ABRASPO estabelece recorde brasileiro de maior numero de surfistas numa mesma pororoca
Entre os dias 19 e 22 de março dezenas de surfistas vindos de diversas partes de todo o Brasil e até de outros países como França, Suíça e Peru estiveram reunidos no Município de São Domingos do Capim-PA, Capital nacional da Pororoca.
25/Mar/2015 - George Noronha - São Domingos do Capim - Pará - BrasilAlguns dos maiores especialistas no fenômeno foram escalados para fazer parte da megaoperação montada para o feito inédito. Entre eles o primeiro campeão brasileiro de surf na pororoca, o carioca Ricardo Tatuí, os pioneiros paraenses Noélio Sobrinho e Gilvandro Júnior, os cearenses Adilton Mariano, Hepta Campeão Brasileiro de Surf na Pororoca e Marcelo Bibita, primeiro recordista de tempo de permanência em uma pororoca, além de vários outros caçadores de pororocas que fizeram questão de estar presentes para o estabelecimento do recorde.
A operação durou três dias e mobilizou cerca de 200 pessoas entre surfistas e profissionais responsáveis pela segurança e envolveu Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Marinha e pessoal de apoio utilizando 10 Jet Skis, 5 Bananas Boat, 5 Lanchas Voadeiras e 1 helicóptero.
O primeiro dia foi reservado à análise e estudo das bancadas para que a organização do evento, coordenada por Noélio Sobrinho, Presidente da ABRASPO, pudesse traçar a estratégia de ação. Esse mapeamento é imprescindível, pois, o fluxo contínuo do rio muda constantemente o posicionamento das bancadas, podendo fazer com que a pororoca se forme em diferentes locais, às vezes mudando de lugar até mesmo entre uma lua e outra.
No segundo dia todos os participantes foram posicionados de forma a otimizar a onda, mas nem todos que tentaram conseguiram pegá-la. Apesar da pororoca ser uma onda longa, todos só tinham uma única chance de surfá-la, pois, a onda só passa uma vez de dia e outra a noite. E na primeira tentativa, muitos não conseguiram entrar na onda, acendendo o sinal amarelo na operação.
No domingo a estratégia foi redimensionada para que o número máximo de pessoas pudessem pegar a pororoca. A organização redistribuiu os participantes entre as duas margens do Rio Capim, tentando minimizar os esbarrões que no dia anterior prejudicaram alguns surfistas menos experientes.
Por volta das 14h a pororoca veio mais forte que nos outros dias e enquanto os surfistas travavam um duelo com a natureza a população local se amontoava às margens do Rio Capim torcendo para que o máximo de surfistas conseguissem pegar a onda. No final, dos cerca de 140 surfistas que entraram na água, 80 conseguiram pegar a onda com 19 ficando de pé em suas pranchas simultaneamente, estabelecendo assim mais uma marca para o surf brasileiro:
“Estou muito feliz por ter recebido o convite para fazer parte dessa marca histórica. Nunca tinha surfado a pororoca e fiquei impressionado como tudo pode ser tão diferente, mesmo se tratando de surf, o esporte que conheço e amo”, afirmou Pablo Paulino, Bicampeão Mundial Pro Junior.
Para Marcelo Bibita, a operação foi um sucesso e todos que participaram estão de parabéns:
“Fazendo um balanço da operação, tudo correu muito bem. Não registramos nenhum acidente grave, nenhuma lancha virou e também não perdemos equipamento algum, algo que já foi comum nas primeiras operações de surf na pororoca. Conseguimos estabelecer uma nova marca, a de maior número de pessoas em uma mesma onda de maré e o principal, ganhamos uma experiência que em um futuro próximo irá nos ajudar a estabelecer novas marcas e quebrar outros recordes, declarou Marcelo Bibita.
Para Ricardo Tauí o que vai ficar marcado em sua mente será o legado que a pororoca vem construindo para os moradores de São Domingos do Capim e a certeza de que mais uma vez, seu nome ficará gravado ma história do surf na pororoca:
“Já fazem 12 anos desde a última vez que estive aqui e estou impressionado com o desenvolvimento do município. Lembro das dificuldades para surfar essa pororoca, pois, as estradas eram precárias e consequentemente, tudo era bem mais difícil... Agora, tudo está diferente. Dá pra perceber como a vida das pessoas mudou pra melhor e o surf na pororoca é um dos principais motivos dessa mudança. Estou muito feliz em ter tido a oportunidade de participar de um feito tão importante quanto foi esse recorde”, declarou Ricadro Tatuí.
Segundo Noélio Sobrinho, São Domingos do Capim, que já era conhecida nacionalmente como a Capital da Pororoca, agora está pronta para assumir o posto de Capital Mundial das ondas de maré, pois, segundo ele, nenhum outro lugar do mundo conseguirá superar São Domingos no quesito “amor à pororoca”:
“Esse ano São Domingos do Capim realizou o XVII Festival da Pororoca e o XV Surf na Pororoca. Diante dessa informação não precisa dizer mais nada, pois, a pororoca está consolidada na identidade deste município. A maneira como os habitantes interagem com os surfistas, a importância que o surf na pororoca tem para todos que moram em São Domingos e principalmente, o olhar do poder público para o esporte são diferenciais que nunca vi em lugar nenhum do mundo... Qualquer pessoa que visite a cidade durante o Festival da Pororoca irá perceber que o título de Capital Mundial é mais do que justo e foi para isso que trouxemos para cá o projeto do recorde”, afirmou Noélio.
Mas, as ações do XVII Festival da Pororoca de São Domingos do Capim não ficaram restritas ao recorde. Durante quatro dias várias bandas, DJ’s, Aparelhagens, Concurso de Beleza, Lançamento do Livro Auêra-Auara-A História do Surf na Pororoca e até um surf noturno agitaram a pacata cidade.
No sábado a noite as ações aconteciam simultaneamente na Arena Pororoca, no Centro da cidade e no Mirante do Barriga, onde rolou o incrível Desafio Noturno de Surf na Pororoca. Enquanto as bandas, DJ’s e Aparelhagens agitavam a Arena, Fauzy Beydoun líder da banda Tribo de Jah, mandava muitas vibrações positivas para os 6 participantes do Desafio Noturno, que aguardavam a chegada da pororoca na escuridão do Rio Capim. E ao som de muito reggae Gilvandro Júnior, Marcelo Bibita, Adilton Mariano, Noélio Sobrinho, Ricardo Tatuí e Pablo Paulino encararam a pororoca, auxiliados por pranchas com L.E.D.’s, holofotes e uma lancha do Corpo de Bombeiros, levando os espectadores ao delírio:
“Essa operação do Desafio Noturno é de longe a mais tensa de todo o evento. De dia o rio já esconde muitos perigos, mas a noite tudo é mais complicado. O medo de cobras e jacarés além de troncos e a própria escuridão da noite são fatores que aumentam muito os riscos dessa empreitada. Por isso os participantes são escolhidos a dedo e todos estão de parabéns pelo sucesso da operação”, afirmou Noélio.
Agora, só resta esperar pela homologação do recorde, que será feita pelo Rankin Brasil, empresa especializada em certificação de recordes brasileiros, para que se tenha início a caminhada na busca pelo reconhecimento internacional da cidade de São Domingos do Capim como a Capital Mundial da Pororoca.
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