Caio Ibelli revela luta invisível para tratar lesão
Algoz de Mineirinho na 1ª fase está há sete meses tentando tratamentos para curar tornozelo direito, de fisioterapia a injeções de cortisona. Top 18, Caio precisa ficar no G-22 para se manter na elite.
13/Dez/2017 - Carol Fontes e Lívia Laranjeira - Hawaii - Estados UnidosApós vitória na estreia no Havaí, Caio Ibelli revela luta invisível para tratar lesão.
Vencedor na estreia do Pipeline Masters, última etapa do Circuito Mundial de 2017, Caio Ibelli vive uma batalha invisível há sete meses. O paulista do Guarujá machucou o tornozelo direito em uma viagem para El Salvador em maio deste ano, mas ainda não se curou da lesão. Foram inúmeros tratamentos, de fisioterapia e injeções de cortisona. O surfista está competindo no Havaí com uma faixa de proteção e aguarda o fim da temporada para engessar a perna por 20 dias. É a última tentativa antes de partir para a cirurgia, mas Caio está confiante no processo de recuperação.
Apesar das dores, o paulista tem surfado bem. Derrotou na primeira fase o campeão mundial Adriano de Souza e o australiano Jack Freestone e foi direto à terceira fase da 11ª etapa do Tour na ilha de Oahu. Atual 18º do ranking mundial, Ibelli precisa ficar entre 22 melhores e defende o seu posto na zona de classificação. O seu próximo rival será definido na repescagem. Haverá uma nova chamada nesta quinta-feira, às 15h30 (de Brasília).
- Ir para o round 3 me deixa mais tranquilo, consegui passar de fase e somar pontos. Vou surfar mais calmo e aproveitar. Eu acho que o bom de tudo isso é estar surfando sozinho em Pipeline, isso é o que a gente tem que aproveitar, surfar bateria e agora é só acreditar. Geralmente, quando você está treinando, tem 150 pessoas na água. Estou em 18º, e esses pontos são importantes. Os meus pais estão aqui, estou em volta de amigos, numa vibe boa, aproveitando o Hawaii - disse Caio Ibelli.
Vice-campeão em Bells Beach, na Austrália, o paulista abdicou de competir em Fiji, mas disputou as etapas seguintes no sacrifício. Vem carregando a lesão por um longo período e não conseguiu explorar todo o seu potencial.
- É um pouco difícil, eu fiz muitos tratamentos diferentes para tentar fazer com que a lesão cure mais rápido. Infelizmente, nesta semana, os médicos disseram que eu teria e fazer um procedimento e engessar o meu pé por 20 dias. Eu não estava esperando. Eles falaram que era a última tentativa antes da cirurgia, mas eu estou bem confiante de que vai certo - disse Caio.
- Tomara que eu melhore para estar 100% no ano que vem. O Hawaii é como a minha segunda casa. Eu venho para cá bastante, é um lugar que eu gosto muito e eu me sinto bem em casa. É até difícil pensar que alguma hora eu tenha que ir embora. Eu gosto muito desse lugar, a água é quente, tem altas ondas e agora é aproveitar a oportunidade de surfar aqui sozinho. Quero me divertir e terminar bem o ano - completou.
Caio não esperava estar com dor a esta altura do campeonato, ainda mais depois de tantos tratamentos. Um deles foi o PRP (Plasma Rico em Plaquetas), uma terapia da medicina regenerativa muito utilizada por atletas de ponta. As injeções intra-articulares são um alternativa para a intervenção cirúrgica e costumam ter efeito duradouro, mas o incômodo voltou.
- Eu fiz sessão de fisioterapia e fiz a injeção de cortisona, que geralmente dura bastante, mas no meu pé só durou um mês antes da dor voltar. Fiz também o que eles chamam aqui de PRP, que é uma injeção de plasma. Eles tiram bastante sangue do corpo, passam numa máquina, oxigenam o sangue e injetam na lesão. Nesse próximo passo, vamos tentar esse PRP de novo e, em vez de deixar o meu pé solto, vou engessar. Estou confiante de que vai dar certo. Infelizmente, vou ter de aproveitar 20 dias de férias em alguma coisa. Vou ter que fazer alguma coisa produtiva - explicou.
O plano inicial era treinar e se preparar para a temporada de 2018 ao fim do Pipeline Masters, mas o surfista terá de ficar 20 dias de molho. Para não enlouquecer no período de ócio, Caio planeja pescar, jogar golfe e e tirar um pouco o pé da água para se curar para o ano que vem. Outros passatempos de que gosta, mas também terá de evitar, são o mergulho e o tênis.
Caio Ibelli e Miguel Pupo foram os únicos de seis brasileiros a vencer na estreia no Havaí. Na briga pelo bicampeonato mundial, Gabriel Medina tropeçou e terá de disputar a repescagem, e outros dois ainda vão competir pela primeira fase: Italo Ferreira e Ian Gouveia.
Baterias da primeira fase:
1: Jeremy Flores (FRA) 10.17, Jadson André (BRA) 6.33, Matt Wilkinson (AUS) 4.67
2: Josh Kerr (AUS) 12.17, Kanon Igarashi (EUA) 6.10, Owen Wright (AUS) 3.37
3: Conner Coffin (EUA) 10,50, Julian Wilson (AUS) 8,00 e Stuart Kennedy (AUS) 1,50
4: Jordy Smith (AFS) 16.57, Bede Durbidge (AUS) 11.43, Ethan Ewing (AUS) 3.00
5: Miguel Pupo (BRA) 14,83, Benji Brand (HAV) 12.64, Gabriel Medina (BRA) 12.43
6: John John Florence (HAV) 13,50, Dusty Payne (HAV) 6,83, Wiggolly Dantas (BRA) 5,63
7: Caio Ibelli (BRA) 12.83, Adriano de Souza (BRA) 11,27, Jack Freestone (AUS) 7,04
8: Kelly Slater (EUA) 12,47, Joan Duru (FRA) 11,90, Kolohe Andino (EUA) 7,60
9: Ezekiel Lau (HAV) 10,50, Filipe Toledo (BRA) 2,00, Michel Bourez (TAH) 2,00
10: Sebastian Zietz (HAV), Adrian Buchan (AUS) e Ian Gouveia (BRA)
11: Joel Parkinson (AUS), Connor O'Leary (AUS) e Leo Fioravanti (ITA)
12: Mick Fanning (AUS), Frederico Morais (POR) e Italo Ferreira (BRA)