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Brasil segue líder no Japão

Líder isolado, Brasil tem Ítalo e Medina em mesma bateria e Filipe caiu para a repescagem. Com Kolohe Andino e Kelly Slater, Estados Unidos também busca ida direta de uma dupla à decisão.

13/Set/2019 - Redação Surfguru - Miyazaki - Japão

A sexta-feira, 13, nos Jogos Mundiais de Surf na Praia de Kisakihama, Miyazaki, Japão, afunilou definitivamente a disputa individual masculina e mais ainda a por países, com o Brasil, líder isolado, mantendo seu trio com chances a subir inteiro no pódio.

Transmissão webcast do dia

Todos na quinta

O Brasil teve atleta nas três baterias da fase cinco, a que fechou o dia de hoje no evento que tem status de pré-olímpico e cuja participação é pré-exigência para vaga nas Olimpíadas 2020 em Tóquio.

Destaques do dia

Abrindo a quinta rodada foi Ítalo Ferreira que avançou com segundo lugar e média 13,70 pontos, superado pelo português Frederico Morais que surfou apenas duas ondas e somou 13,83, enquanto o costariquenho Carlos Munoz ao chegar a 12,73 pontos com sua última onda, ameaçou a permanência do potiguar na chave principal mas, a exemplo do japonês Kanoa Igarashi (7,53 de total), está na repescagem.

O segundo confronto foi dominado pelo surfista profissional do Marrocos Ramzi Boukhiam com 14,5 e abaixo os Estados Unidos garantindo a outra vaga com Kolohe Andino somando 11.74, apenas 4 centésimos acima do total de Filipe Toledo (11,70), o brasileiro que esta noite (manhã de sábado em Miyazaki, Japão) buscará avanço através da repescagem a exemplo do alemão Leon Glatzer, que somou 9.84 na mesma bateria.

13 títulos

Com 13 títulos mundiais no mar a última bateria da sexta-feira foi com todos os integrantes atingindo os dois dígitos, o italiano Angelo Bonomelli com 10,06 chegou a liderar mas vai estrear na repescagem no mesmo sétimo round dos que cairam na fase cinco principal.

Rio Waida, da Indonésia, quase escapou de ir ao " mata-mata" em Kisakihama, mas seus 12,50 deixaram de ser suficientes quando o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater (EUA) surfou uma última onda e garantiu nota 8,33 que elevou para 15 pontos sua média, caindo o paulista duas vezes campeão mundial Gabriel Medina a segundo com 13,94 computados já antes dele arriscar manobras radicais em busca de trocar o 6,77 que ficou atrás do 7,17 como a menor de duas somadas que lhe classificou.

Edito na ponta

Entre novidades do dia, uma foi a troca do topo das estatísticas de melhor nota. E se deu entre surfistas da Ásia com o filipino Edito Alcala Júnior atingindo 9,17, nota recorde para única onda que antes era do autor da ainda maior média (16,50 na soma de duas), o ainda classificado (via repescagem) Shun Murakami, do Japão.

Murakami com 8,83 agora é o dono da segunda melhor nota, vindo a seguir uma lista de donos de escores 8,50 e outra com autores de 8,33, nas quais só Italo consta em ambas.

Sendo dono de 16,17 no sétimo dia, Ferreira é o terceiro e último do quarteto de maiores médias que permanece disputando titulo individual e para seu país, sendo o outro o norte-americano Kolohe Andino com 16,37 pontos na quinta-feira.

Ambos sequer haviam nascido quando Kelly Slater foi quinto no ISA Games 1990 no Japão, então barrado antes da final por um brasileiro, o medalhista de bronze Hemerson Marinho, do Rio Grande do Norte e que então repetia a colocação dois anos antes do carioca Rodrigo Resende quando da histórica vitória do paraibano Fábio Gouveia na edição bienal de 1988 dos Jogos Mundiais de Surf que Porto Rico sediou.

Brasil em três

As duas próximas baterias da chave principal não confrontam diretamente Brasil e Estados Unidos, sendo o português Frederico Morais quem na primeira encara os norte americanos Andino e Slater, antes de Ítalo Ferreira e Gabriel Medina enfrentarem Ramzi Boukhiam, o marroquino que avançou vencendo.

Repescagem: 12 nomes de 10 países

Já no oitavo de 12 rounds de repescagem, o brasileiro Filipe Toledo e o italiano Angelo Bonomelli estreiam na última das três baterias com o neozelandês Billy Stairmand e o representante canadense Cody Young, que a ela cairam antes.

Na oitava repescagem estão 12 surfistas representantdo 10 nações, sendo que entre elas o Japão é o único com mais de um atleta, Kanoa Igarashi, o recordista Shun e seu primeiro atleta a vencer um qualifying 10 mil pontos Hiroto Ohara.

Japão forte

O anfitrião Japão pode ter até dois finalistas, número que só o Brasil supera podendo ainda levar todo seu trio ao pódio individual e todo time ao de nação campeã.

A vitoria do time brasileiro só os Estados Unidos e o Japão agora ameaçam, especialmente os americanos mesmo com a baixa de seu terceiro homem na quinta repescagem, Conner Coffin, que foi batido pelo ainda dentro Billy Stairmand e por Vicente Romero, que representa a Espanha e foi campeão Sub 18 da Confederação Brasileira em 2009, então integrando o time de Santa Catarina.

Só Japão e Brasil permanecem com seus trios originais e apenas o selecionado brasileiro pode alcançar outras quatro medalhas, ai se incluindo a de seleções.

Antes, o Brasil garantiu uma de prata com a cearense Silvana Lima, e ela garantiu com o quinto da gaúcha Tatiana Weston-Webb e o vigésimo-quinto da catarinense de Tainá Hinckel, os companheiros do masculino iniciaram suas participações com uma vantagem de 90 pontos que já se ampliou no evento com a queda do americano Coffin e a impossibilidade do Japão fazer três finalistas.

Existem chances de medalha de ouro para 18 surfistas de 13 países, número total a que se chega quando se soma aos da repescagem Estados Unidos, Portugal e Marrocos, os três que além do Brasil ainda figuram na chave de cima.

O ISA World Surfing Games 2019 chega à reta final de competição, preparando todo o cenário para coroar os medalhistas de ouro por equipe e masculino individual neste fim de semana em Miyazaki, Japão.

Dependendo das condições do mar, o campeontato pode coroar os Campeões já no sábado, 14. Se as condições não cooperarem no sábado, o evento se concluirá no domingo, 15 de setembro.

Ramzi Boukhiam do Marrocos e Billy Stairmand da Nova Zelândia ganharam vagas provisórias de qualificação continental para Tóquio 2020 como os últimos surfistas da África e Oceania, respectivamente. As vagas continentais para a Europa e Ásia ainda estão em disputa.

Os surfistas europeus que permanecem com potencial para as vagas são Federico Morais de Portugal, Vicente Romero da Espanha, Leon Glatzer da Alemanha e Angelo Bonomelli da Itália.

Com a possibilidade do japonês Kanoa Igarashi se classificar para Tóquio 2020 através da World Surf League Championship Tour 2019, os demais surfistas elegíveis que disputam a vaga continental asiática são os japoneses Shun Murakami e Hiroto Ohhara, juntamente com o indonésio Rio Waida.

Saiba mais sobre o processo de qualificação para Tóquio 2020 aqui.

As semifinais do evento Masculino estão cheias de talentos e incluem dois companheiros de equipe em cada uma. A semifinal 1 contará com a presença de Federico Morais, de Portugal, enfrentando os norte americanos Kelly Slater e Kolohe Andino, enquanto a semifinal 2 contará com os companheiros brasileiros Italo Ferreira e Gabriel Medina contra o marroquino Ramzi Boukhiam.

Após um dia cheio de baterias de repescagem, o ranking das equipes começou a ficar mais claro, com a equipe do Brasil se mantendo na liderança, com Ferreira e Medina permanecendo no Main Event.

A equipe dos EUA está em estreita busca pela Medalha de Prata, com Slater e Andino também invictos no evento. O Team dos EUA é o atual campeão do mundo, Japão e Espanha estão na cola em busca de seus lugares no pódio.

Veja os resultados e as classificações das equipes aqui.

Slater falou sobre sua experiência no evento, bem como seus pensamentos sobre as Olimpíadas após avançar na Rodada Principal.

"Estar aqui me lembra os velhos tempos", disse Slater. “Eu participei de muitos eventos de equipe quando era mais jovem em todo o mundo e sinto falta daqueles dias. Foi divertido esta semana ver a emoção que todo mundo tem. Existe um pequeno equilíbrio engraçado de poder entre os 'favoritos' e os caras de países dos quais você não conhece o surf. É bom quando você vê uma das zebras ganhar uma bateria. A maior surpresa para mim esta semana foi ver as equipes do Irã e do Afeganistão. É legal ver que a cultura está viva nesses lugares."

“Acho que o surf tem uma cultura que ainda não foi vista nas Olimpíadas. Nossa comunidade é um grupo tão variado de pessoas. Qualquer pessoa em qualquer parte do mundo pode amar surfar, e mesmo que não surfem, amam pelo que sabem. A exposição que temos viajando ao redor do mundo com diferentes idiomas, cultura e pessoas contribui para uma variedade de vida no surf. Não tenho certeza se existe outro esporte que possua isso. Pelo que estou vendo aqui de todos os países concorrentes, acho que o surf terá um bom ajuste nas Olimpíadas.” conclui Slater.

Depois de perder em sua primeira bateria no Main Event, o duas vezes medalhista de ouro masculino Santiago Muñiz (ARG) lutou durante um dia de maratona de baterias de Repescagem para permanecer vivo na competição.

"Foi um longo caminho depois de perder minha primeira bateria", disse Muñiz. "Ganhar ouro duas vezes já era um sonho, por isso é difícil imaginar um terceiro."

Jair Pérez, da Costa Rica, foi o último surfista remanescente de seu país na divisão Masculina e, apesar de mostrar um surf impressionante, ele caiu no evento. No entanto, Perez refletiu sobre o que significa estar representando seu país e se abriu sobre sua história inspiradora.

"Cresci na pobreza com nove irmãos e irmãs em um apartamento com minha mãe e um pai alcoólatra", disse Perez. “Lembrar de onde eu venho me motiva. Faz você perceber que há muito mais na vida além do surf. Estar aqui representando minha nação no esporte que amo é uma bênção.”

O presidente da ISA, Fernando Aguerre, disse:

“Estamos testemunhando uma história em construção nos Jogos Mundiais de Surf. Hoje vimos mais dois surfistas se classificarem provisoriamente para as Olimpíadas. São surfistas que serão lançados no maior palco esportivo do mundo e se tornarão nomes conhecidos em todo o mundo."

“É especialmente gratificante para mim, pessoalmente, perceber que os surfistas aqui hoje são o sonho de Duke Kahanamoku se tornando realidade. Estes são os humanos reais que personificam e respiram o sonho que nasceu há mais de um século atrás."

“O trecho final da competição será um marco para o surf em vários níveis. Vamos coroar os medalhistas de ouro com os melhores surfistas do mundo representando seus países, os atletas ganharão suas vagas nos Jogos Olímpicos e 55 países recordes levarão suas experiências para casa para espalhar a alegria do surf e continuar a crescer no esporte.”

O ISA World Surfing Games 2019 apresentado pela Vans são transmitidos de 7 a 15 de setembro no site www.isasurf.org.

Dentro do Japão, a transmissão está disponível exclusivamente na TV Abema.

Veja a programação do dia 8 aqui.

Fontes: Chico Padilha e ISA