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Gabriel Medina e outros destaques no circuito mundial

Nenhum outro surfista brasileiro é tão conhecido dentro ou fora do país quanto Gabriel Medina. Além dele, temos também alguns destaques do Brazilian Storm.

29/Jun/2020 - - Brasil

Nenhum outro surfista brasileiro é tão conhecido dentro ou fora do país quanto Gabriel Medina. Além de toda a sua qualidade sobre uma prancha, o paulista de São Sebastião é simpático e bem-apessoado. Com isso, nos últimos anos Medina vem tendo uma exposição na mídia sem precedentes, o que lhe permite assegurar vínculos de patrocínio com nada menos do que onze marcas diferentes, entre elas Bradesco, Oi e Audi, conforme comenta artigo do portal Meio & Mensagem.

Medina com certeza vem fazendo por onde para merecer todo esse reconhecimento. Afinal, dos três brasileiros campeões mundiais pela World Surf League (WSL), ele foi o único a atingir esse posto por duas vezes, em 2014 e 2018. Além disso, desde o seu primeiro título, não houve um ano até aqui em que não tenha terminado uma temporada da WSL entre os três primeiros.

Além de Medina, cabe também destacar pelo menos mais três nomes do atual surfe brasileiro: o “Mineirinho” Adriano Souza, Ítalo Ferreira e Filipe Toledo. Todos eles são parte importante do que a imprensa estrangeira chama há anos de “Brazilian Storm” (“Tempestade Brasileira”).

Os brasileiros que vêm surfando a tempestade

Adriano Souza, o “Mineirinho”, nasceu no Guarujá, cidade do litoral paulista, e ultrapassou as mais diversas barreiras em sua vida pessoal até ser campeão mundial em 2015. Quanto ao seu apelido, a jornalista Márcia Vieira, que lançou em 2017 um livro sobre ele pela editora Intrínseca, esclarece que o mesmo se deve ao fato de seu irmão, por conta de seu jeito quieto, ter sido conhecido como “Mineiro”.

Coincidentemente, os pais de “Mineirinho” vieram da cidade de Grossos, no Rio Grande do Norte, mesmo estado em que nasceu o atual campeão mundial de surfe, Ítalo Ferreira. Natural da cidade de Baía Formosa, Ítalo já era visto como um futuro campeão por pessoas próximas, como o seu conterrâneo Jadson André, o que pode ser constatado em um documentário lançado há poucos meses pela WSL.

Outro atleta que não poderia deixar de ser mencionado é Filipe Toledo. Embora não tenha sido (ainda) campeão mundial, o paulista de Ubatuba é um dos surfistas mais consistentes do circuito e foi o 3º colocado geral em 2018. Assim, não seria nenhuma surpresa vê-lo como o próximo brasileiro a se sagrar campeão mundial, ainda mais levando em conta os seus diversos patrocínios, envolvendo empresas como Hurley e Oakley. De acordo com o portal Waves, Filipe se encontrava no ano passado entre os 10 surfistas mais bem pagos do mundo na última temporada.

Independentemente de suas respectivas origens, nota-se que todos os nomes citados acima compartilham das qualidades que o escritor de surfe Jed Smith mencionou ao traçar um perfil de Medina ainda em 2014 para o site The Inertia: maturidade, caráter, um bom grupo de apoio e um senso inabalável de si mesmo. Não foi à toa que, até o fim da temporada passada, três desses surfistas estavam na disputa pelo título.

Do mar para o campo

Em seu artigo, Jed Smith deixou claro também que considerava Gabriel Medina um talento natural como há muito não se via no surfe. O curioso é que Medina talvez tenha levado um tempo até se decidir que se enveredaria realmente por essa modalidade esportiva. Em entrevista concedida a fãs na sede da WSL no início do ano passado, o bicampeão mundial afirmou com todas as letras que poderia ter sido jogador de futebol.

Certamente não é por acaso que Medina é bastante próximo do craque Neymar, que inclusive já foi visto torcendo por ele numa etapa da WSL em Portugal, há dois anos. Medina ainda não foi flagrado fazendo o mesmo pelo amigo, mas a próxima Copa do Mundo talvez seja uma boa oportunidade para tal, já que a competição parece ser promissora para a Seleção Brasileira. Para se ter uma ideia, em 18 de junho alguns sites de apostas esportivas online mostravam que a conquista do hexa em 2022 dava um retorno de 6.50, o que faria da Seleção Brasileira a favorita para vencer o Mundial no Catar. Ainda faltam dois anos para que a competição seja realizada, mas o momento do craque do PSG é, de fato, um bom motivo para acreditar no sucesso do Brasil no Oriente Médio, o que pode ser um fator relevante para que vejamos o surfista no meio da torcida.

Antes disso, no entanto, os torcedores brasileiros poderão torcer por Medina em um outro país asiático: os próximos Jogos Olímpicos, a serem disputados em Tóquio em 2021, pela primeira vez incluirão também o surfe. E, como dito em matéria do GloboEsporte.com, Medina e Ítalo terão a honra de ser os primeiros a competir pelo ouro olímpico. Não fosse pela limitação de apenas dois surfistas por nacionalidade, o domínio brasileiro na WSL provavelmente ficaria ainda mais visível no Japão. De qualquer forma, as Olímpiadas serão uma ótima oportunidade para que o mundo todo esteja a par dessa nova ordem mundial do surfe.