Filipe Toledo ganha primeira nota 10 na África do Sul
O brasileiro Filipe Toledo comandou o espetáculo no mar clássico da segunda-feira na África do Sul, surfando um tubaço incrível em Supertubes que arrancou a primeira nota 10 do Corona Open J-Bay.
17/Jul/2017 - João Carvalho / WSL - Jeffreys Bay - Cabo Oriental - África do SulO brasileiro Filipe Toledo comandou o espetáculo no mar clássico da segunda-feira na África do Sul, surfando um tubaço incrível em Supertubes que arrancou a primeira nota 10 do Corona Open J-Bay. Ele agora é o recordista absoluto do campeonato, pois superou a nota 9,93 do tubo de Gabriel Medina no sábado e aumentou o maior placar do havaiano John John Florence também no primeiro dia, de 19,37 para 19,63 pontos de 20 possíveis. Além de Filipinho, o também paulista Caio Ibelli e o potiguar Jadson André, derrotaram seus adversários nas ondas de 6-8 pés e passaram para a terceira fase da etapa sul-africana do World Surf League Championship Tour, que abre a segunda metade da corrida pelo título mundial da temporada.
“No rounde 1, eu consegui pegar uma ótima onda (9,5), só que faltou uma segunda nota boa pra somar, então guardei as energias e a vontade de surfar para o rounde 2”, disse Filipe Toledo, que não deu qualquer chance para o norte-americano Kanoa Igarashi. “Ontem (domingo), eu passei o dia descansando, nem surfei, fiquei só assistindo a galera fazendo o free-surf, então hoje eu fui com tudo pra bateria e deu tudo certo, graças a Deus. Acho que essa foi a primeira vez na minha vida que surfei ondas tão perfeitas assim, com altos tubos e ótimas para manobras também. Estou muito feliz por ter feito um dez e um nove e pouco, pois não tem sensação melhor do que isso”.
Filipe Toledo (Foto: Pierre Tostee – WSL)
A vitória valeu como uma vingança pela derrota sofrida para o mesmo Kanoa Igarashi no Oi Rio Pro em Saquarema, quando Filipe foi punido por suas atitudes antiesportivas protestando contra os juízes, com a suspensão da etapa seguinte, em Fiji. “Depois do que aconteceu no Brasil, não indo pra Fiji, ficou aquele gostinho de botar a lycra do campeonato, de querer passar baterias, então estava com muita vontade de estar aqui fazendo o que eu amo. Agora vamos com tudo para o rounde 3”.
Na verdade, Filipe nem vai competir na terceira fase, pois seu adversário seria o onze vezes campeão mundial Kelly Slater, que sofreu uma grave fratura no pé enquanto treinava em Supertubes e não tem mais condições de surfar. Com isso, Filipe Toledo já é o primeiro surfista a ter duas chances de classificação para as quartas de final do Corona Open J-Bay. As outras onze vagas ainda serão disputadas na terceira fase, que terá seis brasileiros.
Kelly Slater (Foto: Sherm – WSL)
Os campeões mundiais Adriano de Souza e Gabriel Medina e o potiguar Italo Ferreira, passaram direto por terem estreado com vitórias no sábado em Jeffreys Bay. Mineirinho vai competir no primeiro duelo da terça-feira na África do Sul, contra o francês Joan Duru. Medina entra na segunda bateria com o australiano Bede Durbidge. E Italo está na 11.a e penúltima, com o taitiano Michel Bourez.
Além de Filipe, mais dois brasileiros aproveitaram a segunda chance de classificação para a terceira fase, nas ondas excelentes da segunda-feira em Supertubes. A primeira vitória foi conquistada pelo potiguar Jadson André, que despachou o norte-americano Kolohe Andino por 15,80 a 13,20 pontos no segundo confronto do dia. Ele agora terá um duro desafio pela frente, pois vai enfrentar o atual campeão mundial John John Florence na terceira fase.
Jadson Andre (Foto: Kelly Cestari – WSL)
“Eu consegui fazer uma bateria boa e acho que estou no melhor nível do meu surfe atualmente, as pranchas estão animais, mas o primeiro dia foi bem difícil pra mim, pois quebrei minha melhor prancha e ainda fui parar no hospital para levar alguns pontos na cabeça”, contou Jadson André. “Mesmo após tudo isso, hoje (segunda-feira) eu procurei ficar calmo e o que mais tenho ouvido do meu técnico (Danilo Costa) é que estou surfando bem, fazendo tudo perfeito, mas minha escolha de ondas está me matando. Então, eu procurei melhorar e estou amarradão por ter vencido essa bateria”.
O outro brasileiro classificado na segunda-feira foi o paulista Caio Ibelli, que está voltando de uma contusão no tornozelo que o tirou da etapa de Fiji. Ele liquidou o australiano Stuart Kennedy logo nas duas primeiras ondas que surfou e valeram notas 8,50 e 7,93. Com elas, atingiu imbatíveis 16,43 pontos, pois seu oponente só conseguiu somar 14,80 com apenas uma nota no critério excelente dos juízes, acima de oito. Ibelli também terá uma pedreira na terceira fase, o atual campeão do Corona Open J-Bay e recordista de títulos na etapa sul-africana, o tricampeão mundial Mick Fanning.
Caio Ibelli Foto: Pierre Tostee – WSL)
“Logo no começo da bateria eu achei um 8,5 que me deu mais confiança e aquela garra pra ganhar a bateria”, disse Caio Ibelli. “A segunda também foi muito boa e já fiz meu segundo ‘score’ ali. Estou voltando agora de uma lesão, não competi em Fiji, então tive uma barreira mental muito grande e estava bem nervoso para essa bateria. Não consegui treinar muito e vim pra cá meio no escuro, sem saber se conseguiria surfar legal ou não, então estou amarradão por ter feito uma boa bateria”.
Apesar das três classificações, a “seleção brasileira” sofreu três baixas na segunda-feira. A primeira foi Miguel Pupo, que perdeu por pouco para o australiano Connor O´Leary no quarto confronto do dia, 13,40 a 13,10 pontos. Os outros foram eliminados nas duas últimas disputas por vagas na terceira fase. O também paulista Wiggolly Dantas conseguiu fazer duas ondas no critério excelente dos juízes, mas Ezekiel Lau também e acabou vencendo por 17,03 a 16,37 pontos. Com a derrota, o havaiano tirou o brasileiro do grupo dos 22 primeiros colocados no ranking, que são mantidos na elite dos top-34 da World Surf League para o ano que vem.
Wiggolly Dantas (Foto: Pierre Tostee – WSL)
Ezekiel Lau foi o primeiro a entrar na zona de classificação para o CT 2018 na África do Sul. O pernambucano Ian Gouveia estava na porta de entrada, em 23.o lugar, mas perdeu o duelo luso-brasileiro com Frederico Morais na bateria que fechou a segunda-feira e continua de fora. O brasileiro até surfou bem e tirou nota 7,0 em duas ondas, porém as do português foram melhores e receberam 8,00 e 7,73 para vencer por 15,73 a 14,00 pontos. Os eliminados na segunda fase terminaram em 25.o lugar no Corona Open J-Bay, ganhando apenas 500 pontos no ranking e 10.000 dólares por suas participações no evento.
O Corona Open J-Bay está sendo transmitido pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo da WSL e no Facebook Live através da página da World Surf League no Facebook, passando ao vivo também pela ESPN+ e globoesporte.com no Brasil, CBS Sports Network nos Estados Unidos, Fox Sports na Austrália, SKY NZ na Nova Zelândia, SFR Sports na França e em Portugal e EDGE Sports Network na China, Japão, Malásia e outros territórios asiáticos.
SOBRE A WORLD SURF LEAGUE – A World Surf League (WSL), antes denominada Association of Surfing Professionals (ASP), tem como objetivo celebrar o melhor surf do mundo nas melhores ondas do mundo, através das melhores plataformas de audiência. A Liga Mundial de Surf, com sede em Santa Mônica, na Califórnia, atua em todo o globo terrestre, com escritórios regionais na Austrália, África, América do Norte, América do Sul, Havaí, Europa e Japão.
A WSL vem realizando os melhores campeonatos do mundo desde 1976, promovendo os eventos que definem os campeões mundiais masculino e feminino no Championship Tour, além do Big Wave Tour, Qualifying Series e das categorias Junior e Longboard, bem como o WSL Big Wave Awards. A Liga tem especial atenção para a rica herança do esporte, promovendo a progressão, inovação e desempenho nos mais altos níveis.
Os principais campeonatos de surf do mundo são transmitidos ao vivo pelo www.worldsurfleague.com e pelo aplicativo grátis WSL app. A WSL já possui uma enorme legião de fãs apaixonados em todo o planeta que acompanha as performances dos melhores surfistas do mundo, como Gabriel Medina, John John Florence, Adriano de Souza, Kelly Slater, Stephanie Gilmore, Greg Long, Makua Rothman, Carissa Moore, entre outros, competindo no mais imprevisível e dinâmico campo de jogo entre todos os esportes no mundo, que é o mar.
Para mais informações, visite o WorldSurfLeague.com
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João Carvalho – WSL South America Media Manager – jcarvalho@worldsurfleague.com
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TERCEIRA FASE DO CORONA J-BAY OPEN – 13.o lugar com 1.750 pontos e US$ 11.500:
1.a: Adriano de Souza (BRA) x Joan Duru (FRA)
2.a: Gabriel Medina (BRA) x Bede Durbidge (AUS)
3.a: Owen Wright (AUS) x Ezekiel Lau (HAV)
4.a: Connor O´Leary (AUS) x Frederico Morais (PRT)
5.a: Mick Fanning (AUS) x Caio Ibelli (BRA)
6.a: John John Florence (HAV) x Jadson André (BRA)
7.a: Jordy Smith (AFR) x Leonardo Fioravanti (ITA)
8.a: Filipe Toledo (BRA) x Kelly Slater (EUA)
9.a: Julian Wilson (AUS) x Jeremy Flores (FRA)
10: Joel Parkinson (AUS) x Conner Coffin (EUA)
11: Michel Bourez (TAH) x Italo Ferreira (BRA)
12: Matt Wilkinson (AUS) x Jack Freestone (AUS)
SEGUNDA FASE – Vitória=Terceira Fase e Derrota=25.o lugar com 500 pontos e US$ 10.000:
Resultados do domingo:
1.a: Jordy Smith (AFR) 10.67 x 10.27 Dale Staples (AFR)
2.a: Matt Wilkinson (AUS) 13.10 x 11.67 Michael February (AFR)
Resultados da segunda-feira:
3.a: Owen Wright (AUS) 12.34 x 11.10 Ethan Ewing (AUS)
4.a: Jadson André (BRA) 15.80 x 13.20 Kolohe Andino (EUA)
5.a: Julian Wilson (AUS) 14.27 x 12.53 Josh Kerr (AUS)
6.a: Connor O´Leary (AUS) 13.40 x 13.10 Miguel Pupo (BRA)
7.a: Leonardo Fioravanti (ITA) 16.63 x 15.76 Sebastian Zietz (HAV)
8.a: Filipe Toledo (BRA) 19.63 x 12.83 Kanoa Igarashi (EUA)
9.a: Caio Ibelli (BRA) 16.43 x 14.80 Stuart Kennedy (AUS)
10: Joan Duru (FRA) 15.87 x 14.00 Adrian Buchan (AUS)
11: Ezekiel Lau (HAV) 17.03 x 16.37 Wiggolly Dantas (BRA)
12: Frederico Morais (PRT) 15.17 x 14.00 Ian Gouveia (BRA)
Fonte:http://wslsouthamerica.com/filipe-toledo-ganha-primeira-nota-10-na-africa-do-sul/