Samia encara Waimea
15/Abr/2010 - Samia Carolina - Hawaii - Estados UnidosA minha segunda temporada havaiana foi um marco na historia do surf e na minha trajetória atras de ondas grandes.
Durante os três meses, ondas gigantes não paravam de bombar. A galera do tow-in e os big riders de remada chegavam a cansar de tanto surf. Era um swell atras do outro e muitos locais veteranos diziam nunca terem visto isso antes. Aproveitei as oportunidades, superei meus limites e encarei as morras da famosa Waimea Bay.
Minha primeira queda em Waimea rolou um dia antes da véspera do Natal, com ondas de 15 pés. A Silvia Nabuco, já veterana no Waimea, me deu a pilha para cair no mar com a prancha dela e preferiu guardar energias para o swell de 25 pés previsto para o Natal.
Muitas razoes me faziam pensar em desistir de surfar Waimea. Eu nao tinha prancha ganzeira, o craud me assustava, o perigo de quebrar a prancha e se quebrar. Já ouvi muitas historias de acidentes, e vi muitos se machucarem. Mesmo assim eu decidi me arriscar. O Ricardo de V-Land entrou comigo para dar uma forca na água. Quando eu carregava a prancha, meu coração já batia a mil. Muita concentração e medo, êh claro!!! Não parava de orar pedindo para Deus me guardar de acidentes.
A primeira onda eh a mais difícil. Quando eu remava e olhava pra baixo, parecia que eu estava prestes a me jogar em um precipício! (risos). Dropei uma no rabinho e já fiquei amarradona. Depois da segunda onda já fiquei bem tranquila. Era a única menina na água e a galera me incentivou bastante. Na saideira, não consegui entrar na onda e para minha infelicidade, a serie estava vindo atras. Tomei a pior vaca da vida quando voltavam para o out side e, tentando passar a serie por cima, fui jogada com lip pra trás. A sensação foi de estar sendo lançada de um penhasco muito alto e ainda carregando a prancha de 10.3 pés. Fiquei muito tempo sendo sacudida embaixo d`água, mas a minha preocupação era com a prancha da Silva (risos). Quando subi, a prancha estava inteira e a galera me parabenizou pelo pior caldo do dia. "Depois dessa vaca você pode pegar a maior do dia!", eles falaram.
Caldos sinistros, corpo todo dolorido e pranchas para consertar foram compensados pela adrenalina e emoção ao ver as fotos! Essas experiências, que poderiam ser traumatizastes, me fizeram mais confiante. Consegui encarar caldos monstros do Waimea e passei a fazer parte do time das poucas mulheres que surfam o pico.
Para completar a temporada, ainda fiz um salto de para-quedas, minha primeira experiencia de tow-in e ainda a ameca de um Tsunami chegar em Oahu. Deus me livrou e me abençoou muito!
Apoios:
Up Drop, Luiz Black Shaper, Chili Beans e Bola TV.