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Samuel Pupo e Luana Silva são vice-campeões do Bonsoy Gold Coast Pro

Australiano Mikey McDonagh impede o bi do brasileiro; Canadense Erin Brooks de 16 anos venceu a outra final; A campeã ganhou nota 10 em um tubo nas semifinais

07/Mai/2024 - WSL

SNAPPER ROCKS, Queensland / Austrália (Sábado, 4 de maio) - A jovem canadense de apenas 16 anos, Erin Brooks, e o australiano Mikey McDonagh de 22, foram os campeões do Bonsoy Gold Coast Pro apresentado por GWM, derrotando Luana Silva, 19, e Samuel Pupo, 23, nas finais na Austrália. O Challenger Series 2024 começou quase como terminou o de 2023, com Erin Brooks e Samuel Pupo vencendo o Corona Saquarema Pro apresentado por Banco do Brasil. Só faltou Samuca conseguir o bicampeonato na Gold Coast, mas o Brasil começou bem na disputa pelas vagas que vão completar a elite do World Surf League (WSL) Championship Tour (CT) em 2025. A próxima batalha começa na quinta-feira em Sidney, na Austrália.

“Estou muito grato por fazer mais uma final aqui”, disse Samuel Pupo. “Meu maior objetivo nos 2 últimos anos, é ser mais consistente nos resultados e tenho conseguido isso nos 3 últimos eventos, então estou feliz. Parabéns ao Mikey (McDonagh). Ele não chegou na final porque teve sorte, mas porque estava surfando muito bem. Agora é só conseguir outro grande resultado, mas sei que não é fácil e ainda tem muito trabalho pela frente. No ano passado, quase não me classifiquei com uma vitória aqui, então tenho que focar nisso”.

Assim como Samuel Pupo, Luana Silva saiu da elite no corte do meio da temporada em Margaret River, poucos dias antes da abertura do Challenger Series 2024. Ambos fizeram grandes apresentações com suas manobras de frontside nas direitas de Snapper Rocks. Nas semifinais, Samuca aumentou de 9,53 para 9,73, o seu recorde de nota no Bonsoy Gold Coast Pro, contra o australiano George Pittar. E Luana Silva barrou a experiente australiana Sally Fitzgibbons, com uma nota 8,00 na sua melhor onda surfada no sábado. No ano passado, Luana também foi vice-campeã na etapa de Portugal e já repete esse resultado na primeira disputa pelas 5 vagas para o CT 2025.

“Estou muito feliz com a minha performance em todo o evento aqui”, destacou Luana Silva. “Só não fiquei satisfeita porque não consegui a vitória, mas estou muito orgulhosa de mim mesma, pela forma como competi durante todo o campeonato e pelo meu desempenho. Ainda temos mais 5 eventos pela frente, para conseguir o objetivo de me reclassificar para o CT. Comecei com um bom resultado e estou superfeliz com meu equipamento, então agradeço à Sharp Eye pelas pranchas incríveis que fizeram para mim esse ano”.

Para chegar a grande final do Bonsoy Gold Coast Pro, Luana Silva passou por duas australianas que vinham conseguindo notas excelentes em Snapper Rocks. Nas quartas de final, derrotou Bronte Macaulay na onda que surfou no último minuto, virando o placar para 13,83 a 13,77 pontos. E nas semifinais, já começou com nota 8,00 e não deu qualquer chance para a veterana Sally Fitzgibbons, no duelo entre duas surfistas que foram cortadas da elite em Margaret River. Essa vitória foi mais tranquila, por 14,17 a 11,90 pontos. 

Na decisão do título, foi a canadense Erin Brooks quem conseguiu nota 8,00 logo na primeira onda que surfou. Luana Silva chegou a liderar no início, somando 5,17 com 3,97. A brasileira ainda achou uma onda boa, que valeu 7,40. Mas, a pequena canadense de apenas 16 anos, confirmou a vitória com o 5,90 da outra única onda que completou. Erin Brooks venceu a sua segunda etapa seguida do Challenger Series, contando com o título no Corona Saquarema Pro apresentado por Banco do Brasil no ano passado. Agora no Bonsoy Gold Coast Pro, derrotou Luana Silva por 13,90 a 12,57 pontos.

“É realmente muito bom vencer”, disse Erin Brooks. “A Luana fez um bom trabalho e achei que iria me vencer no final. Cometi muitos erros na bateria, então estou feliz por ter conseguido a vitória. Meus objetivos são continuar surfando bem e já estou ansiosa para o próximo evento em North Narrabeen (Sidney). As ondas lá são para a esquerda e eu prefiro surfar esquerdas. Eu passei um mês treinando meu frontside em Fiji, então espero poder ir bem lá também”.

TUBO NOTA 10 - Antes da vitória no Bonsoy Gold Coast Pro, Erin Brooks já havia se destacado nas semifinais, quando surfou um tubaço incrível de backside, ficando entocada bem profundo na cortina d´água, atravessando as placas que iam caindo à sua frente, até sair em pé e ainda fazer três manobras muito fortes na onda. A canadense recebeu a segunda nota 10 unânime dos cinco juízes nas direitas de Snapper Rocks e da história do Challenger Series na categoria feminina. A primeira foi da australiana Macy Callaghan, também em um tubo incrivelmente perfeito nas oitavas de final em Snapper Rocks.

“Esse foi, definitivamente, o melhor tubo que eu já surfei em um campeonato”, destacou Erin Brooks, que derrotou a australiana Isabella Nichols nesta primeira semifinal. “Era muito maior do que eu imaginava, quando entrei na onda. Eu sabia que quem pegasse aquela onda, venceria a bateria. O tubo foi muito perfeito e estou superfeliz pela nota 10”.

Com essa nota 10, Erin Brooks ganhou favoritismo para vencer o Bonsoy Gold Coast Pro e a expectativa se confirmou. Já na final masculina, esse status era para o Samuel Pupo, que detinha todos os recordes nas direitas de Snapper Rocks, com seu frontside agressivo combinando manobras modernas com muita velocidade. Nas oitavas de final, Samuca atingiu imbatíveis 18,70 pontos, somando notas 9,53 e 9,17. E na semifinal contra o australiano George Pittar, aumentou para 9,73 o seu próprio recorde de nota. 

PRIMEIRA VITÓRIA - Mikey McDonagh nunca tinha passado das oitavas de final em etapas do Challenger Series e no sábado começou ganhando por pouco, 13,77 a 12,77 pontos, o duelo australiano com Dakoda Walters. Nas semifinais, conseguiu a sua maior nota - 8,33 - na vitória sobre o surfista de Barbados, Josh Burke. Só que Mikey McDonagh parece ter deixado para fazer a sua melhor apresentação nas direitas de Snapper Rocks na grande final. Ele venceu Samuel Pupo com os seus recordes no Bonsoy Gold Coast Pro, somando uma nota 8,60 no placar encerrado em 15,43 a 12,93 pontos.

“Isso parece ser um sonho e que posso acordar a qualquer momento. Este é, certamente, o melhor dia da minha vida”, vibrou Mikey McDonagh. “Para ser honesto, estou sem palavras. Eu nunca passei das oitavas de final antes, tive vários resultados em nono lugar, então chegar às quartas de final já foi bem complicado. Eu senti que, depois de passar essas rodadas, eu poderia me libertar e mostrar meu surfe. É um ano longo, mas estou muito feliz por começar desta forma e só quero continuar assim, com sorte, para chegar ao objetivo final”.

Mikey McDonagh e Erin Brooks largaram na frente no Challenger Series, que vai classificar 10 homens e 5 mulheres para o World Surf League (WSL) Championship Tour (CT) de 2025. Os rankings irão computar os 4 melhores resultados nas 6 etapas. A próxima é o GWM Sydney Surf Pro apresentado por Bonsoy em North Narrabeen, em Sidney, que vai até o dia 16 de maio na Austrália. Depois, passa por Ballito na África do Sul em julho, Huntington Beach na Califórnia em agosto, Ericeira em Portugal em setembro, até o Corona Saquarema Pro apresentado por Banco do Brasil na Praia de Itaúna, fechar o Challenger Series 2024 nos dias 12 a 20 de outubro na Capital Nacional do Surf.

OUTROS BRASILEIROS - Além de Samuel Pupo e Luana Silva, que começam o ranking de acesso para o CT 2025 em segundo lugar, mais três brasileiros competiram no sábado decisivo do Bonsoy Gold Coast Pro na Austrália. Eles perderam nas quartas de final e ficaram empatados em quinto lugar com o australiano Dakoda Walters, ou seja, iniciam no grupo dos top-10 que se classificarão para o CT. João Chianca mostrou estar recuperado do acidente sofrido em Pipeline e voltou a competir em alto nível. Mas Josh Burke achou os tubos na bateria, para vencer Chumbinho por 15,83 a 11,16 pontos.

Depois aconteceu o duelo brasileiro entre Samuel Pupo e Ian Gouveia. Foi uma bateria fraca de ondas e o Ian chegou a assumir a liderança nos minutos finais, com uma nota 5,93. Só que Samuca ainda pegou uma boa, que abriu mais parede para manobrar e conseguir 6,40, fechando a vitória por 12,23 a 9,93 pontos. Já Michael Rodrigues fez a sua melhor apresentação na Gold Coast, ganhando 8,50 na última onda. Mas, o australiano George Pittar já tinha surfado um tubaço nota 9,33 e venceu a bateria por 17,00 a 15,17 pontos.

RESULTADOS DO ÚLTIMO DIA DO BONSOY GOLD COAST PRO:

Campeão: Mikey McDonagh (AUS) por 15,43 pts (8,60+6,83) - US$ 20.000 e 10.000 pts

2.o lugar: Samuel Pupo (BRA) com 12,93 pts (6,50+6,43) - US$ 10.000 e 7.800 pts

SEMIFINAIS - 3.o lugar com US$ 5.000 e 6.085 pontos:

1.a: Mikey McDonagh (AUS) 14,66 x 11,33 Josh Burke (BRB)

2.a: Samuel Pupo (BRA) 16,10 x 14,00 George Pittar (AUS)

QUARTAS DE FINAL - 5.o lugar com US$ 3.500 e 4.745 pontos:

1.a: Josh Burke (BRB) 15,83 x 11,16 João Chianca (BRA)

2.a: Mikey McDonagh (AUS) 13,77 x 12,77 Dakoda Walters (AUS)

3.a: Samuel Pupo (BRA) 12,23 x 9,93 Ian Gouveia (BRA)

4.a: George Pittar (AUS) 17,00 x 15,17 Michael Rodrigues (BRA)

DECISÃO DO TÍTULO FEMININO:

Campeã: Erin Brooks (CAN) por 13,90 pts (8,00+5,90) - US$ 20.000 e 10.000 pts

2.o lugar: Luana Silva (BRA) com 12,57 pts (7,40+5,17) - US$ 10.000 e 7.800 pts

SEMIFINAIS - 3.o lugar com US$ 5.000 e 6.085 pontos:

1.a: Erin Brooks (CAN) 16,83 x 10,63 Isabella Nichols (AUS)

2.a: Luana Silva (BRA) 14,17 x 11,90 Sally Fitzgibbons (AUS)

QUARTAS DE FINAL - 5.o lugar com US$ 3.500 e 4.745 pontos:

1.a: Erin Brooks (CAN) 13,67 x 10,10 Nadia Erostarbe (ESP)

2.a: Isabella Nichols (AUS) 16,46 x 10,34 Macy Callaghan (AUS)

3.a: Luana Silva (BRA) 13,83 x 13,77 Bronte Macaulay (AUS)

4.a: Sally Fitzgibbons (AUS) 10,73 x 10,53 Alyssa Spencer (EUA)