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O Primeiro Campeão do Mundo Brasileiro foi Coroado em 2007

Se Gabriel Medina for coroado campeão do mundo este ano, ele não será o primeiro surfista brasileiro campeão mundial.

08/Dez/2014 - Alexander Haro - The Inertia - Brasil

Gabriel Medina pode ser o melhor surfista do mundo no momento. Deus sabe que ele provou seu valor em tudo, desde aéreos até tubos gigantes. Mas o surf competitivo é uma coisa engraçada - enquanto os juízes têm critérios que compõem a pontuação que determinam o chamado "melhor surfista," uma grande parte disso se resume à estratégia. Para a maior parte, talento em uma prancha é uma coisa muito subjetiva - Medina é um estrategista, o que pode ser escrito com tinta invisível, é apenas mais uma página na "variedade de repertório" do livro dos juízes. No mundo do surf competitivo, Medina tem a tampa mais fechada que pode ficar.

Phil Rajzman porém detém o título de primeiro campeão mundial de surf brasileiro. Em 2007 ele conquistou o título de campeão do mundo da ASP no evento Oxbow na França, tornando-se o primeiro campeão mundial de surf do Brasil. E sim, ele estava em um longboard. Longboad em particular tem um pouco mais de alma do que pranchinhas; é mais suave, mais fluido, e para alguns, muito menos emocionante de assistir. Mas isso não significa que não é surfe.

Grande parte da chamada "brazilian storm" pode ser creditado a Medina. Sem ele, não estaríamos vendo um afluxo de hiper-talentosos surfistas brasileiros. A imensa febre esportiva do país levou a uma abertura das comportas; nos últimos anos, uma série de surfistas do Brasil fizeram o seu caminho para a tour, usando força bruta e talentos inéditos para entrar no escalão superior de um esporte geralmente dominado por americanos e australianos. Mas se Medina é a porta que se abre na tempestade brasileira, então Rajzman foi a chave.

Em 2007, Rajzman foi (e ainda é) um dos melhores longboarders do mundo. Combinando surf poderoso e estilo, a sua abordagem magistral nas ondas se iguala a qualquer uma das lendas. Enquanto ele pode não ser um nome familiar, o brasileiro merece um lugar na mesa. Sua abordagem inovadora no longboard é incomparável, misturando uma mistura única de surf progressivo e alma da antiga escola.

Rajzman deixou sua marca no surf brasileiro antes. Desde os seis anos de idade o seu talento era evidente. Em 1994, ele entrou na sua primeira competição, e se tornou um integrante do pódio imediatamente. Embora não tenha sido reconhecido até a idade de quinze anos por qualquer pessoa fora de sua cidade natal, não é apenas no longboard onde ele se destaca. Quando adolescente, ele foi convidado para se juntar a primeira equipe de tow-in brasileira, e seu talento nas ondas tornou-se óbvia. Seu conforto quase qualquer tipo de surf, desde pranchas de tow-in até longboards, o colocaram no radar - mas a falta de interesse do mundo no longboard e a falta de patrocinadores disponíveis no Brasil o impediu de ir ao palco principal.

Nada disso foi dito para desmerecer as enormes realizações de Gabriel, e sim para prestar homenagem às raízes do surf do Brasil. Phil Rajzman lançou as sementes para a flor ainda florescendo do surf brasileiro. Assim, enquanto Gabriel Medina, se ele ganhar o título este ano, ou não - e se ele ganhar, será bem merecido - o dia em que a barragem dos talentos brasileiros desenvolveu a primeira rachadura foi o dia em que Phil Rajzman conquistou o primeiro título mundial do Brasil.

Traduzido do The Inertia