Mauro Rabellé é o novo Head Judge do Longboard na ASP
A estreia do primeiro brasileiro no comando do julgamento mundial dos pranchões é nesta semana no Huanchaco Longboard Pro que abre a temporada 2013 no Peru
23/Jan/2013 - João Carvalho - PeruO Huanchaco Longboard Pro vai abrir a temporada mundial dos pranchões pelo quarto ano consecutivo no Peru. A única etapa com nível 6 estrelas do calendário 2013 da ASP começa nesta quinta-feira e vai até o sábado na Playa El Elio, em Huanchaco, no distrito de Trujillo no litoral norte do país andino. O evento classifica dois competidores de países da América do Sul para disputar o título mundial de Longboard nas vagas da ASP South America, além de valer o título sul-americano profissional dos pranchões. E neste ano, também marca a estreia de um brasileiro no comando do julgamento do Longboard na ASP Internacional, Mauro Rabellé.
Ele nasceu Mauro Cesar Achiamé, em 19 de abril de 1959 na cidade de Laguna, em Santa Catarina, mas há muitos anos mora em Santos, onde começou a surfar em 1973 e fez faculdade de jornalismo na Unisanta (Universidade Santa Cecília de Santos). Trabalhou por muitos anos em rádios na Baixada Santista e em 1984 começou a julgar campeonatos de pranchinha em Santos, enquanto competia de pranchão. Chegou a ser Top-5 do ranking brasileiro profissional da ABRASP e, em 1993, defendeu o Brasil no campeonato mundial de Longboard da ASP no Havaí.
No ano seguinte, passou a se dedicar integralmente ao julgamento da modalidade. Em 1994, já fazia parte do quadro oficial de juízes de Longboard na ASP, trabalhando nas principais etapas e nas que decidem o título mundial dos pranchões. Mauro Rabellé está no Peru, onde nesta semana será iniciada a temporada 2013 na quarta edição do Huanchaco Longboard Pro. Klaus Kaiser, Tour Manager da ASP South America, fez uma entrevista com ele para contar sobre a oficialização do seu nome como novo chefe dos juízes de Longboard da ASP Internacional.
KK - Quando você recebeu sua indicação oficial para ser o Head Judge de Longboard na ASP?
MR - "Eu estava no Havaí em dezembro e no dia 10 recebi um telefonema do Renato Hickel (da diretoria da ASP), falando que meu nome estaria sendo sugerido para assumir um importante cargo a nível mundial na ASP. Que eu poderia ser o novo head judge do longboard. Mas, a confirmação só veio duas semanas depois, o que me deixou muito contente. Principalmente porque, mais uma vez, o Brasil teve seu trabalho reconhecido a nível mundial. Da mesma maneira que o próprio Renato anos atrás, que por muitos anos foi o Head Judge da ASP nas pranchinhas. Agora é seguir de mangas arregaçadas trabalhando duro, pois agora a responsabilidade é ainda maior".
KK - Como você está vendo o atual momento do longboard mundial?
MR - "Tecnicamente maravilhoso. O nível de surfe apresentado pelos atletas é sensacional, estão dando um show, com um mix muito grande de manobras clássicas com modernas. O bom seria aumentar o número de eventos por ano no WLT (ASP World Longboard Tour). Tivemos apenas quatro etapas em 2011 e somente duas no ano passado. Obviamente, não podemos esquecer do LQS (ASP Longboard Qualifying Series), que também precisa de mais eventos para se fortalecer".
KK - Nesta semana, temos o primeiro evento do ano sob a sua direção no julgamento, o Huanchaco Longboard Pro, única etapa com nível 6 estrelas em 2013 e que vale classificação para disputar o título mundial de longboard da temporada!
MR - "É um evento importantíssimo para os atletas sul-americanos chegarem ao WLT, visto que as duas vagas da ASP South America há três anos são definidas neste evento, com os atletas tendo a oportunidade de surfar em uma onda excepcional, um pointbreak consagrado que está na história do surfe peruano como um dos berços do esporte no país. Também oferece uma excelente premiação, atraindo naturalmente um grande contingente de surfistas não somente sul-americanos, bem como de países de outros continentes. Este é o quarto ano consecutivo desta etapa aqui em Huanchaco, que vai se firmando como um dos maiores eventos do calendário mundial da categoria".
KK - Como você está vendo o nível dos atletas sul-americanos que competem na ASP?
MR - "Evoluiu bastante na parte do estilo clássico. Eles já apresentavam um bom nível no quesito de manobras modernas, mas, de uns três anos para cá, houve um aperfeiçoamento por parte deles nas manobras hang ten, hang five e knee turn cutbacks, consideradas como as manobras clássicas e de boa pontuação nos pranchões".
KK - Poderemos ter outro campeão mundial em breve?
MR - "Acredito que sim. Até porque o circuito é curto, com poucas etapas, o que facilita essa possibilidade".
Encerrando a entrevista, Mauro Rabellé quis destacar alguns reconhecimentos: "Quero fazer um agradecimento especial ao atual Head Judge da ASP South America, Sergio Gadelha, pelo apoio e oportunidades dadas para eu poder mostrar o meu trabalho, assim como ao juiz australiano Tim Marshall, que foi o meu antecessor no cargo, por ter me indicado para ser Head Judge do Longboard no Tour Mundial da ASP e, também, ao Comitê Técnico da entidade pelo reconhecimento do meu trabalho ao longo destes anos".