Maior Pororoca Registrada até hoje!
deixo para vocês o registro feito por minhas lentes da maior onda de pororoca fotografada na foz do Araguari, no estado do Amapá.
26/Abr/2010 - Denis Sarmanho - Amapá - Amapá - BrasilConsultei todos os profissionais do surf, que ao longo de mais de dez anos deslocam-se para esta região e monitoram e surfam neste magnífico fenômeno da Amazônia, e todos foram unânimes em afirmar que jamais tinham visto uma onda desta magnitude quebrar deste tamanho e nestas proporções, com o rio ganhando vida e gerando esta, que talvez seja, a maior manifestação da natureza envolvendo o esporte surf em todo o planeta.
Rick Werneck, desbravador da onda e um dos maiores fotógrafos e videomakers do fenômeno, me confidenciou que todos este anos fotografando e surfando em ondas de pororocas, jamais ter visto uma onda deste tamanho no Araguari.
- Certamente a maior que eu já vi, pena que eu não estava lá. Gostaria muito de ter visto essa morra. Abraços. (Rick Werneck por email)
Sérgio Laus- Recordista que permaneceu surfando o maior percurso da onda no Guinees Book e atualmente é o surfista que mais explora e surfa nesta parte do planeta também me disse sua opinião. Serginho com é mais conhecido por nós, estava presente e viu a onda, pilotando seu flex boat novinho em folha, e é ele quem aparece na primeira foto. da matéria Conversando com Serginho logo depois da passagem desta onda, na casa do Zeca (o melhor piloto da face da terra na pororoca do Araguari) Serginho disse:
- Foi a maior pororoca que eu já presenciei até hoje, sem dúvida estáafoi a maior onda de pororoca que eu vi quebrar aqui na foz do Araguari nestes dez anos vindo surfar e registrar esta onda. (Sérgio Laus)
Noélio Sobrinho é outro grande surfista de pororoca. Preside a maior entidade de eventos radicais neste tipo de onda, a ABRASPO, e também estava presente conosco na ocasião do feito e viu com os próprios olhos está onda vindo em sua direção.
- Estava muito grande, nunca tinha visto nada igual, venho fazer eventos aqui e surfar todos os anos, já vi ondas muito grandes aqui, mais está foi sem dúvida a maior e mais sinistra onda que eu já vi quebrar aqui. Estou muito emocionado e arrepiado, vou me lembrar dessa onda pro resto da minha vida. (Noélio sobrinho).
- Muito grande, impressionante o tamanho desta onda, vi esta onda de longe e vi que ela estava muito grande, fui um dos primeiros a pular e tentar surfar no canto esquerdo da margem, onde ela vem menor, porém muito mais perigosa, estava fora do raio de ação do Denis, que estava fotografando tudo que acontecia no meio do rio. Foi coisa de louco, essa foi a maior onda que eu já vi na minha vida, não só aqui na pororoca do Araguari, mais aqui no Brasil também, já fui surfar em todos os lugares do Brasil e nunca tinha visto uma onda tão grande e perigosa, sei que deve existir, mais igual a essa só aqui mesmo. (Márcio Vahia).
Meu amigo de longa data, que já me colocou nas melhores e mais longas ondas que já peguei na vida e foi quem proporcionou eu ter feito todos estes cliques, o piloto de voadeira Francisco Pinheiro foi enfático em afirmar ainda dentro da voadeira, quando eu estava registrando tudo para o CRAUD, que está foi a maior onda que ele já viu em toda a história do surfe na pororoca. Chico junto com Luisinho Gemaque são os profissionais mais antigos do Amapá, com exceção do Zeca que mora na frente da onda, que estão aptos a pilotar jets e voadeiras no Araguari em busca da onda.
- Denis, eu acho que tu fotografaste a maior onda que eu já presenciei aqui, nunca tinha visto esta onda deste tamanho e tão perigosa, olha que eu moro aqui (Macapá) e venho todos os anos trazer a galera varias vezes para surfar, e dar o resgatar depois que eles surfam e tu esta de parabéns irmão, pela tua coragem de arriscar teu equipamento aqui. Só tu mesmo para estar comigo dentro dessa voadeira fazendo isso. Acho que depois tu vai surfar muito 'Dick'. (Chico Pinheiro)
Mais um grande surfista paraense, e que hoje mora em Fortaleza no Ceará. Foi um dos precusores do surf na pororoca do Amapá junto com Noélio Sobrinho e Marcelo Bibita, é o Nil Farias. Com mais de cinquenta trips para surfar esta onda, muitas vezes sozinho com o Luisinho. Quando perguntei para o Nil se ele já tinha visto uma onda desse tamanho quebrando com essa força descomunal, ele afirmou.
- Denis, acho que nós vimos a maior onda de pororoca até hoje aqui, neste dia. Fomos abençoados por Deus de estarmos aqui, no lugar certo na hora certa. Tenho absoluta certeza que está foi a maior onda que já quebrou aqui e nós tivemos a maior sorte do
Bom galera, apesar de todos estes depoimentos, sei o que eu vi, e sei o que se passou naquelas longas horas na frente daquela onda. Sempre pedia para o Chico acelerar sem parar e nos manter numa distância segura, era nosso primeiro dia em busca da onda e eu não queria que acontecesse nada de errado logo no primeiro dia, pois sabia que ainda teriam dois outros dias para surfarmos e fotografarmos o fenômeno.
A pororoca em um primeiro momento, pode entrar com um determinado tamanho em toda a extensão do rio, a medida que ela vai seguindo seu caminho rio acima, contra o fluxo da correnteza que vem vazando, a onda vai cada vez mais ganhando força, volume e tamanho. Quando me dei conta e me deparei com aquela massa d'agua toda vindo em minha direção, apesar de já ter surfado muito esta onda junto com todos os surfistas citados acima, jamais tinha visto uma onda deste tamanho e com uma força descomunal. Parecia querer nos chupar para cima dela e nos engolir.
A fúria da onda na beira do barranco da esquerda era tão grande que eu vi muitas árvores sendo arrancadas por inteiro e arrastadas. Acreditem jamais queiram estar na frente desta onda despreparados e sem noção do perigo, pois apesar de meu vasto conhecimento da onda e do lugar, o medo sempre aflora em meus pensamentos e a qualquer momento e a qualquer vacilo ou descuido, uma pane do motor ou algo parecido pode tornar este dia, o pior dia de sua vida.
Me sinto realizado, quando estou em busca de uma onda de pororoca, não penso mais em nada, apenas me concentro em fazer boas fotos e depois vou ao seu encontro. Mantenho sempre um diálogo com a onda e com a natureza ao meu redor, peço sempre que me proteja e que eu consiga pelo menos deslizar por um momento em sua parede, momentos estes muitas vezes intermináveis. Surfei a onda em todos os três dias que passei lá. Teve um momento em especial que merece um parágrafo único. No último dia apesar de já ter surfado a onda nos dois dias anteriores, consegui surfar as duas últimas bancadas, depois de ter feito algumas fotos e provei para mim mesmo que era possível, depois que a onda acabasse, voltar para o barco mãe, ou para a casa do Zeca apenas no braço, ou seja na remada, mais está história irei contar para vocês em outra ocasião.
Mais saibam porém que uma coisa fundamental, é contar sempre com um bom resgate nesta região. Nele pode estar implícito o seu sorriso de satisfação e felicidade de surfar naquela região, e voltar seguro para o barco mãe...
...ou o seu pior pesadelo.
Até semana que vem no Maranhão.