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Pupo bota ​Medina na repescagem, ​​John John ​sai na frente na briga pela taça

Segundo no ranking, Gabriel vai enfrentar Dusty Payne na segunda fase. Ele precisa torcer por tropeço do líder e, no mínimo, chegar às quartas para conquistar o bi mundial.

11/Dez/2017 - Carol Fontes - Hawaii - Estados Unidos

Vice-líder do ranking e na caça pelo bicampeonato mundial, Gabriel Medina foi surpreendido na estreia do Pipeline Masters, última etapa da temporada. E a derrota veio justamente diante do amigo Miguel Pupo, que beirou a perfeição com uma nota 9,93 e, nos últimos minutos, arrancou uma virada sobre o havaiano Benji Brand para se classificar direto à terceira fase. Medina e Benji seguem para a repescagem. O havaiano John John Florence, líder do Circuito Mundial, entrou na água logo depois e venceu com tranquilidade o brasuca Wiggolly Dantas e o também havaiano Dusty Payne. Dusty será o rival de Medina na segunda fase, eliminatória.

- Eu vi que o Medina perdeu, mas isso não significa nada. Estou focado em mim - disse John John.

- Somos muito amigos, devo muito a ele porque ele puxa o meu nível todos os dias em casa. Estou torcendo para ele passar a bateria dele - disse Miguel.

Miguel Pupo, em 23º no ranking, brilhou em sua primeira onda: 9,93 em um tubo perfeito e cristalino para Pipeline. Benji Brand, que entrou no campeonato pela triagem, liderava a bateria e jogou um quilo de pressão sobre os ombros de Medina ao tirar 7,17. O campeão mundial não se encontrava na onda que tanto conhece. Na primeira tentativa, dropou atrasado e não conseguiu sair dela. Na segunda, outra nota abaixo de 1 ponto. Benji trocou a menor nota por um 5,10. Foi quando viu a onda espetacular de Miguel.

Medina só explorou o que Pipe tem de melhor a 7 minutos do fim, quando achou um tubo nota 8,50 e voltou à briga. Benji rebateu com um 5,57, trocando mais uma vez sua nota mais baixa e aumentando a diferença para os brasileiros.

Medina e Miguel ficaram no outside, esperando as ondas. Pupo remou para uma esquerda, Gabriel ficou com a prioridade. O cronômetro marcava dois minutos, e Gabriel decidiu se arriscar em uma pequena direita. Um tubo, um aéreo... e a derrota anunciada. No minuto final, Miguel, precisando de 2,71, conseguiu superar o havaiano ao tirar um 4,90 e garantiu a vaga à terceira fase.

- É demais surfar no Havaí. Desde pequeno, eu vinha para cá, ficava jogado na praia o dia inteiro. O Pinga (empresário) me trazia todo o dia para surfar Pipeline. Tenho experiência suficiente para surfar essa onda aqui no CT, agora com a minha família, minha filha. As expectativas são boas, ainda mais começando com o pé direito, vou bateria por bateria, e agora estou focado na próxima. Tive boas notas em Pipe e Backdoor - disse Miguel.

O melhor cenário para Medina é a eliminação de John John até a terceira fase do Pipe Masters. Neste caso, o brasileiro conquista o bicampeonato mundial se chegar às quartas de final. A corrida pelo caneco da temporada vai se alterando fase a fase, conforme os resultados do havaiano. Se o líder do ranking chegar à final da etapa, automaticamente se consagra campeão do mundo. O sul-africano Jordy Smith e o australiano Julian Wilson também estão na briga, porém com chances bem menores. Veja todos os cenários abaixo.

 

Candidatos ao título:

John John tranquilão. O havaiano está na liderança, compete em casa e só depende dele mesmo para ser bicampeão mundial. Estreou contra o compatriota Dusty Payne e o brasileiro Wiggolly Dantas. Uma vitória sem muito brilho, mas sem sustos. Tirou 6,33 e 7,17 em sua duas melhores notas.

- Já surfei Pipe tantas vezes em condições semelhantes. Eu só quero ir lá e surfar ondas divertidas - disse John John.

Julian Wilson, a interferência e o tropeço. Na briga pelo título mundial, Julian cometeu um erro bobo logo na estreia. Liderava a bateria, mas fez uma interferência no compatriot

a Stuart Kennedt, que compete machucado. Com isso, Julian zerou sua segunda melhor onda, ou seja, só teria direito a uma nota.

Logo depois, pegou um tubo, seguido de um aéreo: 8,00. Não fosse a interferência, teria vencido. O americano Conner Coffin se classificou. As chances do australiano de conquistar o título mundial são remotas.

Jordy Smith acelerado e classificado - O sul-africano estreou em Pipeline com o pé no acelerador. Abriu a bateria com um 8,67 e depois, em mais um tubo, ganhou 7,90 para derrotar os australianos Bede Durbidge (campeão em Pipeline em 2007) e Ethan Ewing.

 

OUTROS BRASILEIROS

Jadson André - repescagem. Em situação delicada no ranking (32º), o potiguar Jadson André corre grande risco de ficar fora da elite mundial em 2018. Ele disputou a primeira bateria do dia, vencida pelo francês da Ilha Reunião Jeremy Flores, com 5,67 e 4,50 nas duas melhores ondas. Jadson ganhou somente 3,5 e 2,83. Matt Wilkinson segurou a lanterna.

Caio vence Mineirinho => Campeão do Pipe Masters em 2015, ano em que foi campeão mundial, Adriano de Souza tropeçou na estreia. O vencedor da bateria foi Caio Ibelli, ao somar 12.83 pontos em suas duas melhores ondas. O australiano Jack Freestone segurou a lanterna.

Baterias da primeira fase:

1: Jeremy Flores (FRA) 10.17, Jadson André (BRA) 6.33, Matt Wilkinson (AUS) 4.67

2: Josh Kerr (AUS) 12.17, Kanon Igarashi (EUA) 6.10, Owen Wright (AUS) 3.37

3: Conner Coffin (EUA) 10,50, Julian Wilson (AUS) 8,00 e Stuart Kennedy (AUS) 1,50

4: Jordy Smith (AFS) 16.57, Bede Durbidge (AUS) 11.43, Ethan Ewing (AUS) 3.00

5: Miguel Pupo (BRA) 14,83, Benji Brand (HAV) 12.64, Gabriel Medina (BRA) 12.43

6: John John Florence (HAV) 13,50, Dusty Payne (HAV) 6,83, Wiggolly Dantas (BRA) 5,63

7: Caio Ibelli (BRA) 12.83, Adriano de Souza (BRA) 11,27, Jack Freestone (AUS) 7,04

8: Kolohe Andino (EUA), Joan Duru (FRA) e Kelly Slater (EUA)

9: Filipe Toledo (BRA), Michel Bourez (TAH) e Ezekiel Lau (HAV)

10: Sebastian Zietz (HAV), Adrian Buchan (AUS) e Ian Gouveia (BRA)

11: Joel Parkinson (AUS), Connor O'Leary (AUS) e Leo Fioravanti (ITA)

12: Mick Fanning (AUS), Frederico Morais (POR) e Italo Ferreira (BRA)

Repescagem - segunda fase:

1. Gabriel Medina (BRA) x Dusty Payne (HAV)

3. Julian Wilson (AUS) x Benji Brand (HAV)

4. Matt Wilkinson (AUS) x Stuart Kennedy (AUS)

 

 

Fonte: https://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/pupo-manda-medina-para-a-repescagem-em-pipeline.ghtml