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PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE SURF DAS MALDIVAS É PRESO

Ahmed “AJ” Aznil, líder local, luta para obter informações sobre a construção de uma ponte que ameaça destruir os picos de surf de Malé.

07/Mar/2016 - Redação Surfguru - Maldivas

O presidente da Associação de Surf das Maldivas (ASM), Ahmed “AJ” Aznil, foi preso no dia 29/02 junto com alguns surfistas locais por conta de um protesto pacífico em Varunulaa Raalhugandu contra a construção de uma ponte que que ligará as Maldivas a China. “Eles não quebraram nenhuma lei”, escreveu a ASM em sua página no Facebook.

Aznil foi detido na ilha de Dhoonidhoo. O mesmo aconteceu com outros dois surfistas que surfavam em Raalhugandu. Um deles, inclusive, era o campeão de bodyboard Kuda Ayya. “A polícia de repente entendeu que o surf não era mais permitido, o que não foi publicamente nem oficialmente anunciado, reforçou a ASM. Os três já foram soltos, mas o clima é de tensão e cobrança por parte da associação.

“Os detalhes permanecem obscuros, mas nos últimos meses, Aznil se encontrou na posição de ser o elo entre a comunidade de surf de Malé e uma aliança poderosa entre as Maldivas e o governo chinês. Após declarações dos oficiais do governo de que as ondas de Raalhugandu não serão afetadas pela construção de uma nova ponte, a ASM solicitou documentos que comprovem que as ondas não serão afetadas”, escreveu a revista australiana Stab, que deu a notícia da prisão nesta quinta-feira (3).

AJ, o presidente da Associação de Surf das Maldivas. Pelo que tudo indica, o presidente foi preso por solicitar documentos que comprovem que a construção da ponte não afetará os picos de surf de Malé

AJ, o presidente da Associação de Surf das Maldivas. Pelo que tudo indica, o presidente foi preso por solicitar documentos que comprovem que a construção da ponte não afetará os picos de surf de Malé.

“Esse é o AJ. Ele não é um criminoso. Ele é um cara que tenta fazer seu trabalho como presidente da ASM. Ele é também um atleta excepcional. E aquela onda que ele está surfando (acima na foto) é uma onda excepcional. É chamada Padan. Uma esquerda que quebra pros dois lados – ou, como chamam por aí, uma onda ‘A-Frame’. Essa onda demanda muita habilidade e coragem quando grande. É difícil, e uma das mais fortes e poderosas dos nossos atóis”, escreveu a ASM em sua página do Facebook (frame acima). Segundo a ASM, os surfistas de Raalhugandu se encontraram com o ministro da construção e da infraestrutura três vezes desde dezembro do ano passado, e expressaram sua preocupação sobre o futuro do pico. O ministro alega que eles têm documentos que comprovam os efeitos nos picos, e que fornecerão os mesmos.”

Por mais irônico que possa parecer, o projeto do governo das Maldivas é conhecido como a Ponte da Amizade Maldiv0-Chinesa. A ponte irá conectar o leste de Malé com o oeste da ilha de Hulhulé, onde fica um aeroporto. Segundo os planos do governo, a ponte será construída sob Raalhugandhu e Rats, os principais picos da comunidade do surf em Malé. A ponte faz parte de uma empreitada financeira de 210 milhões de dólares financiada pelo governo Chinês.

maldivas ponte

“Não comprometa o meio ambiente em prol do desenvolvimento”, escreveram os surfistas locais em um protesto. Vale lembrar, eles não são contra a construção da ponte mas sim a favor de um modelo que não prejudique o meio ambiente.

“Aznil é um dos recursos mais valiosos da comunidade do surf das Maldivas,” escreveu a Stab. “Inteligente, articulado e fervoroso, sua dedicação para proteger sua casa e sua comunidade não está valendo nada. Ele é um guerreiro dedicado, tão dedicado quanto caras como Ramon Navarro e Dustin Barca, ambos guerreiros que tiveram de lutar para proteger seus respectivos quintais de casa.”

Vale ressaltar, a luta da ASM não é para barrar a construção da ponte, e sim encontrar uma solução sustentável para não prejudicar os picos de surf que são patrimônio da comunidade local.

“Se os turistas acham que vale pagar alguns milhares de dólares para vir aqui e surfar essas ondas, você não acha que nós, que somos sortudos o suficiente para ter esses recursos naturais de graça, temos dever de proteger esses picos? E não acha que é um direto inato do surfista local exigir que essas ondas sejam protegidas?” – uma pergunta que já responde muito.

Fonte: HARDCORE

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