"Havia chegado recentemente do Sul, onde fui fazer uma investida na laje da Jagua, que acabou não quebrando com muito força nos dias em que estive por lá.
Logo quando retornei, fiquei atento a previsão desse swell e que seria o maior dos últimos 4 anos. Então, comecei a me preparar e articular para onde iria, e qual seria o pico que atingiria com maior intensidade. Entrei em contato com meu mestre, Alemão de Maresias, que estava no Rio de Janeiro, e logo me confirmou que seria lá o auge do swell.
Preparei todos equipamentos, jet ski e peguei a entrada rumo a cidade carioca, cheio de expectativa para encontrar o mestre alemão, pois já logo na sexta partimos rumo ao norte do Rio de Janeiro, para desbravar uma bancada a cerca de 6 km da costa e sermos os primeiros a surfar o pico juntos de uma galera local que nos recebeu muito bem, um lugar pouco explorado e por enquanto não divulgado. Após cumprir a missão de reconhecimento lá, voltamos para o Rio e começou a missão do swell que seria cheia de dificuldade.
No sábado, o mar amanheceu bem mexido e com volume bem grande, mas ainda desalinhado então entramos no mar pela tarde e fomos a caminho de São Conrado.
Quando chegamos lá, o mar estava gigante e com certeza quebrando as maiores ondas que já vi no Brasil, estavam vindo vagalhões e estourando na praia com cerca de 7 metros de face mole.
Fechando tudo e impossível de surfar, até cogitamos, mas o resgate com o jet ski seria impossível, tamanha era a quantidade de espuma que se fazia quando a onda estourava, e acabamos indo para a laje do Hotel Sheraton, nessa onda vivenciamos outro momento mágico com ondas parecidas com Waimea, fomos para fazer tow-in, mas como havia alguns surfistas tentando a remada e como a onda era um pouco cheia não fizemos, e o alemão foi remar e fiquei no resgate. O monstro que é o alemão dropou uma bomba sinistra com toda sua experiência e registrou esse dia na nossa memória. Logo após fomos sair e nosso jet pegou sujeira e parou de acelerar no meio do mar quase de noite.
Resumindo, a maior roubada! Mas conseguimos tirar o jet da água de noite, alemão ficou levando o jet a 3km/h até Copacabana e eu fui resgatá-lo de carro. No outro dia, já era domingo, conseguimos outro jet ski para irmos surfar São Conrado mas novamente o jet ski pegou sujeira e parou também, dai pensei 'não acredito que não vou surfar a maior desse swell'. Voltei para a marina onde meu jet estava com o mecânico na torcida para conseguir arrumar rápido, pois o mar já estava baixando. Mas o mecânico arrumou o jet muito rápido e disse 'vai pra água', olhei para o Alemão e na mesma hora falamos, vamos surfar.
Chamamos o fotógrafo e quando chegamos em São Conrado, para a nossa surpresa, o mar começou a subir de tamanho e alinhar, e o resultado disso foi sensacional!!!
Agradeci muito a Deus por ter me proporcionado esses momentos e com certeza ter surfado senão a maior onda do swell do Brasil, ter surfado umas das maiores. Eu e Alemão gritávamos de dentro do mar e a galera de fora, que deveria ser, cerca de umas 30 pessoas, gritavam enlouquecidas, porque realmente foi um momento único do mar, poucos instantes que se eternizaram nessas fotos animais.
E assim, continua a minha busca pelas maiores ondas e swells. Aloha!!"
Por Marcelo Luna