Angola é o novo destino para surfe na África
06/Dez/2008 - Henrique Almeida - REUTERS - AngolaSeria impensável para a maioria dos surfistas se arriscar ao sul de Luanda em direção à praia de Cabo Ledo, durante quase quatro décadas de guerras na nação africana de Angola.
Os 125 km de estrada no litoral acidentado que liga a capital a uma das ondas mais longas do mundo era cheio de minas terrestre e tropas do governo bem armadas vigiando Luanda de rebeldes do principal partido de oposição UNITA.
Enquanto todo o mundo ia surfar com a música dos Beach Boys nos anos 60, Angolanos lutavam pela independência dos portugueses. Mais tarde eles lutaram entre si numa guerra civil entre 1975 e 2002 que tirou a vida de meio milhão de pessoas.
A guerra era tão intensa que mesmo o filme de surfe dos anos 60 "Endless Summer", que seguiu dois surfistas da Califórnia em sua missão de desvendar ondas ao redor do mundo, não fez qualquer filmagem em Angola, com 1.600 km de litoral pontilhado de ondas.
Mas a restauração de paz em 2002 virou Angola em uma das economias de crescimento mais rápido do mundo, e abriu uma nova fronteira para os surfistas, principalmente de Luanda, que afluem às águas azuis e quentes de Cabo Ledo nos fins de semana para pegar as ondas.
"É o que me mantem são depois de trabalhar durante um semana" disse Francisco, um surfista português que tem um negócio de câmbio de dinheiro em Luanda antes dele entrar na água pegar uma onda.
Num dia bom, as ondas são muito longas, às vezes tem uns tubos, levanta a aproximadamente um metro na ponta Leste da baía de Cabo Ledo, e abre para a esquerda por mais de 500 metros até terminar na areia perto de umas barracas do exército no meio da baía.
Os locais dizem que é um das ondas mais longas no mundo. É também um ótimo pico para novatos. A onda normalmente não é muito cavada, mas os surfistas mais experientes também podem testar novas manobras ao longo da onda que dura mais que um minuto.
"É o pico mais longo de esquerda que eu jamais surfei," disse Joao Pedro, um português que se mudou para Luanda este ano, depois de uma viagem de um ano ao redor do mundo, surfando ondas desde a Austrália até o México.
Acrescentando que Cabo Ledo um de muitos picos de Angola do litoral de Luanda até a Namíbia ao Sul. Mas Joao Pedro não quis revelar alguns de suas ondas favoritas.
A indústria de turismo lentamente nota o potencial de explorar a próspera indústria do surfe. Novos hotéis e pousadas estão sendo construídos ao longo do litoral para acomodar estes surfistas aventureiros, a maioria estrangeiros trabalhando em Luanda.
"Nossos clientes são principalmente pescadores ou surfistas," disse Bruce, um Zimbabuense que tem um alojamento para pescadores na boca do rio Kwanza, praia próxima ao Cabo Ledo. "É impossível alugar um quarto aqui nos fins de semana.
Embora a maioria de surfistas em Cabo Ledo vêm de Luanda, funcionários esperam que o clima quente do país, com vastas praias arenosas, juntamente com a paz recentemente restaurada comece a atrair visitantes estrangeiros.
O fim da guerra é um incentivo importante para surfistas virem às praias da Angola, mas o preço alto do aluguel de um quarto de hotel ao redor de Luanda -- um das cidades mais caras do mundo -- ainda pode espantar mesmo os surfistas mais dedicados.
Os locais podem custar $300 por noite em Luanda e em torno de $200 em Cabo Ledo. Mas funcionários dizem que eles estão confiantes que a indústria do turismos prosperará nos próximos anos.
"É somente uma questão de tempo até que o mundo compreenda a beleza deste país inexplorado".
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