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Marcos Bukão comenta o orgulho de ver o surf como esporte olímpico

A inclusão do surf como modalidade olímpica contou com a participação efetiva de um brasileiro. O santista Marcos Bukão é o diretor-técnico de todas as competições da International Surfing Association (ISA), entidade reconhecida pelo Comitê Olímpico Inter

01/Set/2016 - Redação Surfguru - Brasil

Um dos homens de confiança do argentino Fernando Aguerre, que por duas décadas batalhou nesse árduo processo, o dirigente brasileiro comemora essa conquista e também destaca a importância do Hang Loose Surf Attack, hoje o principal e mais tradicional circuito de categorias de base do País, para o futuro da modalidade.

“Mais do que emoção, é orgulho. Fui uma pessoa privilegiada, que acompanhou de perto toda essa batalha”, ressalta Bukão, lembrando que o trabalho teve o início ainda em 1996, no ISA World Surfing Games, em Huntington Beach, Califórnia/EUA, com o primeiro contato com o COI. “Foi a primeira vez que se falou de surf na olimpíada. Lembro que o COI reconheceu a ISA como entidade que rege o surf a nível mundial. Fernando Aguerre foi chamado de sonhador e hoje a gente até brinca que ele é uma espécie de Don Quixote. Ele lutou contra moinhos de ventos e venceu. Conseguiu uma vitória considerada praticamente impossível pelas pessoas”, contou.

Nessa evolução, um dos pontos principais foi trazer para a ISA países ao redor do mundo. “Era preciso ter mais de 100 nações filiadas aos comitês olímpicos locais, para ter um peso, uma credibilidade junto ao COI. Eu pessoalmente fui para o Marrocos, Mali, na África. Naquela época, a ISA tinha, 30, 35 países, hoje são 112. Também seguimos todas as exigências do COI, inclusive exames antidoping, com filiação à WADA (Agência Mundial Antidoping)”, comenta.

Para ele, o surf na olimpíada será um novo salto de popularidade do esporte no Brasil, semelhante ao que aconteceu quando Gabriel Medina garantiu o título mundial. “A gente ainda não dimensionou o que isso vai representar. Vai ser um passo absurdo, com aceitação e reconhecimento do surfista. A gente vê hoje o Gabriel Medina um ídolo nacional como campeão mundial do WCT, imagina ele trazendo uma medalha de ouro? É fantástico”, aponta.

“A ficha está demorando a cair.  O surfista vai ser muito mais reconhecido dentro do seu próprio país. Com o título do Medina e depois do Mineirinho (Adriano de Souza), todos são testemunhas do quanto o surf se popularizou e o pulo que a modalidade vai dar na olimpíada, será semelhante quando o Medina foi campeão mundial. Vai ser um segundo passo muito grande”, complementa.

Bukão também enaltece o trabalho de base feito para formar novos valores no Brasil. Entre eles, o Hang Loose Surf Attack, iniciado em 1988 e com o patrocínio da Hang Loose desde 95. “Hoje, dos dez brasileiros no WCT, nove passaram e se destacaram no Circuito. Os campeões mundiais Gabriel Medina e Adriano de Souza já mostravam seus talentos desde as primeiras categorias. O trabalho precisa iniciar desde jovem e agora ganha mais força com o surf olímpico. É preciso preparar a molecada”, reforça.

Com 150 surfistas com até 18 anos de idade, o Hang Loose Surf Attack terá a 2ª etapa no sábado e domingo (3 e 4), na Praia de Pitangueiras, junto ao Canto do Maluf, em Guarujá. Os competidores estarão divididos nas categorias petit (até 10 anos), estreante (sub12), iniciante (no máximo 14 anos), mirim (limite de 16 anos) e júnior (18 anos para baixo). Na sexta-feira, no mesmo local, a partir das 8h, serão realizadas as finais da etapa inicial, adiada em Santos, devido a um temporal.

Todas as disputas serão transmitidas ao vivo pela internet, pelo link hangloose.com.br/surfattack2016/. Fora do mar, os surfistas podem se divertir com várias brincadeiras nas tendas do evento, com pebolim, ping pong, gincanas e brincadeiras.

O Hang Loose Surf Attack tem a organização da Federação Paulista de Surf, com patrocínios de Overboard Action Sports Store, Hot Water, Super Tubes, Surftrip, Sthill Wet Land e Sunpeak Surf. Apoios de Rhyno Foam, CT Wax, Waves, FMA Notícias, DFS Gol Business e Governo do Estado de São Paulo. Colaboração das prefeituras de Santos, Guarujá, São Sebastião e Ubatuba, Associação Santos de Surf, Associação de Surf de Guarujá, Associação de Surf de São Sebastião e Associação Ubatuba de Surf.

Por Fábio Maradei

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