Processo militar contra PM que matou Ricardinho inicia em Florianópolis
Avô e tio do surfista Ricardo dos Santos, morto no dia 20 de janeiro, serão ouvidos pela PM; Luis Brentano, autor dos disparos, pode ser expulso da corporação
19/Mar/2015 - GloboEsporte - Florianópolis - Santa Catarina - BrasilA primeira audiência do processo administrativo disciplinar contra o policial militar, Luis Paulo Mota Brentano, que matou o surfista Ricardo dos Santos, Ricardinho, iniciou nesta quinta-feira, em Florianópolis. As testemunhas envolvidas no caso serão ouvidas pela Corregedoria da Polícia Militar, na capital catarinense. Nesta audiência, a PM definirá quais sanções o militar terá de cumprir - a expulsão da corporação é uma das penas possíveis.
Luis Paulo Mota Brentano é acusado de ter disparado dois tiros que resultaram na morte de Ricardinho no dia 19 de janeiro, na Guarda do Embaú, em Palhoça, na Grande Florianópolis. De acordo com o corregedor-geral da PM, tenente coronel Carlos Eduardo Orthmann, os depoimentos estão programados para todo o dia – as oitivas iniciaram às 8h.
Além do tio, Mauro Silva, e o avô do surfista, Nicolau dos Santos, o policial Brentano também deverá ser ouvido. Após o fim da 1ª audiência, a PM irá decidir se haverá necessidade de novos depoimentos ou algum outro procedimento. A definição sobre a expulsão ou não do policial da corporação deve sair em abril.
Julgamento
A primeira audiência de instrução e julgamento do policial será realizada em Palhoça no dia 27 de abril. A audiência deverá ser presidida pela juíza Carolina Ranzolin Nerbass Fretta, da 1ª Vara Criminal de Palhoça, a partir das 14h. O soldado segue preso no Batalhão da PM de Joinville, no Norte catarinense, onde trabalhava desde 2008.
O caso
Ricardinho foi baleado na segunda-feira, dia 19 de janeiro, na Guarda do Embaú e morreu no dia seguinte quando passava pela quarta cirurgia para controlar uma hemorragia em São José, na Grande Florianópolis.
Além do homicídio qualificado, o MPSC denunciou o soldado por abuso de poder e por dirigir um veículo sob a influência de álcool. Na denúncia, o promotor Alexandre Carrinho Muniz considerou o homicídio qualificado, já apontado pelo inquérito policial. Segundo o MPSC, esse crime ocorreu por motivo fútil, por ter impossibilitado a defesa da vítima.
(Foto: Naim Campos / RBS TV)