Santos terá escola pública de surfe para pessoas com necessidades especiais
A cidade será a primeira do país a ter escola nesta modalidade
18/Jun/2017 - Atribuna.com.br - Santos - São Paulo - BrasilA Cidade de Santos vai ter em 2018 a primeira escola pública de surfe no Brasil para pessoas com necessidades especiais. A novidade foi anunciada na celebração dos 26 anos da Escola Radical, no Posto 2 (praia da Pompeia), neste sábado (17).
As comemorações começaram logo cedo com o Festival Reiko Konno e Fusae Nishida Uramoto de Bodyboarding, homenageando as duas alunas da terceira idade que estão em plena atividade. “É a melhor coisa do mundo. Aprendi a surfar aqui, a água do mar faz muito bem. A perna torta até indireita”, esbanja bom humor a dona Reiko, com 88 anos e aluna há 16.
Também foi realizada uma macro-aula reunindo os alunos, inclusive os com necessidades especiais. Após a premiação do festival, foram feitas homenagem aos alunos da terceira idade. No encerramento, como em todos anos, foi feita a saudação com um colar havaiano na estátua do pioneiro do surfe, Osmar Gonçalves.
Escola
Criada em 1991, a Escola Radical de Surfe, da Secretaria Municipal de Esportes (Semes) - em parceria com a Sthill, é uma das grandes responsáveis pelo grande número de surfistas existentes hoje na Cidade. São cerca de 2 mil pessoas atendidas por ano, entre alunos, projetos e parcerias, seja no surfe ou no bodyboard. Desde que foi criada, cerca de 30 mil pessoas passaram pelo local. São 294 alunos nas aulas de surfe e bodyboard atualmente.
Projeto
Proporcionar a emoção de surfar e a possibilidade de evolução para pessoas com deficiência - é isso que o projeto 'Sonhando sobre as Ondas', com apoio do Rotary Club Santos-Praia, vem fazendo por meio da prancha multifuncional. São atendidos 88 alunos, sempre em turmas de cinco, que recebem toda a atenção individual de três a cinco pessoas, entre professores e voluntários.
O equipamento permite uma adequação para diferentes tipos de patologias, oferecendo ainda mais segurança e uma melhor acomodação. Desenvolvida pelo professor Cisco Araña, a prancha é baseada na experiência de alunos com diferentes deficiências (cegueira, paralisias, déficit de atenção, Down e autismo).
Primeiro surfista cego do Brasil, Valdemir Pereira, 48 - o Val, começou na Escola Radical há 20 anos. “O trabalho aqui é excelente e fundamental. Os deficientes visuais não tem muitas opções no esporte, sabemos que aqui o artigo 5º da Constituição está sendo cumprido, com igualdade e oportunidade para todos”.