Caio pode ajudar Medina
Paulista do Guarujá venceu três dos quatro duelos contra o havaiano e pode desestabilizar o rival de Medina na quarta fase do Pipeline Masters, no Havaí.
18/Dez/2017 - Carol Fontes - Hawaii - Estados UnidosComo diria Martin Potter, campeão mundial em 1989 e comentarista da Liga Mundial de Surfe (WSL), Caio Ibelli é como a "criptonita de John John Florence". O paulista do Guarujá venceu três dos quatro confrontos contra o havaiano e irá enfrentá-lo novamente pela quarta fase do Pipeline Masters, no Havaí. Após um dia repleto de drama e polêmicas, é possível que a última de 11 etapas do Circuito Mundial de 2017 seja encerrada nesta segunda-feira. Haverá uma chamada às 15h30 (de Brasília) para avaliar as condições do mar.
Apesar da próxima fase não ser eliminatória, o surfista que é a pedra no sapato de John John pode desestabilizar o caminho do único rival de Gabriel Medina rumo ao topo. O australiano Joel Parkinson também foi escalado para a disputa. Se vencer, Caio avança diretamente às quartas de final da etapa havaiana. Quem perder, tem uma nova chance na repescagem.
- Eu espero que o Gabriel (Medina) pegue as ondas boas, que vá John John e Gabriel na final. Na real, eu vou acabar com o John John no round 4 (risos), isso seria perfeito. Agora é continuar fazendo meu trabalho, deixar os caras batalhar pelo deles e tentar ir até o final - disse Caio Ibelli, que ainda se recupera de uma lesão no tornozelo direito, sofrida em maio deste ano em uma viagem de surfe a El Salvador.
Para se manter na briga pelo bicampeonato mundial, Medina precisa chegar, no mínimo, na final do Pipe Masters. Se John John passar das quartas, o brasileiro terá de vencer a etapa.
Caio ainda não enfrentou o havaiano em Pipeline, mas esteve na água ao mesmo tempo, devido ao formato de baterias simultâneas. O paulista do Guarujá surfou um tubaço logo após Florence entrar na água, lhe tirando a oportunidade no início da bateria pela terceira fase. Apesar do retrospecto favorável (3 a 1), Ibelli destacou a dificuldade de encarar o rival no seu quintal e afirmou ter uma longa estrada de aprendizados pela frente.
- Ia ser legal ganhar do John John em Pipeline, mas ele tem muito mais experiência do que eu aqui. Eu estou aprendendo bateria por bateria. Quero passar baterias. Geralmente, eu entro em inspirado para surfar contra ele. Eu ganho no finalzinho, então, ele deve ficar sempre ligado comigo - disse Caio, que venceu neste ano o havaiano nas etapas de Margaret River, com um aéreo "Hail Mary" (variação do giro em 360º), e em Bells Beach, graças à uma onda salvadora no último minuto.
Garantido na elite em 2018, o local do Guarujá surfará sem pressão, ao contrário de Florence, que luta pelo bicampeonato consecutivo e pode igualar o ídolo local Andy Irons, campeão em 2002, 2003 e 2004. Para cumprir a missão, o havaiano precisa chegar à final.
- Agora, é dar o meu melhor, surfar altos tubos e terminar a temporada com o pé direito. Estou amarradão. Só diversão e o trabalho que a gente tenta em todo o evento, que é vencer a etapa. É manter a cabeça no lugar e ir passo a passo - concluiu o "carrasco" de John John.
Os cenários do título mundial:
- Se John John chegar à final em Pipeline, ele garante o título mundial
- Se John John ficar em terceiro, Medina precisa vencer o Pipe Masters para ser bicampeão mundial
- Se John John ficar em quinto (parar nas quartas de final), Medina precisa vencer o Pipe Masters para ficar com o título mundial
- Se John John ficar em nono lugar, Medina precisa de um segundo lugar em Pipeline para garantir o bicampeonato mundial
Confira as baterias da 1ª fase:
1: Julian Wilson (AUS) x Conner Coffin (EUA) x Ian Gouveia (BRA)
2: Joel Parkinson (AUS) x Caio Ibelli (BRA) x John John Florence (HAV)
3: Jeremy Flores (FRA) x Gabriel Medina (BRA) x Italo Ferreira (BRA)
4: Leonardo Fioravanti (ITA) x Kanoa Igarashi (EUA) x Kelly Slater (EUA)