Ressaca no Rio revela novo pico de ondas grandes
Os surfistas Eraldo Gueiros e Carlos Burle descobriram um novo pico durante a ressaca do Rio na semana passada
12/Abr/2010 - fantastico.globo.com - Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil“A gente olhou a primeira onda e falou: meu Deus do céu como que a gente faz?”, disse Felipe
“Eu fiquei com tanto medo que eu me joguei da onda... me joguei para trás da onda e nem queria... Meu irmão, me tira daqui pelo amor de Deus!", declarou Trekinho
“É uma das ondas mais bonitas que eu já vi no Brasil”, disse Eraldo.
“Eu não sabia nem se eu olhava para o Eraldo surfando, para o Pão-de-Açúcar ou para a ponte ou para essa beleza, né, onde a gente está. Olha que lugar lindo!”, descreveu Carlos Burle.
Carlos Burle e Eraldo Gueiros são duas das maiores feras mundiais no surfe de ondas gigantes.
Na sexta-feira, eles se juntaram aos também surfistas Felipe Cesarano e Marcelo Trekinho em uma expedição inédita ao forte Tamandaré da Laje, aos pés do Pão-de-Açúcar.
Nesse cenário de cartão postal, as águas costumam ser calmas.
Mas a forte frente fria que atingiu o Rio esta semana - combinada com a passagem de um ciclone extratropical pelo litoral do estado - provocou uma grande ressaca no mar, com a formação incomum de ondas enormes, de até dez metros de altura.
“Antes de entrar na Baía de Guanabara, a profundidade é muito grande, então, praticamente não percebe a onda. À medida que ela vai se afunilando, a energia vai se concentrando e a onda vai se formando. Ou seja, a parede de água vai aumentando. Na hora que perde a profundidade, onde começa a aproximar perto da laje, é uma mudança repentina e com isso a onda cresce de uma maneira rápida, formando um verdadeiro paredão”, explicou David Zee, oceanógrafo da UERJ.
“Navegamos até do lado forte. Chegando lá, as ondas realmente estavam incríveis. A gente acabou de descobrir uma das ondas mais bonitas ou talvez a onda mais pesada aqui da costa brasileira”, revelou Eraldo.
“Para a gente foi uma descoberta, o novo, o ineditismo, uma coisa maravilhosa. Surfar ondas diferentes, ondas enormes, grandes. Isso faz parte do meu dia-a-dia. Agora, surfar no meio da Baía de Guanabara, isso para mim é muito especial”, falou Carlos Burle.
“É como se você colocasse uma meia dentro de uma máquina de lavar. Nesse caso, eu era a meia. No começo você tem uma sensação de medo, muito medo. mas depois você começa a se acostumar e começa a te dar mais coragem para chegar perto do tubo, quando você consegue retratar o tubo quebrando é uma sensação indescritível!”, explica o cinegrafista Gustavo Marcolini.
“Foi uma sessão história: eu surfando com meu amigo, com meus ídolos, uma onda gigante na Baía de Guanabara”, comemora Felipe.
“As pessoas acham que a gente é maluco, Mas se você pratica uma coisa há muito tempo, você cria técnica e tem knowhow para fazer essas coisas. A gente tem bastante experiência. É o nosso trabalho caçar ondas grandes”, declarou Eraldo.