Slater volta após lesão e vê John John mais pressionado que Medina na luta pelo título
Recordista de vitórias em Pipeline pode ser fiel da balança na briga pelo troféu nesta temporada: "Quero disputar essa final, e eu espero que seja contra um desses dois caras".
12/Dez/2017 - Carol Fontes e Lívia Laranjeira - Hawaii - Estados UnidosNenhum outro surfista venceu mais em Pipeline do que Kelly Slater. O onze vezes campeão mundial tem sete títulos na etapa do Havaí. Recuperado da lesão no pé direito, o americano voltou a competir na ilha de Oahu depois de cinco meses afastado do Circuito Mundial. Ele se machucou em uma sessão de freesurf em Boneyards, um dos picos de Jeffreys Bay, na África do Sul. Apesar de ter surfado o "Surf Classic", evento na piscina de ondas artificiais no seu rancho, na Califórnia, Kelly ainda não tinha voltado a competir na elite do surfe. Coroou o retorno com a vitória na estreia do PIpeline Masters sobre o francês Joan Duru e o americano Kolohe Andino.
A WSL paralisou as disputas após a nona bateria da primeira fase. Haverá uma nova chamada nesta terça-feira, às 15h30 (de Brasília).
- Eu dou ao meu pé 65% (de recuperação). Eu faltei a muitas etapas, mas depois de tantos anos sem parar, dia sim, dia não, foi bom ter alguns meses de folga. É bom voltar, mas é bom se afastar de algo que você ama e voltar e apreciá-lo - disse Slater.
Feliz por voltar a vestir a lycra de competição, Slater ficou cerca de 1h30 dando autógrafos e atendendo aos pedidos do público após a vitória. Uma multidão de torcedores se aglomerou para ter um momento com o ídolo. Ele avançou diretamente à terceira fase e aguarda a definição de seu rival na próxima rodada no Havaí.
O americano conquistou o Pipeline Masters pela primeira vez em 1992, quando derrotou o local Sunny Garcia na decisão. Depois, venceu três anos seguidos (1994, 1995 e 1996), passando por Vetea David, Mark Occhilupo e Sunny nas finais. Voltou a erguer a taça em 1999 na vitória sobre Shane Wehner e repetiu a dose em 2008, após a bateria decisiva com Chris Ward. O último triunfo foi em 2013 sobre John John Florence, que nunca venceu a etapa no quintal de casa.
Para Slater, o atual líder do ranking e campeão mundial sofre uma cobrança maior do que Medina na corrida pelo título de 2017. Ele diz que o brasileiro não deveria se sentir tão pressionado, já que vem de uma sequência de vitórias (Future Classic, Portugal e França) e fez o quase impossível para entrar na briga pelo caneco.
- Ele estava praticamente fora da disputa pelo título e aí ele foi melhor do que qualquer outra pessoa no mundo poderia. Se ele vencer aqui e garantir o título, é algo compatível com um campeão mundial. Eu acho que ele tem que colocar na cabeça que tem uma pressão, isso deve mantê-lo focado, mas, por outro lado, ele não tem pressão, porque ele nem deveria estar nessa posição. Ele teve uma perna europeia tão boa, ganhou o evento na piscina de ondas. Acho que Tom Curren é o único na história que já venceu quatro eventos seguidos no Tour... Eu sei que no caso do Gabriel, uma das vitórias não foi no Tour, mas acho que ele devia encarar dessa forma: eu atingi o auge - analisou.