#wqs #competições #surf #profissional #mundial 

Kolohe Andino também vence o Quiksilver Brasil Open

A nova sensação do surfe norte-americano, Kolohe Andino, 17 anos, venceu as duas etapas da “perna brasileira” de fim de ano da ASP South America e entrou no grupo dos 32 surfistas que formarão a elite do ASP World Tour em 2012.

23/Out/2011 - João Carvalho / ASP - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

O segundo título foi conquistado no domingo de Sol, praia lotada e boas ondas de 3-4 pés no Arpoador. As suas manobras modernas, principalmente os aéreos, fizeram a diferença nas fases decisivas. Inclusive na final contra o paulista Hizunomê Bettero, 25, no Arnette apresenta Quiksilver Brasil Open of Surfing no Rio de Janeiro.

“Foi uma final muito difícil”, admitiu Kolohe Andino. “Eu sabia que estava enfrentando um grande surfista, que, assim como eu, fez um grande campeonato. Nós conseguimos achar boas ondas, mas teve um momento em que parei e pensei: “Será que não vou conseguir virar?”. As ondas tinham parado de entrar, mas quando voltaram consegui boas notas com os dois aéreos nas direitas que acabaram me dando o título”.

Na bateria decisiva, o brasileiro largou na frente com uma nota 7,5, contra 4,83 do americano. Mas, logo Kolohe pega uma esquerda mais longa para apresentar a sua variedade de manobras e assumir a ponta com nota 8,83. Ele ainda surfa outra onda mais rápida antes de Hizunomê e dispara na dianteira com 7,67. Mas, o ubatubense volta para a briga numa ótima onda que ele acertou uma série de quatro manobras para finalizar com um aéreo rodando perfeito, levantando a torcida na areia com a nota 9,07 recebida dos juízes.

Tudo isso ainda no início da bateria, com apenas três ondas surfadas por cada um, já comprovando o altíssimo nível dos finalistas. O americano ficou precisando de 8,25 pontos para retomar a ponta. Depois de um remanso de aproximadamente 5 minutos sem ondas, Kolohe pega uma fraca e erra a segunda manobra, com a prioridade de escolha da próxima ficando para o brasileiro.

Hizunomê espera pacientemente pela entrada de uma maior no outside, enquanto o americano vai pegando as ondas do inside (mais próximo da praia), usando a mesma tática de ficar mandando aéreos na beira como fez para ganhar a semifinal contra o carioca Leonardo Neves. De tanto insistir, o americano acabou pegando uma esquerda que abriu uma boa parede e foi variando batidas com rasgadas, mas a nota saiu 7,70 e Hizunomê seguiu na frente.

O ubatubense só pegou outra onda quando faltavam 8 minutos para o término, mas a esquerda logo fechou. Aí sobrou a direita para Kolohe usar a sua arma mortal, completando um aéreo rodando perfeito que valeu nota 8,40 e a virada no placar. Agora era o brasileiro que teria de correr atrás de 7,66 pontos nos minutos finais. Hizunomê escolhe uma esquerda e manda três manobras fortes, principalmente a na junção, mas os juízes deram nota 7,40. Só que, de novo, sobra uma direita para o americano mandar um “aéreo reverse one grab rail” de difícil execução que arrancou um 9,10 para sacramentar a vitória por 17,50 x 16,57 pontos.

“Eu fiz o meu melhor, tive uma onda muito boa com quatro manobras e um aéreo rodando pra finalizar e recebi um 9,07, enquanto ele fez só um aéreo e tirou quase a mesma nota (9,10), mas são os juízes que decidem né”, lamentou Hizunomê. “Mesmo assim, estou feliz pelo resultado, fazia tempo que eu não chegava numa final em etapas do Circuito Mundial e competição é isso, um tem que ganhar, então foi a minha vez de ficar em segundo lugar. Eu só posso dizer que vou continuar batalhando porque em alguma hora sei que vou vencer”.

Pelo vice-campeonato no Quiksilver Brasil Open, Hizunomê recebeu um prêmio de 10 mil dólares e subiu da 52.a para a 48.a posição no ranking que classifica os 32 primeiros para o ASP Dream Tour do ano que vem. No domingo, ele venceu o primeiro confronto do dia, ainda pela quarta fase da competição. Depois também ganhou na rodada de baterias formadas por três competidores e nos duelos homem a homem despachou dois paulistas no caminho até a final, Thiago Guimarães nas quartas e o jovem Filipe Toledo nas semifinais.

Já o campeão Kolohe Andino ingressou no G-32 do ASP World Ranking quando derrotou o paulista Thiago Camarão nas quartas de final pela segunda vez consecutiva, pois os dois já haviam se enfrentado nesta mesma fase no SuperSurf Internacional encerrado no sábado passado em Ubatuba (SP). Na semifinal tirou o último carioca da competição, mas a praia toda vaiou o resultado por causa da nota 6,80 que os juízes deram em um aéreo numa direita curta, mas não a virada na última onda de Leonardo Neves. Ele precisava de 7,07 pontos e recebeu nota 7,00, sendo eliminado por um placar apertado de 13,80 x 13,73 pontos.

“A bateria ficou duvidosa no final. O Kolohe deu um aéreo pequeno na beira, a manobra não foi muito expressiva e ganhou um 6,80, quase a mesma nota da minha última onda que eu dei mais de quatro batidas fortes, jogando água. Eu precisava de 7,07 e me deram um 7 cravado, aí não dá”, destacou Leonardo Neves. “Mas sei que eu fiz uma boa campanha no campeonato. Acho que perdi a oportunidade de vencer esta etapa, pois eu estava muito encaixado com as ondas, porém estou feliz pelo terceiro lugar também”.

ARNETTE WORLD JUNIOR – Leonardo Neves, 31 anos, dividiu o terceiro lugar no pódio do Quiksilver Brasil Open of Surfing com o mais jovem dos semifinalistas, Filipe Toledo, de apenas 16 anos de idade. O atual campeão sul-americano Sub-20 será um dos destaques do Brasil no Quiksilver apresenta Arnette ASP World Junior Championship, segunda etapa do Circuito Mundial Pro Junior da ASP que começa nesta segunda-feira nas mesmas ondas do Arpoador.

“Estou muito feliz por te conseguido esse resultado. Uma semifinal num campeonato tão importante como esse é certamente o meu melhor resultado como profissional”, falou Filipe Toledo. “Foi muito legal fazer essa semifinal com o Hizunomê (Bettero), que é um grande amigo meu lá de Ubatuba e espero que ele quebre essa final e ganhe o título desta etapa”.

FINAL DO QUIKSILVER BRASIL OPEN OF SURFING:

Campeão: Kolohe Andino (EUA) com 17,50 pontos – US$ 20.000 e 3.500 pontos

Vice-campeão: Hizunomê Bettero (BRA) com 16,57 pontos – US$ 10.000 e 2.640 pontos

SEMIFINAIS – 3.o lugar – US$ 5.000 e 2.080 pontos:

1.a: Kolohe Andino (EUA) 13,80 x 13,73 Leonardo Neves (BRA)

2.a: Hizunomê Bettero (BRA) 15,00 x 8,93 Filipe Toledo (BRA)

QUARTAS DE FINAL – 5.o lugar – US$ 2.850 e 1.560 pontos:

1.a: Kolohe Andino (EUA) 16.77 x 12.47 Thiago Camarão (BRA)

2.a: Leonardo Neves (BRA) 17.80 x 16.00 Bino Lopes (BRA)

3.a: Hizunomê Bettero (BRA) 15.86 x 10.50 Thiago Guimarães (BRA)

4.a: Filipe Toledo (BRA) 14.70 x 10.93 Jessé Mendes (BRA)

QUINTA FASE – Round of 12 – 3.o=9.o lugar – US$ 2.400 e 920 pontos:

1.a: 14.67=Kolohe Andino (EUA), 10.33=Bino Lopes (BRA), 7.93=Pedro Henrique (BRA)

2.a: 15.34=Leonardo Neves (BRA), 13.63=Thiago Camarão (BRA), 12.03=Marcio Farney (BRA)

3.a: 16.83=Hizunomê Bettero (BRA), 15.44=Filipe Toledo (BRA), 10.67=Keanu Asing (HAV)

4.a: 13.63=Jessé Mendes (BRA), 12.00=Thiago Guimarães (BRA), 11.70=Mitch Crews (AUS)