Rede de robôs interconectados vai mapear os oceanos
James Gosling, conhecido como criador da linguagem Java, anunciou neste mês que pretende povoar o oceano com uma frota de robôs submarinos interconectados.
21/Nov/2011 - terra - Califórnia - Estados UnidosA Liquid Robotics, que contratou o desenvolvedor em agosto para chefiar a parte de arquitetura de software, apresentou o plano de criar uma rede de Wave Gliders, máquinas do tamanho de uma prancha de surf e que conseguem monitorar as profundidades aquáticas, segundo o The New York Times.
O robô se movimenta a partir de um sistema de propulsão que usa a força das ondas, e graças a duas placas solares consegue a energia extra de que precisa. Navegando lentamente pelas águas, o robô registra dados captados pelos sensores. As informações são processadas por chips de celulares de baixo consumo energético e transmitidas via satélite ou telefonia móvel para os computadores externos, que fazem a análise complexa dos dados.
"Enviar um computador para o meio do oceano é um grande desafio, mas também é uma ideia bem interessante", afirma Gosling sobre o projeto de US$ 40 milhões. "Três quartos do planeta são compostos de água e ainda é muito obscuro para nós", completa. A ideia do desenvolvedor é conseguir fazer com que os robôs se comuniquem, de modo que um autômato sinalize a outros para que se juntem em determinada missão, como medir o tamanho de vazamento de óleo ou de uma colônia de algas. Seria possível também determinar padrões de correntes marítimas e avisar os navios para evitá-las ou se aproveitar delas, resultando em economia de combustível.
Por enquanto, os Wave Gliders trabalham individualmente. Mas a Liquid Robotics quer aumentar os sensores e implementar capacidades computacionais nos próprios robôs, para que os autômatos possam se autogovernar e agir em coordenadamente em missões que durem anos. Hoje, um operador coordena de 10 a 15 máquinas ao mesmo tempo, mas Gosling considera o sistema primitivo. "Se o robô percebe que há um navio vindo, ele deveria simplesmente sair do caminho", afirma o desenvolvedor sobre o tipo de automação de localização que pretende criar.
Desde 2009, quando foram lançados, os robôs aquáticos já somam uma população de 70 máquinas, cada uma vendida por US$ 100 mil ou mais. Usados principalmente pela indústria petrolífera, os autômatos devem aumentar seu "exército" em 40 unidades até fevereiro de 2012.
Além dos que são comprados, alguns são alugados pela empresa por US$ 1 mil a US$ 3 mil por dia. "Substituímos navios que custariam US$ 50mil a US$ 100 mil diariamente", argumenta Bill Vass, diretor executivo da empresa. "Nossa última empreitada foi cobrir 8,6 mil km no Golfo do México: de navio, isso custaria US$ 10,5 milhões, nós cobramos US$ 1,5 milhão", contrapõe.