Jasmim Avelino conquista título brasileiro de longboard
A carioca Jasmim Avelino, de 22 anos, surgiu esse ano no cenário nacional do longboard como uma grata surpresa. Devido a falta de eventos no pais, a jovem nunca teve chances de mostrar seu surf de qualidade e estilo.
27/Out/2017 - João Otávio Vieira - Rio de Janeiro - Brasil“Comecei a surfar aos nove anos no bodyboard incentivada pelo meu pai e minha irmã, ambos surfistas de longboard. Meu objetivo sempre foi o pranchão, mas por ser muito pequena, meu pai me apresentou o body para que eu pudesse conhecer o mar, entender as ‘regras’ do surf e saber os meus limites, para quando pegasse o longboard soubesse administrar uma prancha de 3 metros. Aos 12 ingressei no long e não quis saber de outro tipo de prancha ou esporte. No ano seguinte, disputei meu primeiro campeonato o Petrobrás Longboard Classic na praia de Jacaraípe (ES). Desde então, o surf virou parte da minha vida”, afirmou.
No primeiro evento válido pelo Wizard Brasileiro de Surf Feminino, Jasmim surpreendeu e conquistou um segundo lugar. Já durante a Neutrox Weekend conquistou um terceiro lugar atrás apenas dos ícones brasileiros da categoria Chloé Calmon e Atalanta Batista. Com os resultados, Jasmim sagrou-se a campeã brasileira de longboard em 2017.
“A conquista pelo título foi completamente inesperada. Até o meio do ano, não sabia que teríamos dois eventos profissionais, voltados para o surf feminino e que valesse para o ranking da ABRASP. O longboard feminino já estava completando 4 anos sem um circuito brasileiro e acreditava que este, seria mais um ano sem investimento na nossa categoria. Estava bastante empolgada para o retorno de alguns campeonatos regionais e ter a oportunidade de voltar a competir. Quando soube destes dois eventos, de nível nacional e profissional, a primeira coisa que me passou à cabeça foi a possibilidade de voltar a investir no surf, ter janelas abertas para novos apoiadores, patrocinadores e investidores. Desde 2011, passei a me considerar ‘aposentada’ e free surf, devido a esta falta de eventos nacionais e investimentos na nossa categoria. Inicialmente minha maior empolgação era poder reviver a vibe dos campeonatos, rever as meninas dos outros estados e sentir o frio na barriga por estar ao lado dos maiores nomes nacionais do longboard feminino mais uma vez”, disse ela falando da falta de eventos no Brasil.
“Conquistei o vice-campeonato na primeira etapa e já estava completamente satisfeita com aquele feito. E aos poucos, foi caindo a ficha de que, com o acontecimento da segunda etapa, eu era uma das favoritas a conquistar o título brasileiro. Preferi não ficar pensando nisso e deixar que as coisas acontecessem naturalmente sem criar muitas expectativas. E assim, consegui novamente chegar até a final, competindo com nomes internacionais, o que deixou a disputa ainda mais importante e emocionante. Que honra estar dividindo o pódio com estes ídolos e conquistar o meu espaço entre elas com o título! Nunca esperei que chegaria à este título justamente em um ano conturbado, em que só estou conseguindo surfar aos finais de semana. Acredito que esta conquista foi justamente por isso, por estar ali no mar por amor, sem expectativas para algo maior, apenas ali para me divertir e fazer o que sei em cima da prancha, sem nenhuma pressão”, completou.
Com esse titulo, a carioca espera poder se dedicar mais ao esporte e competir em grandes eventos mundiais.
“Meu foco é me formar no ano que vem, para que assim, consiga finalizar esta etapa e pensar em me dedicar ainda mais no surf. Atualmente concilio o surf com os estudos e trabalho, então os treinos acontecem apenas nos finais de semana. Meu sonho, e acredito que seja o de todos atletas nacionais, é de um dia, conseguir viver do esporte, sabendo que temos investidores, apoiadores e patrocinadores apostando nos talentos nacionais de diversas modalidades. Infelizmente esta não é a realidade brasileira, e muitos talentos deixam este sonho de lado para “conseguir a vida” com outra profissão, já que o surf, e muitos outros esportes não são considerados como tal. Aprecio o surf livre, sem pressão, sem disputa, apenas com a alma e curtindo o que este esporte proporciona de melhor. O que sempre desejei foi ter a possibilidade de viajar o mundo, surfar ondas perfeitas com minha família e amigos, independente de qualquer vitória ou competição para me considerar melhor que alguém. Pois para mim, no surf isso é impossível. Entretanto, atualmente, vejo que a única maneira do longboard ter um espaço sólido, é com as competições, onde os talentos aparecem. Então quero me dedicar para contribuir com este crescimento e servir de inspiração para muitas meninas que admiram tanto quanto eu esta modalidade tão encantadora, para que um dia, possamos viver dela. Meu objetivo é conseguir participar do campeonato Sul Americano de 2018 que acontecerá no Peru, classificatório para o circuito mundial.”, finalizou.
Jasmim têm o apoio do shaper Cláudio Pastor, Aloha Veículos, Poipoi Swimwear e Vibe Log.