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Confraternização marca festival São Vicente Suprema 2009

Três dias de surf, sonhos e disputas entre a velha e a nova geração. Os campeões agradeceram

07/Set/2009 - Marcos André Araújo - São Vicente - Rio Grande do Norte - Brasil

A praia do Itararé, em São Vicente (SP), foi palco do Festival São Vicente Suprema de Surf 2009. Com mais de 100 competidores vicentinos e de cidades vizinhas, o encontro colocou no mar amantes das ondas, sejam dando as suas primeiras remadas ou cansados de tanto remar mas sem nunca desistir de estar deslizando em uma onda. O evento começou na sexta (04) e terminou no domingo (06), véspera do feriado de 7 de setembro. O clima não poderia ser diferente, foi de festa e encontro de amigos.

No sábado (05), o sol apareceu e as ondas também, aumentando de tamanho no decorrer do dia, chegando até, em algumas séries, um metro de altura. O suficiente para os competidores quebrarem e se classificarem para as fases seguintes. Já no domingo, encerramento do Festival, o céu fechou pela manhã, chuvas caíram torrencialmente por alguns minutos, sem estragar as ondas e a alegria de conseguir uma vaga para a final das nove categorias disputadas.

Como apresentação, quatro sereias entraram no mar com suas "embarcações" e um remo na mão. Charmosas, elas ficaram de pé e remaram para o "outside", perto das ondas. Deram um show. Milena Amaral, até tentou ficar longe do oceano, mas o amor é eterno e não hesitou. Campeã na modalidade bodyboard por diversas vezes, ela viu no stand up a forma de se manter conectada e vibrou com a iniciativa do Festival. Saiu com mais um título, um sorriso no rosto e alma lavada. "Lá é o meu lugar", afirmou.

Cavalheiros, eles deixaram elas irem primeiro. Depois de vê-las todas felizes e cheias de energia ao saírem do mar, eles também pegaram as suas "embarcações" e correram ondas para esquerda e para direita. Num vai e vem com o remo na mão, como se fosse um gládio que rasgava as águas, quatro homens se gladiaram. Sem temer ondas grandes em qualquer lugar do planeta, até mesmo na Garganta do Diabo, Daniks Fischer mostrou que é bom seja no remo como no surf. Colecionador de troféus, ela garantiu mais um e não se importou se o festival era dele ou não. Também saiu com um enorme sorriso no rosto.

Depois de assistirem duas feras dos oceanos caminharem para a vitória, jovens promissores de escolas de surf da mesma praia do Itararé uniram-se e também participaram das comemorações. Gisele Cabral, de 18 anos, foi a força do surf feminino com uma prancha bem maior que o tamanho dela e de todas as outras. Levou para a sua Escola Pública de Surf da Prefeitura de São Vicente um troféu, uma prancha novinha em folha e vários sorrisos no rosto sonhando em um dia se tornar uma surfista profissional bem sucedida.

Marlon Lima, colega de "classe" de Gisele, foi outro que saiu da praia com um sorriso no rosto. Competiu somente ao lado do companheiro Thiago Dias, pois os outros dois não vieram. Foi melhor do que ele no pranchão e ganhou uma pranchinha branca pronta para cair no mar. Marlon também sonha em ser profissional, e por isso está lá, na escolinha, querendo aprender a sonhar com ondas melhores e maiores que deseja enfrentar. Aliás, não só os campeões, mas os segundos, terceiros, quartos, não importa o lugar, eles querem é chegar lá.

Depois dos longboards, os alunos mudaram de prancha. E com menores, aplicaram o que sabem para arrumar um primeiro lugar. Julia Santos, revelação da Escola Ordem e Progresso na primeira etapa do 14º Circuito A Tribuna de Surf Colegial, mostrou que é boa aluna e aumentou o seu quiver. Ganhou mais uma prancha, branquinha igual às outras. Luan Rosa reforçou a hegemonia da escola Municipal de São Vicente, e também carregou a sua prancha e levou pra casa. Premiação melhor não tinha. Com as pranchas na mão, eles já estão prontos para quando as ondas chegarem.

Para encerrar o dia, mais três categorias caíram no mar. Marcelinho do Tombo pegou uma "magrela", um pranchão e pedalou de Guarujá, saindo da praia do Tombo até o Itararé para participar do festival. Já comemorando por estar lá competindo, ele estragou a festa do vicentino Beto Garcia, que todos os dias rema nas ondas onde aprendeu a surfar. Beto estava na frente e antes de sair do mar para comemorar, Marcelinho pegou mais uma, para direita, e dessa vez somou o que precisava. Feliz, ele agradeceu o convite de Daniks. "Vim amarradão e quando cheguei aqui, encontrei vários amigos. Precisa ter eventos assim pra gente comemorar".

Os Opens, mas rápidos, agressivos e certeiros mandaram muito bem nas ondas. Vitória difícil mais conquistada com segurança. Darcio Dias também saiu do Guarujá, desta vez das Pitangueiras, e voltou carregado com prancha, troféu e a certeza de que os estudos complementam a arte de saber surfar. Estudante de Administração, hoje ele aposta no universitário. Já foi campeão paulista, bem no brasileiro e não quer parar. De volta a São Vicente, ele reconheceu o esforço de Daniks. "Como ele pega onda, eu vim aqui prestigiar o seu evento".

Assim como começou o festival, as mulheres encerraram a festa do domingo chuvoso, mas cheio de gente que gosta do mar. Jéssica Marques é cria da cidade. Já enfrentou campeãs da modalidade em diversos campeonatos e não esconde o desejo de querer continuar. Vitoriosa em vários circuitos, ela não perdeu a chance de participar. Também levou uma prancha, um sorriso e o direito de sonhar. Surf ela tem, o que falta é gente pra apostar.

Daniks Fischer agradeceu o investimento de marcas, empresas, apoiadores, políticos e ao deputado federal William Woo, que através do governo do estado de São Paulo, promoveram o Festival. Representado por Roberto Sekija, chefe de gabinete do deputado, em São Paulo, a mensagem foi de querer ajudar o esporte e o meio ambiente. "Estaremos sempre colaborando para que jovens encontrem o caminho do bem". O artista plástico Aloysio Pereira fez cada um dos troféus, na mão, arte para artistas do mar.

Sobre o meio ambiente, uma faixa foi estendida com apelo pela Baia de São Vicente. Perto da Ponte Pênsil, o fundo já não é mais o mesmo. A obstrução por acúmulo de lixos e a falta de limpeza sistemática provoca morte no mar, acaba com o ambiente marinho, e o direito de pescar. A esperança, assim como a da banda de forró Falamansa, é de que tudo fique diferente. Pra melhor, pra variar.

Confira os resultados:

Open

1 - Darcio Dias

2 - Rodrigo Metrinho

3 - Adriano Maciel

4 - Maxwell Ribeiro

*Os quatro finalistas ganharam pranchas, além de kit e troféu

Longboard

1 - Marcelinho do Tombo

2 - Beto Garcia

3 - Tiago Bulhões

4 - Sidney Batista