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Guarujá Open de Surf homenageia pioneiro do surf

Pioneiro do surf, Udo será homenageado por sua história na final do Rip Curl Guarujá Open de Surf 2019 na Praia do Tombo.

12/Set/2019 - Fábio Maradei - Guarujá - São Paulo - Brasil

Previsão Surfguru de águas rasas para a Praia do Tombo - SP

A decisão do Rip Curl Guarujá Open de Surf 2019 neste final de semana promete fortes emoções também fora do mar. A Associação de Surf de Guarujá (ASG) prestará homenagem ao pioneiro da modalidade, Udo Franz Sander Júnior, considerado um desbravador do esporte, que desde a década de 60 se aventurou nas ondas na Cidade, na época ainda com pesadas pranchas de madeira, e integrou um seleto grupo responsável pelos primeiros campeonatos em São Paulo.

A escolha faz parte do projeto “Lendas do Surf”, organizado por Claudia Assis, como forma e identificar e reconhecer personagens que colaboraram diretamente na história da modalidade na cidade, que tem o surf como um dos esportes mais populares e ondas de qualidade durante o ano inteiro.

Desde o ano passado, a ASG, na pessoa do presidente Ademir Silva, fortaleceu esse trabalho e, inclusive, encaminhou um projeto de Lei para a instituição do Dia Municipal do Surfista, conforme Lei 4.524/2018. Para ampliar ainda mais essa ação, o reconhecimento passou a ser feito no Circuito, para uma integração ainda mais com os jovens talentos que estão surgindo. “Temos de respeitar e sempre valorizar a história para manter e garantir o crescimento do esporte”, afirma Ademir.

Udo foi indicado por Guaracy Moraes, o primeiro homenageado em 2018, recebeu o troféu “Pioneiros da Ilha”, de posse transitória, durante o Dia do Surfista, no dia 20 de junho, e agora será lembrado no ambiente que mais gosta de estar, a praia. Aos 67 anos, o engenheiro químico aposentado não esconde a satisfação pelo reconhecimento. “A emoção foi e está sendo muito grande, fez com que eu fosse buscar velhas e boas histórias e saber que têm pessoas que valorizam e gostam de ouvir”, afirma. “Nunca imaginei que essa homenagem poderia acontecer”, revela.

Basta começar a falar de surf, que Udo recorda bons, grandes e históricos momentos do surf. “O início da galera, uns dez no máximo, fabricando as próprias pranchas de madeirite e surfando no Canto do Maluf. A chegada das pranchas Glaspac, de fibra de vidro, a proibição de surfar nas praias do Guarujá, ficando permitido somente uma área de 150 metros do lado esquerdo da ilha”, conta empolgado.

Também lembra da organização do primeiro e do segundo campeonatos paulistas de surf, nas Pitangueiras, em 1967 e 68. “Ainda só com pranchão”, detalha. Outro tema que gosta de falar é sobre as viagens para as praias do Litoral Norte ainda nos anos 60, sem dúvida verdadeiras aventuras. “Era muito difícil, pois ninguém tinha carro e a gente vivia de carona. Como não havia estrada até Boracéia, a viagem era feita pelas praias quando os rios e a maré permitiam. Chegar a Maresias e Paúba era uma odisseia”, admite.

O pioneiro demonstra o sentimento de ter colaborado diretamente para o que o surf brasileiro se tornou hoje, com toda a popularidade que alcançou e também o domínio no Mundial. “Meu sentimento é de ter colaborado no início, enfrentando muitas barreiras. O esporte era marginalizado e o surfista nas décadas de 60 e 70 era sinônimo de vagabundo”, argumenta

“Hoje é sensacional e com um potencial de crescimento muito grande. Gostaria que o Brasil tivesse mais uma etapa da WSL, como a Austrália”, diz Udo, também destacando o surf guarujaense. “Está em franco desenvolvimento e acredito que com mais incentivo oficial, poderíamos resgatar mais jovens para o caminho de um futuro melhor, como o Mineirinho (Adriano de Souza)”, completa.

A homenagem para Udo será realizada junto com a premiação dos melhores da temporada, no domingo. A competição tem início nesta sexta-feira (13), na Praia do tombo, reunindo mais de 200 surfistas, divididos em 12 categorias, desde a novíssima geração, com atletas na sub8, sub10 e sub12, até os mais experientes da Legends (45 anos em diante), incluindo a pro-am, com o vencedor levando R$ 800,00 oferecido pela Fu Wax, SUP Surf, longboard e feminina.

No trabalho de pesquisa sobre os pioneiros já foram entrevistados alguns ícones da Cidade como Fuad Mansur, Patrô, Thyola, Ronaldo Hypolito, Pardal, Claudion Maran, entre outros. A ideia é criar um arquivo de entrevistas fotos e vídeos que possam ser acessados por todos que queiram conhecer mais a história do surf de Guarujá.

“A ASG apoia e acredita na importância desse resgate também para a formação da nova geração de atletas, respeitando quem fez a história e abriu os caminhos deste esporte incrível, que vem ganhando cada vez mais força, pois transforma vidas, colando as pessoas em contato pleno com a natureza”, finaliza Claudia Assis.

O Rip Curl Guarujá Open de Surf 2019 é uma realização da Associação de Surf de Guarujá (ASG), em parceria com a Federação Paulista de Surf e Prefeitura de Guarujá, por meio da Sedel (Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer). Apoios de Surf Trip, Ciasurf Surf Club, Rip Wave Surfboards, C-Four Shaper Supply, Secretaria Municipal de Turismo, Parakolo Pousada Canto do Forte, Gellate, CT Lugar ao Sol, Tidbit Alimentos Liofilizados, Fuwax, Hardcore, Colégio Don Domênico, Redfever Cross Fit, Hortifruti e Pastelaria Guarujá, Águas Cristal Litoral e FMA Notícias.