janeiro. Fernando (de Noronha). Saquarema. Puerto Escondido [Puerto Escondido; no Brasil?]. Há ondas suficientes no Brasil para o tour completo. Eles coroam seu próprio campeão enquanto o restante de nós segue a vida em paz.
Mais uma do plano do jornalista: Revisar o critério de pontuação. Faça com que cada surfista tenha de falar sobre suas duas melhores ondas imediatamente após o término da bateria. O surfista que apresentar sotaque perfeito em inglês nas partes críticas da sentença com velocidade, força e pontualidade receberá a nota mais alta. Vocabulário progressivo / inovador também será considerado.
Estabelecer e encorajar a sociedade da compreensão, em que as pessoas percebam que somos todos os mesmos, independentemente do lugar de origem ou a cultura e casualmente curtir a progressão do nosso esporte em vez de causar rebuliço balançando as cores das bandeiras na praia.
Quer ver a matéria na íntegra? Acesse aqui.
POLÊMICA NA WEB
A gente já entendeu as cargas humorísticas do texto. Mas muitos leitores – e não apenas os brasileiros – se mostraram indignados com alguns pontos levantados pelo o jornalista.
Dentre eles, acusações racistas – por conta da brincadeira com relação ao sotaque dos brasileiros falando inglês, por exemplo – e a grande gafe de ter incluído Puerto Escondido no seu pseudo roteiro do brazilian tour. Um leitor desabafa: “De qualquer maneira, é impressionante constatar que Brendan Buckley não sabe onde fica Puerto Escondido… concluo que um cara desses sequer surfa”.
Polêmicas à parte, no final das contas nos divertimos com este texto – não pelas risadas, mas porque a questão toda – “O que fazer caso o Brasil domine o surf?” – não diz respeito ao futuro, como indica a pergunta, e sim ao atual momento que (finalmente) respira o surf brasileiro. Que venha 2016: estamos prontos.
Matéria Reproduzida da HARDCORE
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