Norte do Peru, buenas olas, terremoto e cusqueñas

Dizem por aí que todo surfista é malandro. No mau sentido mesmo !

Pessoalmente, acho que toda generalização é burra. Afinal, eu e meu grupo de amigos trabalhamos o ano todo para conseguirmos tirar alguns poucos dias de férias e fugir para lugares que nos proporcione o que todo surfista mais sonha – ondas perfeitas.

Saímos de Recife no dia 19/8/11 e, após horas de vôo, 11 horas de ônibus e muitas cervejas, chegamos ao El Faro Resort – em Pacasmayo. Nem precisa dizer que estávamos exaustos, mas chegamos em Pacas ainda de manhã e como o swell estava com previsão de queda nos dois dias seguintes, resolvemos ir direto pro surf.

Fomos recebidos por esquerdas de até 1,5m, sensacionalmente extensas e rápidas. Os goofies da turma ficaram em êxtase total !

Se por um lado as ondas não apresentaram tanto tamanho, por outro a famigerada corrente de El Faro aliviou pra galera e a força das ondas nos permitiram surfá-las por até 1 km. Era um playground !!!

Quando o swell subiu, corremos para Chicama e pudemos comprovar tudo o que comentam sobre a onda. Lá o swell estava pouco maior que meio metro, porém a força, extensão e perfeição das ondas eram inimagináveis por nós, pobres brasileños. Esperamos o crowd sair para almoçar e surfamos sozinhos todas as sessões do pico. Foi uma session realmente inesquecível, com direito a várias manobras e canseira nas pernas.

Como não poderia deixar de ser, numa trip como essa acontece de tudo. Nesse caso, até terremoto aconteceu, mas devido às várias cervas consumidas, somente nosso videomaker, Miguel, sentiu o tremor. Ele correu para o meio da rua e nós, que estávamos tomando nossas cusqueñas, nem nos movemos. O problema maior foi a preocupação de nossas família, ao ver no noticiário que o tremor tinha sido de 6,9 graus e numa região relativamente próxima de nós.

Depois de muito surf no Norte, pegamos o ônibus noturno de volta para Lima e de lá seguimos para Punta Hermosa, onde ainda fizemos uma session épica em Puerto Viejo com séries de até 2 metros nas séries. Essa onda vai ficar registrada em minha memória para sempre também. Além de uma pista para manobras, foi lá onde consegui pegar os tubos da trip. O crowd era intenso, mas com respeito e paciência pegamos várias ondas, até congelar os dedos.

Durante toda nossa estadia no Norte, fomos muito bem recebidos e tratados pelos locais, principalmente por Miguel, nosso videomaker, e sua dupla de pilotos de tuc-tuc, Carlos e Alex – a quem gostaríamos de agradecer o trabalho e a amizade. O povo peruano é excelente !

Agora nos resta continuar trabalhando arduamente para garantir as futuras viagens, ao mesmo tempo que negociamos com nossas esposas para que elas esqueçam das trips anteriores e nos liberem para as próximas. Ahahahahahah !!!