Surfe é usado como terapia para autismo na Irlanda
07/Ago/2008 - The Irish Times - IrlandaPrimeiro Surf camp da Irlanda para crianças com autismo acontecerá este mês. Surf2Heal traz uma experiência especial de terapia aquática para crianças e seus pais, diz Sharon Ní Chonchúir.
Lá no outside uma figura pequena se levanta hesitantemente na prancha. Recua um pouco, quase tropeça mas rapidamente corrige o seu equilíbrio, pega uma onda e surfa até a beira.
De volta à Praia de Garretstown, em Cork, na Irlanda do Norte, esta menina - que normalmente é tão timida que evita os seus olhos e evita tentativas de comunicação - está repleta de orgulho e animação. Ela instantemente exige ser levada para o pico outra vez.
Tal entusiasmo é raro para a menina de 10 anos de Ailís, que tem autismo. Sua mãe Alicia, que tem estado observando seu progresso da praia, está muito contente.
"Surfar ajuda Ailís sem ela mesmo saber," diz. "Melhora sua percepção espacial e do seu corpo, sua força e sua confiança.
Por ela compreender que pode vencer suas dificuldades numa prancha de surf, a fará tambem compreender que pode vencê-las por completo. Como resultado, ela estará mais disposta a tentar outras coisas no futuro". Há pais de toda a Irlanda que amariam ensinar suas crianças autistas esta grande lição. Este verão, eles podem ter a oportunidade quando o primeiro acampamento da Irlanda de surfe para crianças com autismo acontecer em Garretstown de 25 a 29 de agosto.
Chamada Surfe para a Cura ( surf2heal em inglês ), é um projeto que começou quando Seán Casey de cinco anos pela primeira vez pôs os seus dedos no oceano. Seán - que tem autismo, déficit de atenção e desordem de hiperatividade e é não-verbal - adora a água.
"Crianças autistas freqüentemente ou amam ou odeiam," diz sua mãe, Nollaig. "Seán foi sempre um bebê de água".
Vivendo perto da praia de Garretstown, Nollaig notou cedo que Seán gostava de estar à beira-mar. "Seus sentidos exarcebados fazem do mundo um lugar assustador para ele," explica.
"Pode ser assustador por sons que nem eu mesmo ouvia. Na praia não há nenhuns barulho alto, nenhumas multidão, como resultado, ele sente-se seguro".
Desde que fez esta descoberta, Seán e Nollaig gastaram um monte de tempo na praia, tanto dentro como fora da água. Mas não foi até o ano passado, quando topou com um artigo sobre como o surfe provava ser terapêutico para crianças autista nos Estados Unidos que Nollaig pensou em tentar o com Seán.
"Como uma mãe, você baterá em qualquer porta que você pensa que talvez abra," diz. "Então fui a Jon Hynes - o instrutor local de surfe - e pedi que ele ensinasse Seán a surfar".
Escolheu o homem correto. Hynes gastou 17 anos trabalhando com esportes ao ar livre e os quatro últimos com a sua escola de surfe em Garretstown. Ele também trabalhou com pessoas com necessidades especiais.
Numa tarde fria de fevereiro no ano passado, ele e Seán se arriscaram na água. Muito antes, estava claro que Seán beneficiava-se da experiência.
"Ficou relaxando," diz Nollaig. "Surfar não é uma cura, é terapia para ele". Os Hynes também notaram uma diferença. "Seán se acalma e livra-se de quantidades enormes de energia que demoraria anos para se livrar em casa," diz.
Após seu êxito com Seán, Hynes começou a trabalhar com outras crianças autista da área, uma delas foi Ailís. Então compreendendo que o surfe poderia ser uma ajuda a muitos mais, decidiu fazer um acampamento neste verão. Começou por montar um website - www.surf2heal.com - apelando para voluntários.
A resposta foi rápida e logo teve uma lista de 25 instrutores de surfe dispostos a tomar parte. Depois, ele e Nollaig matricularam Seán num surf camp dirigido por um grupo americano, Surfers Healing, no México em maio passado. Seán foi acompanhado por Nollaig, e Hynes foi como um voluntário.
"Era um aprendizado vital de experiência para nós," diz Hynes. "Tivemos alguns incríveis altos e baixos desafiantes".
Um das lições mais importantes que eles aprenderam no acampamento era a importância de prestar atenção às necessidades da criança. Às vezes no México, Seán estava demais cansado para surfar. Em outras vezes, ele estava demasiadamente hiperativo. E freqüentemente, ele estava demasiadamente oprimido pelos sentidos sobrecarregados por um novo lugar e novas pessoas.
"É importante deixá-los agir da maneira que quiserem," diz Nollaig. "Tudo que nós fazemos é encorajá-los a gozar a praia e a água. Isso é o suficiente. Não há nenhuma necessidade de empurrar algo mais".
Hynes não podia concordar mais. "Surf2Heal é mais do que surfe," diz. "Não importa se as crianças estão num bodyboard, num caiaque nem apenas respingando água; se têm divertimento é o que importa, se ganham confiança e edificam os relacionamentos com as outras pessoas, então nós fizemos o nosso trabalho".
No México, Hynes também aprendeu sobre a logística de organizar tal empreedimento. Via os tipos de pranchas que foram usados e isto inspirou o próprio projeto - pranchas de 12 pés que são suficientemente longas para assentar um instrutor e uma criança e suficientemente macias para reduzir possíveis machucados em caso de uma queda.
É ótimo para eles estar envolvidos com algum esporte. Pode ser duro levar crianças autistas a participar porque eles não gostam de esportes de equipe. Surfar é algo que eles podem fazer sozinhaos e realmente ajuda.
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