Aloha Spirit "Elas" comemora o Outubro Rosa com o esporte e é um grande sucesso
Com uma grande festa nas águas de Santos, muita comemoração após cada prova, o Aloha Spirit “Elas” foi um sucesso neste sábado (21), comemorando o Outubro Rosa com o esporte no mar.
23/Out/2017 - Fábio Maradei - Santos - São Paulo - BrasilAs disputas foram acirradas, mas o que valeu mesmo foi a emoção. Com uma grande festa nas águas de Santos, muita comemoração após cada prova, o Aloha Spirit “Elas” foi um sucesso neste sábado (21), comemorando o Outubro Rosa com o esporte no mar. Afinal, o evento é classificado como o maior Festival de esportes aquáticos da América Latina. A edição especial foi exclusiva para mulheres e teve muitas atletas iniciantes e conquistas “caseiras”.
Mais do que as disputas acirradas, valeu a integração entre as participantes de natação, canoas havaianas e stand up paddle (sup). Muitas delas sobreviventes do câncer, que usam o esporte como terapia de recuperação. Esportistas de vários lugares, diferentes condições físicas e níveis técnicos, de iniciantes e experientes.
No mar, a grande atração foi a prova de canoa havaiana, com 10 km de percurso, e primeiro lugar da equipe santista Kimi Master. Outro grande destaque no evento foi a atleta de São Vicente, Naomi Costa, com vitórias na travessia de natação de 1,5 km e depois na prova de canoa havaiana individual.
Também venceram Ana Paula Veneziani e Claudia Del Corto, de São José dos Campos, na OC2; Catarina Ganzeli, campineira que atualmente está em Santos, na Unisanta, na natação 3 km; Adriana Pereira Dias, de São Paulo, no sup 3 km; Talita Silva, de Ilhabela, no sup 6 km.
Criador do Aloha Spirit há nove anos, João Castro comemorou o novo sucesso do evento. “A gente já tinha feito uma edição segmentada só para mulheres. Voltamos com tudo com o Aloha Spirit Elas, justamente porque fizemos uma pesquisa e constatamos que, nesse Festival, temos uma participação de 40 a 42% só de público feminino. Pegamos uma data forte, de conscientização ao Câncer de Mama, no Outubro Rosa, para celebrar a feminilidade e a força das competidoras”, destacou.
Para ele, o mais importante é ter conseguido atingir o objetivo principal: levar diversão e companheirismo entre elas. “Esse era o mais importante para a gente. Outro aspecto que fortaleceu muito as competições é que tivemos equipes muito fortes, atletas da casa muito talentosas e outras que vieram de outros estados para competir de igual para igual. Veio gente do Rio, do Paraná... Mesmo com a crise que o país vive, elas estão vindo, dispostas, a viajar até aqui em São Paulo, descer pra Santos... é fantástico!”, festejou.
Entre os exemplos de comemoração, estava a paranaense Debora Vons, da equipe Passaúna, de Curitiba. A colocação foi o que menos importou. A festa foi por completar. A maioria do time, inclusive, remou pela primeira vez no mar. A atleta de 49 anos teve duas vezes câncer de mama e uma de Tireoide e começou a remar esse ano para ajudar no tratamento. “Queria falar para todas as mulheres que estão fazendo tratamento, o remo é muito muito bom, porque ajuda a abrir o peito, coloca a coluna no lugar e deixa a gente super poderosa. Eu recomendo”, vibrou.
Na principal e mais disputada prova do dia, a canoa havaiana OC6, uma equipe master foi a mais rápida no percurso, que ia da Praia da Aparecida, em frente ao Colégio Escolástica Rosa até a Ilha Porchat, e voltava. As vencedoras chegaram ainda pegando uma onda, em grande estilo, para fechar o percurso em 55min52s. “Foi uma prova muito boa. Fluiu. A equipe entrou em sintonia legal desde a largada”, comemorou Katherine Ileck, banco 1 da equipe, a responsável pelo ritmo.
Também competiram Luciana Furlan, Luciana Uechi, Valéria Affonso, Lorena Kruger e Sara dos Santos, como leme. Assim como a maioria das participantes, Katherine vê no esporte uma grande terapia. Médica de UTI Neonatal, ela vive intensamente as atividades esportivas, como surf, triatlhon e ultramaratona. “O esporte em geral é um tesão. Seja o que for. A canoa é legal por ser um trabalho em equipe, você tem de compartilhar”, comentou.
Individualmente, Naomi Costa fez bonito. Praticante de todos os esportes aquáticos, ela optou pela natação e OC1 desta vez. Primeiro venceu a prova curta e depois, já descansada, voltou ao mar para ser a primeira na canoagem. “Comecei desde muito nova no esporte. Tive muita influência dos meus pais (Maria de Fátima e Wandyk Ribeiro), que foram triatletas. Minha mãe me deu muita liberdade de praticar quantos esportes eu quisesse, até chegar numa modalidade que eu me identificasse mais. Aconteceu essa paixão com a natação. E competi desde nova em piscina e mar aberto. Essa edição do Aloha, para mim, foi muito especial, porque não vinha competindo desde o começo do ano e essa vitória significa muito para mim”, disse a atleta de 23 anos, que também pratica o sup.
Outra grande atração do dia foi a palestra com o canoísta paralímpico, Fernando Fernandes. Enquanto as disputas aconteciam no mar, ele falava com o público, contando a sua história de superação, a relação da motivação e foco e a conquista de espaço na sociedade. Ele ficou feliz com o sucesso do evento. “Foi fantástico. Importantíssimo usar o esporte para quebrar essas barreiras e mostrar que o sexo frágil não existe”, falou. “O que existe é calo na mão e pá na água (risos)”, brincou Fernando, numa analogia às remadas das atletas.
Neste domingo, será a vez do Festival Kaora, com as atletas competindo em catamarãs de canoas havaianas. Serão 99 mulheres nas disputas, entre sobreviventes do câncer e atletas. Cada canoa com 12 participantes. As equipes serão montadas antes das provas, em sorteio. As baterias terão início às 8 horas. Ainda no Aloha Spirit Elas, as atletas tiveram espaço de beleza Onodera e também yoga, com Deni Filetti, numa grande celebração pelo esporte.
O Aloha Spirit Festival “Elas” tem os patrocínios de Riachuelo e Cacau Show, com apoios de Booking.com e Onodera. Colaboração: Prefeitura Municipal de Santos. Realização: Associação Magna de Desportes e Lei Paulista de Incentivo ao Esporte.