Carlos Burle mostra como esporte ajudou no ramo corporativo

Outrora visto como marginalizado, o sur­fe sedimentou seu espaço no cenário internacional. Parte dessa história foi construída por Carlos Burle, que, aos 48 anos, colhe os frutos da dedicação que empenhou ao esporte compartilhando experiências adquiridas dentro e fora das águas.

O bicampeão mundial de ondas gigantes virou homem de sucesso nos negócios.

E hoje ministra palestras mostrando como os aprendizados esportivos o ajudaram no ramo corporativo. O big rider (surfista de ondas grandes) esteve em Porto de Galinhas para explanar a empresários sobre os desafios enfrentados diante da crise econômica no País. Na ocasião, o veterano atleta também deu palpites para o circuito mundial e falou sobre projetos.

Em sua apresentação, intitulada “Tendo Sucesso em Crise”, o surfista destacou como a vivência no surfe e em situações de risco o prepararam para o mundo dos negócios. “O surfista precisa ter uma leitura especial em um ambiente que se modifica constantemente.

Você tem que tomar decisões rápidas em situações de estresse. Ser surfista é lidar com as adversidades, e eu consegui trazer esse aprendizado pra minha vida fora da água também”, destacou. Ao final, relembrou seus maiores feitos, além dos episódios mais complicados, como o acidente de Maya Gabeira, em Portugal (2013).

Após o evento, Burle conversou com a Folha de Pernambuco sobre o atual momento que vive o surfe brasileiro. Em 2014, Gabriel Medina se sagrou campeão da “World Surf League Pro”, principal divisão do esporte no mundo.

No ano seguinte, foi a vez de Adriano de Souza levar o título. “Tem sido um prazer, uma realização chegar a esse momento de maturidade do esporte no Brasil. Eu que, junto com a comunidade, com as entidades construímos esse caminho com bastante obstáculos e dificuldades. Ver a sociedade abraçando o surfe como um esporte relevante, onde podemos trabalhar a influência dele através dos títulos de Medina e de Mineirinho é importante”, disse Burle.

O exemplo de Carlos Burle é acompanhado de perto por milhares dos seguidores. Entre eles, o surfista profissional Alan Donato, um dos muitos participantes da palestra ministrada pelo atleta. Pernambucano de Maracaípe, Alan integra a segunda divisão da modalidade no mun­do.

Ele comenta a importância do big rider para o atual momento do esporte no Brasil.

“É bastante gratificante você ver que existem pessoas como Burle, que conseguiram reconhecimento no nosso esporte. Em muitos momentos a mídia fala do Medina e do Mineiro, que foram os primeiros campeões mundiais na competição mais tradicional, mas acaba esquecendo que Burle, lá atrás, foi campeão nas ondas grandes”, diz Alan, que tenta uma vaga na elite do surfe mundial.

Fonte: Folha de Pernambuco