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Expedição SNAKE

21/Ago/2023 - Renan e Rafa - Namíbia

Como já procuramos ondas no Google Earth há alguns anos, é muito comum, sempre que aparece alguma onda “nova” na mídia, nossos amigos nos desafiarem a encontrar. Foi exatamente o que aconteceu depois que o Mick Fanning divulgou uma direita perfeita em algum lugar da África. Ao todo, foram 27 dias de busca pelo Google Earth até encontrar as linhas da suposta onda. Depois de 6 anos estudando como chegar e a direção certa do swell, finalmente partimos em busca do nosso primeiro the search.

Partimos rumo a África, numa expedição mais que especial, pois nunca havíamos pisado nesse continente. Fomos impactados logo nos primeiros dias, o país carece de infraestrutura na maioria dos lugares, energia elétrica, água potável e internet só para a minoria. Sobre as pessoas, o povo é cheio de cultura e sorridente, bem fácil fazer amizade e apesar de tudo o país não é perigoso. Depois de pousar, ficamos 2 dias esperando o swell bater antes de se deslocar para o destino final, foram dias produtivos para nos habituar e deixar tudo pronto para o dia do swell.

Aproveitamos o mesmo swell histórico que atingiu a Namíbia na semana passada, a direção não era das melhores para o nosso local, mas no forecast o vento estava bom e o tamanho também. Então decidimos arriscar, pois essa onda não quebra toda hora, precisa de condições bem específicas para rolar. Foram 4h dirigindo, a estrada é cheia de buraco e polícia, por sorte estávamos bem acompanhados de alguns locais e não perdemos muito tempo e nem dinheiro, mas fomos parados mais de 10x por conta das pranchas no teto do carro.

Ainda que pouco falado, descobrimos que o lugar não é secreto. A região tem o nome (nem todo mundo reconhece como Snake) e pra quem viaja por ali é um dos principais destinos, é uma onda que vem ficando mais conhecida e encontramos pessoas de diversas nacionalidades surfando. São mais de 5 km de faixa de areia e quase ninguém pra surfar aquelas linhas. O primeiro dia estava pequeno e subindo durante o dia com bastante vento maral. Tudo indicava um segundo dia de altas ondas, então nos alimentamos bem e fomos dormir mais cedo. Acordamos 5am e partimos em direção ao point, a maré estava no auge da seca e o vento na região geralmente é mais fraco na parte da manhã. Chegando lá avistamos as linhas de longe, foi cena de filme, nem dava para acreditar que a onda estava ali quebrando perfeita, praticamente sem ninguém. Não estava igual o dia do Mick Fanning, o swell não era o mesmo, mas com toda certeza era um ótimo dia de surf. Não perdemos tempo, nos arrumamos e partimos para água, a corrente é bem forte e a água não é tão quente, na verdade a maioria das pessoas surfa de roupa de borracha.


Estávamos nos divertindo muito e pegando a leitura da onda, mas infelizmente a Rafa acabou tomando uma quilhada na terceira onda e tivemos que trocar a sessão matinal de surf por uma sessão de pontos no hospital mais próximo. Mais uma vez demos sorte e ficou tudo bem… o fim de tarde já não estava a mesma coisa, o vento estava bem forte e não animamos mais o surf. Assim foi a nossa primeira experiência nesse lugar. Continuamos pela África na expectativa do swell da semana que vem, ele vem oscilando bastante o tamanho, mas a direção está bem melhor comparado ao da semana passada, quem sabe não partimos para a nossa segunda expedição em busca da onda perfeita.