Surfe torna-se um tratamento para viciados em drogas
30/Nov/2008 - Ian Evans - África do SulComo um esporte e estilo de vida, não é notado pelos seus benefícios médicos. Mas uma clínica de víciados na Cidade do Cabo adotou o surfe como parte de seu programa de reabilitação.
O Centro de Recuperação de Tabankulu diz que o surfe oferece um desafio para pacientes que de outra forma podem retornar aos maus hábitos. "As pessoas que têm usado drogas por um longo período, têm necessidade de preencher o seu tempo e o surfe oferece isso," disse Hugh Robinson, o diretor britânico e proprietário.
"A maior tarefa para um viciado que se recupera é achar um novo entusiasmo para a vida. O surfe dá isso, ele dá uma nova animação e paixão".
Entre alguns no curso está Catherine Pike, 22 anos, de Fleet, Hampshire. "Sou atraída por homens com problemas e torno-me dependente deles," disse. "Afeto o trabalho, meus estudos - tentei fazer faculdade três vezes - e minha fome. Esqueço dos amigos e torno-me obcecada aos namorados em detrimento de algo mais".
Participo da clínica desde maio e nunca tinha surfado antes. "Há algo espiritual sobre o surfe. Estando lá fora no oceano me dá tempo de pensar e de refletir. Alguns dias são piores do que outros, mas quando estou lá fora isto aclara minha mente".
Seu professor de surfe é Lenny Stolk, que já foi um alcoólatra e abusou das droga por mais de 30 anos. Sr Stolk, 53, já fumou maconha regularmente, heroína e crack até que uma noite ele caiu.
"Fui para a reabilitação mas não fiquei interessado. Então, depois de uma semana e meia, acabei tendo uma "visão" - chame como quiser - e abandonei". Há sete anos ele virou surfista, montou uma Clínica de Ondas e contatou o centro de Tabankulu, que concordou em usá-lo como parte de um programa de reabilitação que também inclui jardinagem, culinária e compras.
"É fácil de dizer não e voltar para as drogas e a bebida, mas aprender a surfar dá-lhe um sentido real de realização, o que é importante," disse.
O centro de Tabankulu atrai pacientes de todos os lugares do mundo a seus três centros. A maioria são da Grã-Bretanha e da áfrica mas eles têm clientes da Suécia, dos Países Baixos e da Ucrânia. O curso de nove meses custa 10.000 libras e o tratamento de surfe ganha em popularidade; atualmente 20 pessoas - o centro tem lugar para 50 - fazem parte. "Era um pouco céptico sobre aprender a surfar mas Lenny é um professor bom e me deu confiança," disse A. D. Sabeh, 36 anos, um ganês toxicômano e alcoólatra que perdeu a sua perna direita num tiroteio policial há seis anos e tinha começado a usar drogas com 13 anos. "O surfe tira minha mente das drogas e de meu tratamento".
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