Às vésperas do verão, a Sobrasa - Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, em parceria com o CADES (Centro de Aprendizado e Desenvolvimento do Surfe) e ADAPTSURF, realiza neste sábado (7/12) mais uma edição do curso ‘Surf-Salva’, que tem como objetivo ensinar aos surfistas os procedimentos básicos para salvar uma vida em caso de afogamento de banhistas. O curso será no CADES, na Praia da Macumba, das 8h às 12h, e tem como foco envolver surfistas profissionais e instrutores de surf, a fim de multiplicar a educação na área.
O programa inclui o ensino de técnicas como a de ressuscitação dentro d’água (utilizando a prancha) e ventilação boca-a-boca. “O surfista é o visitante mais assíduo das praias e é um fundamental agente de primeiros socorros em caso de afogamento”, afirma o Dr. David Szpilman, diretor-médico da Sobrasa e um dos maiores especialistas mundiais em afogamento.
Números de casos de afogamento no Brasil e no mundo
Os números são alarmantes. Anualmente, cerca de 500 mil pessoas são vítimas fatais de afogamento em todo o mundo. No Brasil, o afogamento é a segunda causa geral de óbito entre crianças de 1 a 9 anos, só perdendo para acidentes de trânsito. Só em 2011, foram registradas 6.500 mortes por afogamento no país. “Por dia, são 20 óbitos só no Brasil, sendo 90% dos casos em água doce, como rios, lagoas e represas”, revela Dr. Szpilman. Segundo ele, 46,6% dos afogados nas praias acham que sabem nadar.
O diretor-médico da Sobrasa explica que para evitar novas mortes, há de se investir na prevenção e na conscientização da população para que enxergue o afogamento como uma ameaça real e iminente e este é justamente um dos desafios da Sobrasa, fundada por Szpilman ainda na década de 90. Ele explica que, ano após ano, o número de óbitos vem caindo no Brasil, mas no verão o número de casos tende sempre a dobrar e faz um alerta:
- Na praia, piscina ou em qualquer lugar próximo a água, mantenha 100% da sua atenção nas crianças. O aumento da supervisão pode salvar vidas. Estudos revelam que 85% das mortes de crianças por afogamento podiam ser evitadas com o aumento da supervisão por parte dos adultos. Basta um piscar de olhos, uma fração de segundos para se perder uma vida, conta Dr. Szpilman, que publicou um trabalho sobre o tema na prestigiada revista New England Journal of Medicine.