Atalanta Batista no Mundial

Roberto Perdigão, presidente da ASP South América, entidade que rege o esporte no continente, tomou conhecimento que Atalanta vai representar o Brasil no Mundial de Longboard, em outubro, na China. A honra de defender a bandeira verde-amarela na competição mais importante da modalidade, contra as melhores do mundo, até demorou. Por mérito, Atalanta recebe a convocação de maneira tardia. De qualquer forma, a alegria não cabe na garota, de 20 anos.

Atalanta é considerada a Rainha dos Pranchões. Não à toa. Desde que decidiu competir num torneio internacional na Praia de Maracaípe, não parou mais de vencer. Nas etapas dos circuitos nacionais e internacionais, realizados no Brasil, uma derrota de Atalanta é tão rara, que qualquer outro resultado, de cara, é alçado à condição de zebra. Não? Basta dizer que é a atual bicampeã brasileira. E, pelo seu nível apresentado, a hegemonia deve perdurar por anos. Faltava a convocação. E como o chamamento da ASP local não é feito por mérito – por ser a melhor do Brasil, ela já deveria ter ganho a vaga nos últimos dois anos –, sempre ficava de fora.

Pior que isso, os amantes do longboard eram obrigados a ver a atuação de meninas brasileiras, no importante evento, acostumadas a perder de Atalanta nos mares tupiniquins. Se engana quem acha que a pernambucana guarda rancor. “Estou feliz de poder representar o Brasil. Outras meninas já estiveram lá. Agora é minha vez. Não me contive quando recebi, pelo Facebook, a notícia. Não fui chamada oficialmente, mas devo receber a comunicação a qualquer momento”, disse Atalanta, irmã de Halley Batista, um dos mais talentosos surfistas pernambucanos.

O título mundial, até o ano passado, era definido em duas etapas: uma na França e outra na China. Com a crise financeira que assola a Europa, o campeonato francês foi cancelado. Assim, quem for melhor na China vai ser considerada a melhor do planeta. Desde que soube da convocação, Atalanta intensificou os treinamentos. Ela assistiu à última competição até o fim, pela internet. Sentiu que o nível das estrangeiras é alto, mas confia no seu talento. “Tenho treinado muito. E acho que posso ir bem. Espero poder me garantir para o Mundial de 2013 e não precisar mais da convocação para poder disputar o evento. No mais, quero defender Pernambuco e o Brasil lá fora.”